30/01/2009

A crise não é igual para todos

Como quase toda a gente sabe (também há alguns "distraídos") a crise começou nos Estados Unidos, como crise financeira, envolvendo o crédito à habitação. Neste momento é uma crise económica global, que os governos tentam resolver aplicando as mesmas medidas ou semelhantes que no passado deram origem à situação actual.

As grandes multinacionais aproveitam a ocasião para mais uma vez despedir trabalhadores. Todos os dias a pretexto da crise se ouve falar em despedimentos. Até ontem, quinta-feira, tinha sido anunciado o despedimento de 72 000 trabalhadores por dez (10) empresas. Ontem, quinta feira foram anunciados mais 30 000 despedimentos. "A crise do capitalismo está a servir de cobertura para legitimar quase tudo...". Não se pense, no entanto, que estas empresas passaram a ter prejuízos de um momento para o outro. A maior parte continua a ter lucros elevados (a Caterpillar teve, em 2008, 2730 milhões de dólares) embora menores que no passado, mas os dirigentes como "bons gestores" que são, a única maneira que conhecem de "bem gerir" é despedir trabalhadores.

As multinacionais instaladas em Portugal também não fogem à regra. Têm recebido avultados apoios em benefícios fiscais e dinheiros públicos para manter os postos de trabalho e fazer "modernização", mas violando os compromissos assumidos já começam a usar os mesmos procedimentos. Os trabalhadores que paguem a crise.

Não é também, por acaso, que as IPSS já falam em "tsunami social". O recurso dos mais pobres em situação de aflição é às instituições de solidariedade social, porque as empresas capitalistas são as primeiras a esquecerem a sua responsabilidade social.

Continua a caça ao voto

O jornal da paróquia continua brilhantemente em campanha eleitoral. O candidato aparece desta vez em pose de "superman".

Mas, não é apenas o jornal da paróquia que é veículo de propaganda. No princípio do mês de Janeiro foi publicado o nº 18 do Boletim Informativo da Câmara Municipal, pago com o dinheiro dos nossos impostos, e lá vem o candidato: da pág. 3 até à pág. 14 aparecem nove (9) fotografias com a sua imagem. Se isto não imoral ou falta de ética, digam-me o que é?

Mas hoje pretendia falar de outras coisas. Já tenho dito e continuo a pensar que a câmara não tem uma linha de rumo definida. O presidente da câmara actua casuisticamente. Faz aquilo que aparece. E muda de opinião conforme lhe apetece.

Esta foto é de uma página da "Reconquista" (publicidade paga pela Câmara Municipal do sr. Morão), anunciando a abertura das propostas em 6 de Fevereiro de 2002 (vai fazer 7 anos) para a construção de "Novas Piscinas Cobertas" na "Encosta do Castelo".
Estas piscinas devem ser fantasmas; onde param as piscinas? Porque não foram construídas? As pessoas têm a memória curta, mas os documentos escritos permanecem e era bom que fossem dadas respostas. Não se abandona um projecto sem explicação. Ou seria campanha eleitoral? O jornal tem a data de 30 de Novembro de 2001. Não houve eleições autárquicas nesse ano? Os processos pelos vistos já são antigos.

27/01/2009

Castelo Branco e os deputados

"Castelo Branco pode perder um deputado" - foi assim que o jornal "Povo da Beira" noticiou a possibilidade de a representação do distrito na Assembleia da República vir a ser reduzida. A diminuição da população e consequentemente dos eleitores foi provocando a erosão do número: de 7 passou a 6, depois a 5 e agora a redução a 4.


Porquê a diminuição da população?
A desertificação do interior resulta essencialmente das políticas de desenvolvimento económico do interior adoptadas pelos sucessivos (des)governos. Não é possível desenvolver, provocar crescimento económico, criar emprego sem investimento. 39,8 milhões de euros de investimento por parte do governo é o que se prevê para 2009, no distrito de Castelo Branco.
Sem emprego a população foge e sem emprego com qualidade e direitos a população foge a sete pés.
Podem as câmaras municipais com toda a sua boa vontade tentar combater a desertificação, pois infelizmente, neste momento, é um combate inglório: não têm nem poder nem capacidade.
Por vezes, os srs. presidentes, ainda que finjam o contrário, alinham partidariamente com as políticas dos partidos que estão no governo. É o que se passa com a câmara de Castelo Branco.
A regionalização que ainda não foi feita (mas acreditamos na sua inevitabilidade e necessidade) ajudaria a resolver muitos problemas: desenvolvimento, emprego, qualidade de vida, fixação e aumento da população,... É preciso lutarmos e exigirmos um novo referendo.

26/01/2009

Castelo Branco nos jornais nacionais

"Assalto à mão armada em ourivesaria de Castelo Branco"

Foi este, genericamente, o título de uma notícia sobre Castelo Branco na maior parte dos jornais nacionais.
Castelo Branco é notícia pelas piores razões. Já aqui chegou, infelizmente, a onda de assaltos. Esperemos que fique por aqui.
Seria bom que fosse notícia por boas razões: boas razões seria, por exemplo, a realização de um grande evento que projectasse a cidade para o exterior. Um evento semelhante ao de uma pequena vila do norte alentejano que se chama Crato. Um evento que levasse Castelo Branco a todo o país em termos culturais, gastronómicos, desportivos, artesanais,...
Seria bom que a câmara se dispusesse a isso.

25/01/2009

As "pérolas" das obras do sr. Morão - "os pinocos"

Quem passar pelas ruas centrais da cidade em volta da sé catedral poderá ficar surpreendido e fará uma pergunta: porque é que a câmara e o presidente estão a mandar colocar "pinocos" em tudo que é rua? Plantam-se mais "pinocos" do que árvores, ou melhor, plantam -se "pinocos" e as árvores arrancam-se.
Não gosto de "pinocos". Esteticamente são horríveis e nem sequer têm utilidade. Há talvez pessoas para quem tudo o que tem sido feito na cidade é "bonito". Talvez fosse bom que pensassem um pouco: modernizar uma cidade não significa adulterar ou destruir tudo o que é genuíno, característico, identificador ou pitoresco. É isso que tem sido feito.
Agora vêm os "pinocos". Para que servem?Parece-me que ninguém consegue encontrar utilidade nos "pinocos" colocados nos locais que as fotos documentam. Nem mesmo quem gosta de "pinocos"consegue descobrir a utilidade e a "beleza" dos que foram colocados, por exemplo, em frente da sé.
Mas vejamos mais alguns exemplos. Talvez consigamos descobrir algo interessante.
Pois é. Se procurarmos bem encontramos uma utilidade para os "pinocos". O sr. Morão está a tratar de nós, mas há sempre uns mal agradecidos. Ele quer é proteger os peões dos carros. Não, não é isso. Quando havia passeios normais não eram precisos "pinocos" e eu não me lembro de peões atropelados em cima dos passeios.
É outra coisa. As ruas onde foram colocados tiveram sempre estacionamento de um dos lados. Mas, agora, os lugares de estacionamento ficaram reduzidos a meia dúzia. É isso mesmo. O sr. Morão tirou um coelho da cartola: proíbe o estacionamento à superfície e o Zé tem de ir para os parques de estacionamento a pagar. Grande Morão. Assim ganha uns cobres para a câmara e ninguém pode dizer que os "seus" parques subterrâneos estão vazios e gastou dinheiro inutilmente. Boa! O homem é um génio!

24/01/2009

A Escola de Artes Aplicadas de Castelo Branco (ESART)

Em Setembro de 2008 veio a público que o MCTES (Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) pretendia a alteração do projecto da Escola de Artes e que só no final do ano haveria uma decisão definitiva. A decisão veio agora e vamos ter uma Escola de Artes nova. Ficou claro que o problema estava nos 30% da comparticipação do Orçamento de Estado (1,5 milhões de euros), porque dos fundos do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) vêm 70% (3,5 milhões de euros). O que se pretendia (que não foi conseguido devido aos protestos locais) era adiar para as calendas gregas a Escola que é urgente. Pelos vistos a alteração do projecto era uma falácia.
- Se soubermos que o PIDDAC (Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central) de 2009 para o distrito de Castelo Branco nunca foi tão baixo (39,8 milhões de euros - menos 38% que em 2008);
- Se soubermos que a execução portuguesa dos fundos do QREN que começou em 2007 é até ao momento de apenas 1,5%, porque o governo português congelou os investimentos (o interior, como nós sabemos, é o primeiro a sentir os efeitos) e daí que não havendo comparticipação nacional não há dinheiro da UE;
- Se soubermos que o investimento na ESART não é prioritário,
então compreendemos imediatamente porque é que o primeiro-ministro Sócrates e o ministro Gago já decidiram com mais de ano e meio de atraso.






























Por isso, com este governo, é preciso protestar, é preciso exigir. O INTERIOR já foi muito esquecido. Não podemos calar-nos. E não devemos, sobretudo, ficar à espera da "boa vontade de quem nos governa". Temos de continuar sempre a exigir, para evitar que os terrenos das fotos fiquem como estão.

20/01/2009

Era uma vez quatro!

Foi hoje.
Era uma vez quatro: um português (Durão Barroso), um espanhol (Aznar), um inglês (Blair) e um americano (Bush).
Os quatro cavaleiros do Apocalipse (a conquista, a fome, a guerra e a morte), o bando dos quatro, os quatro dos Açores (que não têm culpa nenhuma) ou os quatro das Lages.
Os quatro cavaleiros do Apocalipse de Viktor Vasnetsov

Foram estes quatro que se juntaram na base das Lajes, nos Açores, para que o mentiroso Bush lhes mostrasse as provas forjadas das armas de destruição maciça do Saddam Hussein e o apoiassem na invasão do Iraque.


O resto toda a gente sabe: as armas não existiam; foram inventadas para que os americanos tivessem um pretexto para invadir o Iraque, o que veio acontecer. O objectivo era ocupar o Iraque para dominar económica e militarmente o Médio Oriente (não esquecer o Irão). Era preciso satisfazer os interesses políticos, económicos, o complexo militar-industrial e até mesmo os interesses religiosos dos americanos. Bush e os seus três amigos foram os executores da política que interessava aos lobbies.

-O primeiro a sair foi o português: fugiu para a Europa tratar da vidinha em Junho de 2004 e deixou o país entregue a alguém que não vale a pena nomear e que quase o conduziu a um beco sem saída.

- Aznar, o espanhol, foi corrido nas eleições de Março de 2004, na sequência dos atentados de Madrid de 11 de Março de 2004. Também, neste caso, tentou arranjar mais uma inventona que foi desmontada. Neste momento apagou-se politicamente. Ainda bem.

- O próximo a sair foi o inglês, que se revelou um mentiroso de alto coturno. Neste momento ainda tem actividade política, mas vai perdendo a credibilidade. Tony Blair saiu de cena, deixando de enganar o povo inglês em 27 de Junho de 2007. Logo a seguir foi nomeado pela UE ENVIADO ESPECIAL PARA A PAZ NO MÉDIO ORIENTE. Já viram a hipocrisia. Um homem que decidiu a invasão do Iraque e do Afeganistão, provocando muitas centenas de milhares de mortos e atraindo o terrorismo para o seu país, ser encarregue de promover a paz para onde levou a guerra?

- Hoje saiu de cena o último do bando, George Walker Bush. Esperemos que para sempre. Para que o mundo possa viver em paz, sem a ameaça constante de um cowboy a promover guerras em todo o lado. Talvez haja um juiz que promova um processo e lhe aconteça o mesmo que a Pinochet e seja levado a tribunal como criminoso de guerra ou por crimes contra a humanidade. Razão tinha o jornalista iraquiano quando o quiz despachar à sapatada.



Esperemos que vá e não volte.

19/01/2009

A greve dos professores

O Ministério da Educação sofreu hoje mais uma derrota, se a questão se pode pôr nestes termos. O que é certo é que a adesão dos professores à greve se cifrou num número próximo dos 90%. Pode ser mais ou pode ser menos, o que é certo é o descontentamento dos professores com a política do governo Sócrates/Mª de Lurdes Rodrigues para a Educação. Não faz sentido manter esta política de desvalorização da Escola Pública e dos Professores. Não é possível, podem os "papagaios de serviço" dizer o que quizerem, fazer uma reforma contra a grande maioria (está à vista) daqueles que vão ser os executores dela. Estes nunca se identificarão com ela.
Mais uma vez é preciso dizer que o que está em causa não é avaliação dos professores. O que está em causa é o ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE. Os professores recusam essencialmente uma carreira dividida em duas: professores titulares e não titulares. Profissão existe apenas a de PROFESSOR.
Se a nível nacional muitas e muitas escolas encerraram devido à greve e os responsáveis do ME a quererem ignorar o que aconteceu, no distrito de Castelo Branco, os valores andaram muito perto dos nacionais, com muitas escolas encerradas.
Aí vai um comunicado da Plataforma Sindical de Professores:

ADESÃO ELEVADA (SUPERIOR A 90%) DEIXA DISTRITO DE CASTELO BRANCO PRATICAMENTE SEM AULAS

Forte determinação dos Professores e Educadores em exigir um outro Estatuto da Carreira Docente e uma avaliação do desempenho pedagógica e cientificamente correcta, exequível e justa

A Greve Nacional que os docentes estão hoje a realizar é uma das maiores e mais significativas da história do movimento reivindicativo docente.

Apesar das ameaças e da chantagem exercida sobre professores e educadores por este governo/Ministério da Educação (ameaças de exoneração, processos disciplinares, demissões...) foram muito poucos os que se deixaram levar pelo receio de represálias e imensos os que decidiram manter a unidade e determinação que têm vindo a revelar em inúmeros actos públicos.

Uns e outros, contudo, mantêm-se disponíveis para rejeitar este modelo de avaliação e para defender um outro modelo, negociado, pedagógica e cientificamente correcto, exequível, que tenha em conta a melhoria da qualidade de ensino e das aprendizagens e não, como o que foi imposto pelo ME, economicista e levado pelo único interesse de impedir, bloquear, cortar as possibilidades de progressão e valorização profissional dos docentes.

A enorme adesão à greve na região centro é manifestada pelo elevado número de escolas e jardins-de-infância sem aulas e pela manutenção de níveis globais de adesão idênticos aos verificados em 3 de Dezembro.

Nesta luta, pela sua determinação e envolvimento, dirigimos uma enorme saudação a todos os docentes portugueses. Como em Dezembro passado, os professores não desistem dos seus objectivos e para as suas exigências claras esperam respostas inequívocas e simples: suspensão da avaliação do desempenho e o fim da fractura artificial da carreira docente, a negociação de um modelo de avaliação capaz de valorizar o desempenho docente e de apoiar a transformação positiva da escola pública, o fim da prova de ingresso na profissão e horários pedagogicamente correctos, caso contrário, podemos afirmar com convicção: a LUTA TERÁ DE CONTINUAR.

No distrito de Castelo Branco a concretização da greve foi idêntica aos valores já anunciados a nível nacional. As organizações sindicais estimam que a adesão se situe acima dos 90%. Alguns exemplos:

No concelho de Belmonte todos os estabelecimentos de ensino do Pré-escolar e 1º Ciclo encerraram. Na EB 2,3/S Pedro Álvares Cabral não fizeram greve 6 professores.

Em Castelo Branco, na Escola Secundária Amato Lusitano só 5 professores deram aulas e a adesão foi superior a 92%; A Secundária Nun’Álvares teve 71% de professores em greve; na EBI Cidade Castelo Branco não houve aulas, bem como em 5 dos seus Jardins de Infância e escolas do 1º Ciclo. A adesão global do agrupamento situou-se nos 91,5%; na EBI João Roiz só 3 professores não fizeram greve numa adesão de mais 93% e não funcionaram as actividades lectivas; também na EBI S. Vicente da Beira (em todos os ciclos de ensino) e em metade dos seus jardins de infância e EB1 não houve aulas; no agrupamento de Alcains só funcionaram 2 Jardins de Infância e o 1º Ciclo registou uma adesão superior a 80%; no agrupamento Faria de Vasconcelos, em 5 EB1 e Jardins de Infância só 1 professor não aderiu à greve.

Na Covilhã, a Escola Secundária Frei Heitor Pinto registou uma adesão de 91%; a Quinta das Palmeiras 78% e a Quinta da Lageosa só um professor não aderiu à greve; no Agrupamento de Escolas Pêro da Covilhã só não encerrou um Jardim de Infância e no 1 Ciclo a adesão foi na ordem dos 88% com a esmagadora maioria das escolas fechadas. A sede do agrupamento teve uma adesão de 91% e não houve condições para o funcionamento de aulas; no Agrupamento do Paul, todos os estabelecimentos sem aulas e só um professor não aderiu (o 1 Ciclo e o Pré-escolar 100% de adesão); no agrupamento do Tortosendo a adesão na EB 2,3 situou-se nos 94% e no total do agrupamento foi de quase 90% encontrando-se a generalidade dos estabelecimentos do 1º Ciclo e do Pré-escolar encerrados; no Agrupamento do Teixoso a realidade é idêntica e só leccionaram, no 1ºCiclo e no pré-escolar 2 professores. Na EB 2,3 a adesão foi cerca de 71,4%. No agrupamento “A Lã e a Neve” encerraram todos os estabelecimentos com excepção de um Jardim que funcionou a 50% e uma EB1. Na EBI S. Domingos só não aderiram à greve 4 professores.

No concelho do Fundão, na EB 2,3 João Franco a adesão situou-se nos 88% e só funcionaram 2 Jardins de Infância e 1 EB1; no Agrupamento Serra da Gardunha a adesão global foi de 85%, dos 12 Jardins de Infância 11 encerraram e relativamente às EB1 das 16 funcionaram 2 escolas, mas com uma adesão à greve superior a 50%; em Silvares na EB 2,3 a adesão foi próxima dos 70% e só funcionou 1 escola do 1º Ciclo.

Na Idanha-a-Nova encerraram todos os Jardins de Infância, só houve aulas em 2 escolas do 1º Ciclo e na EB 2,3 aderiram 70% dos professores.

Em Oleiros na EB 2,3/S só não fizeram greve 3 professores e no 1º Ciclo e no Pré-escolar só 6 compareceram às aulas.

Em Penamacor Encerraram todos os estabelecimentos de ensino com excepção de uma EB1 e de 1 Jardim de Infância.

Em Proença-a-Nova só 1 Jardim de Infância e duas EB1 não encerraram. A escola Sede teve 54% de adesão.

Na Sertã a EB 2,3 P. António L. Farinha teve quase 90% de adesão, a EBI situou-se nos 80% também encerraram 11 EB1 e Jardins de Infância.

Em Vila de Rei a adesão foi de cerca de 80 % nos 2 estabelecimentos de ensino do concelho e a EBI Centro de Portugal não teve actividades lectivas.

Em Vila Velha de Ródão só funcionou um Jardim de Infância e não houve aulas em mais nenhum outro estabelecimento de ensino.

Os Sindicatos da Plataforma Sindical dos Professores

16/01/2009

Morão continua a caça ao voto

O jornal do burgo (ou será da paróquia?) publicou esta semana o que pretende ser uma notícia, de página inteira, mas não passa de propaganda do actual presidente da câmara. Até aqui poderia pensar-se que era apenas um cronista do jornal que tinha assumido, não a defesa do poder instituído, mas a propaganda desse poder. A coisa ultrapassou a isenção há muito tempo, mas pensava-se que haveria algum decoro. Quando se atinge este nível já a deontologia jornalística foi para as urtigas há muito tempo e parece ser um jornal ao serviço do presidente da câmara. A forma como está organizada a notícia é pura propaganda e é impossível que os responsáveis do jornal não vejam.

O presidente da câmara faz afirmações que, no minímo, são apenas a sua opinião e o cronista nem se dá ao trabalho de pedir a opinião ao cidadão comum.

Aquela praça foi mais uma das obras do sr. Morão, que não é como ele diz a renovação do Largo de São João, mas a destruição do Largo. O Cruzeiro é monumento nacional. Devia ser tratado com dignidade. Tudo o que foi feito adultera, não tem nada a ver com a praça. É provincianismo bacoco.

O que fizeram ao Largo? Transformaram-no numa coisa pós-moderna, horrível, fria, sem identidade, onde o Cruzeiro destoa, porque a torre de babel que puseram a um canto ofende a sua "velhice histórica" e toda a praça é uma aberração.

Ao contrário do que diz o sr. Morão falta saber se o dinheiro gasto no parque de estacionamento subterrâneo foi bem gasto
. Falta saber se não foi mais uma vez esbanjamento, novo-riquismo pacóvio.

Mas, o mais lamentável é que as árvores existentes foram mais uma vez as vítimas. A praça vai ficar deserta, vai ser mais um jardim de pedra, inóspito: frio no inverno e quente no verão; as pessoas não vão passear naquele espaço.

Mas não foram plantadas novas árvores? Claro que foram. Mas foram plantadas do lado da sombra. Onde eram precisas, do lado do sol, há o sol. O autor do projecto pelos vistos não conhece o percurso do sol. Árvores à sombra, não. Árvores do lado do sol para que haja sombra.















O que estão a fazer nesta cidade eu diria, se não fosse ridículo, que era trágico.

Eu já nem falo na intenção de inaugurar o Largo. É inclassificável.

Orçamento e Plano Plurianual de Investimentos da Câmara Municipal

Alguns dos leitores do voo do falcão têm feito perguntas sobre o orçamento da câmara municipal para 2009.
Normalmente tenho a preocupação de obter informações, especialmente sobre receitas e despesas e investimentos. Como a câmara mantem uma página na internet, procurei lá informações.
Surpresa!
O último ano que a nossa exma. câmara teve a preocupação de informar os munícipes acerca dos seus investimentos e contas foi...2005. Quanto aos anos anteriores, nada! Quanto aos anos seguintes, NADA! Conclusão: os munícipes de Castelo Branco não têm nada a ver com os orçamentos e contas da câmara. Metem o votozinho de 4 em 4 anos e basta de democracia. O sr. presidente Morão e sus muchachos está lá para velar por eles (munícipes) e chega. Não têm que saber mais nada. Basta que ele saiba.
No entanto, de vez em quando aparecem umas almas que têm o difícil feitio de terem opinião acerca de TUDO e lá vão dando opiniões e fazendo perguntas. É assim que o autor deste blog pode prestar as seguintes informações:

RECEITAS............................................ 66 318 411 euros
DESPESAS............................................ 66 318 411 euros

É um montante inferior ao de 2008 em cerca de 3 000 000 euros. Mais importante do que os montantes envolvidos é a capacidade da câmara para cumprir o orçamento e as grandes opções. O cumprimento de 2007 (ainda não se sabe o de 2008) foi de cerca de 50%. Há obras que são incluídas no orçamento apenas para agradar aos presidentes de junta, ou para fazer propaganda das obras que estão no plano de actividades, mas que acabam por não se fazerem. Há, no passado muitos casos (O alargamento do cemitério de Castelo Branco andou no orçamento mais de 10 anos e a obra nunca mais se fazia).
Houve alguém que pretendia informações sobre cultura.

DESPESA
  • SERVIÇOS CULTURAIS, RECREATIVOS e RELIGIOSO-CULTURAIS...1 515 426 euros
Em termos de percentagem é cerca de 2,3% em relação ao total da despesa e de 3,1% em relação ao total da despesa de capital que é de 48 252 486 euros.
É uma ninharia.
Incluída neste valor está uma verba de 250 000 euros para a CONSTRUÇÃO DO CENTRO DE CULTURA CONTEMPORÂNEA.
Esta parece ser uma daquelas verbas para dizerem que estão preocupados com a cultura.
Voltaremos mais tarde a falar destes documentos e dos Serviços Municipalizados.

12/01/2009

"Temos que mudar Portugal"

Hoje fui surpreendido com este título num jornal. Despertou-me a curiosidade, porque uma frase aparentemente anódina tem um valor diferente, dependendo de quem a profere.

A afirmação do título "Temos de mudar Portugal" passar-me-ia despercebida se quem a proferiu não tivesse ocupado o cargo de Presidente da República durante oito anos, não tivesse sido Presidente da Câmara de Lisboa e não tivesse ocupado outros cargos de natureza política de elevada responsabilidade.

As pessoas não podem esquecer-se daquilo que fizeram ou não fizeram durante muitos anos.
Esqueceram-se de mudar o que estava mal quando puderam. O partido a que pertence o autor da afirmação está actualmente no poder. O que tem feito para melhorar a vida dos portugueses que vivem do seu trabalho?

As pessoas não podem esquecer-se que durante muitos anos se recusaram ouvir os que pensavam de forma diferente e propunham soluções diferentes. Hoje, muitas dessas propostas já são boas. Que tempo perdido!

Claro que é preciso mudar Portugal, acabar com a miséria, com a pobreza, com as desigualdades sociais,... Para isso é preciso mudar de política, acabar com a política dos governos que nos têm desgovernado e dar lugar à esquerda coerente, à esquerda que não trai os trabalhadores e o povo. Fazer uma verdadeira política de esquerda.

10/01/2009

O ME e os Professores

A polémica em torno do ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE do ministério da educação continua e teve alguns desenvolvimentos e vai continuar a ter na próxima semana.

No passado dia 8 (quinta-feira) a Assembleia da República chumbou por apenas um voto dois projectos de lei que propunham a suspensão da avaliação dos professores. A maioria dos deputados do PS perdeu uma óptima oportunidade de resolver um problema que está a pôr em causa o ano lectivo.

Lídia Jorge, que é sobejamente conhecida, escreveu no Público de sexta-feira, dia 9, um texto notável sobre "Educação: os critérios da excelência". Vale a pena transcrever algumas das suas afirmações:
O Ministério da Educação "Errou ao criar, de um momento para o outro, duas categorias distintas, quando a escola portuguesa não se encontrava preparada para uma diferenciação dual. A escola portuguesa tinha o defeito de não diferenciar, mas tinha a virtude de cooperar. O prestígio do professor junto dos alunos e dos colegas (...) era a medida da sua avaliação."
Mais à frente afirma "... a equipa do Ministério da Educação resolveu criar um quadro de professores titulares, a esmo, à força e à pressa." E ainda "No afã de encontrar a excelência, em vez de se aplicar critérios de escolha pedagógica e científica, aplicaram-se critérios administrativos,..."
Continuando a ler o seu artigo afirma Lídia Jorge que "Era preciso inaugurar nas escolas uma cultura de responsabilidade (...) Mas aí, de novo, a equipa do Ministério da Educação funcionou mal. Se os campos de avaliação do desempenho dos professores estão mais ou menos fixados, e começam a ser universais, os parâmetros em questão foram pensados por mentes burocráticas sem sentido da realidade, na pior deturpação que se pode imaginar em discípulos de Benjamin Bloom, porque um sistema que transforma cada profissional num polícia de todos os seus gestos, e dos gestos de todos os outros, instaura dentro de cada pessoa um huis clos infernal de olhares paralisantes. Ninguém melhor do que os professores sabe como a avaliação é um logro sempre que a subjectividade se transforma em numerologia. Claro que não está em causa a tentativa de quantificação, está em causa um método totalitário que se transforma num processo autofágico da actividade escolar."
Sobre Maria de Lurdes Rodrigues afirma "Depois de ter tido a capacidade de pôr em marcha uma mudança estrutural indispensável para a modernização do ensino, acabou por não ser capaz de ultrapassar o desprezo que desde o início mostrava ter em relação aos professores. E, no entanto, numa política de rosto humano, seria justo voltar atrás, reparar os estragos, admitir o erro sem perder a face. Ou simplesmente passar o mandato a outros que possam reiniciar um novo processo."
Infelizmente a equipa do ME continua a persistir no erro e de cada vez que fala, como diz Mário Nogueira, representante dos professores, "é no sentido de agravar o conflito (com os professores) e deitar mais achas para a fogueira."

Na próxima semana, os professores, no DIA 13 DE JANEIRO, terça-feira, terão uma JORNADA NACIONAL de Reflexão e de Luta, em que discutirão, em reuniões realizadas nas escolas:

- A Revisão do Estatuto da Carreira Docente e suspensão do modelo de Avaliação do Desempenho
- A Greve Nacional de 19 de Janeiro e acções a realizar, de âmbito local
- Aprovação de tomadas de posição

09/01/2009

A Assembleia Municipal reuniu no dia 30 de Dezembro para discutir e aprovar dois documentos fundamentais ao funcionamento da Câmara Municipal: as Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2009.
Foi a última reunião do ano 2008. É natural que os diversos partidos tenham feito balanço da acção da Câmara.
A CDU através de Vladimiro Vale lembrou mais uma vez "o esquecimento" do Plano Estratégico 2020, que foi aprovado e metido na gaveta. A Câmara continua sem uma estratégia de desenvolvimento para o concelho e para a cidade, especialmente o centro, cuja desertificação continua a aumentar.

O sr. Morão continua a caça ao voto: apresentou um filme (quem o realizou e quem o pagou? Foi o sr. Morão ou a Câmara Municipal?) sobre a zona industrial e a criação de empresas fazendo algumas afirmações bombásticas entre as quais esta: "Quem tem uma estratégia igual à nossa?" Eu respondo: se tivesse uma estratégia igual à do sr. Morão eu borrava um pé todo - como diz um amigo meu.

Não haverá ninguém que lhe diga que o ridículo, por vezes, mata. Ele não descobriu ainda que há outras pessoas que são mais competentes do que ele e que, por vezes, as afirmações que faz não têm nexo nenhum. Ainda ninguém lhe disse, dos que andam à volta dele, que primeiro temos de definir para onde queremos ir, quais os nossos objectivos (estratégia) e depois decidimos qual o caminho para chegar ao objectivo. Isto quer dizer que há muitos caminhos para chegar aos objectivos, que até podem ser diferentes, e não apenas os do sr. Morão. Um pouco de humildade não lhe fazia mal. Talvez se ouvisse a opinião de outras pessoas, pois como diz o deputado da CDU, Vladimiro Vale, "há défice de discussão colectiva", aprendesse alguma coisa.

As obras previstas para realizar no ano de 2009 não trazem nada de novo. São obras já antigas, que já deviam ter sido feitas há muito.
Um exemplo é o Centro Coordenador de Transportes que se mantem na agenda há mais de 20 anos: o sr. Morão está lá há doze. Esperamos e fazemos votos para que seja desta. Castelo Branco é a única capital de distrito que não tem uma central de camionagem.
As questões culturais continuam a ser o parente pobre dos orçamentos. Curiosamente, o Cine Teatro Avenida vai ser palco, no mês de Janeiro, de dois espectáculos. Registamos com agrado o acontecimento, tão raro é o "fenómeno".
Os Serviços Municipalizados também tiveram o seu orçamento aprovado apenas pela maioria PS.
Preparem-se os albicastrenses que vem aí um aumento do preço da água: mais cerca de 6%. Será o que o director dos SMAS chama uma "política de rigor e de prudência"?

08/01/2009

O Ano de 2008

Quando termina um ano é hábito fazer-se um balanço do que de mais importante se passou. Não temos a pretensão de ser exaustivos. Vamos referir-nos apenas a alguns aspectos que foram marcantes para nós a nível internacional, nacional e local.

A NÍVEL INTERNACIONAL:

- Continuou a ocupação americana do Iraque e da Nato no Afeganistão e continuaram a morrer muitas vítimas inocentes;
- O capitalismo entrou em crise. A ganância dos banqueiros levou à falência alguns gigantes da banca e dos seguros nos Estados Unidos, na Europa e um pouco por todo o mundo e prejudicou milhões de pessoas que perderam as suas casas, as suas economias,... As economias ressentiram-se e entraram em recessão no terceiro trimestre de 2008;
- O preço do petróleo atingiu máximos históricos, contribuindo para agravar a crise económica;
- Acabou-se o ano com as ameaças de Israel aos Palestinianos da Faixa de Gaza que está transformada numa enorme prisão. É o espaço minúsculo de cerca de 40 km2 assinalado, onde vivem cerca de 1,5 milhões de pessoas, que estão encerrados entre o Egipto, 0 Mar Mediterrâneo e Israel (retirado de www.passeiweb.com)

Apesar de Israel não ser em termos territoriais um país extenso (tem pouco mais de 20000 km2), a diferença com a Faixa de Gaza é abissal. É a luta entre David e Golias. Mas quem o papel de Golias é Israel e as vítimas são os mesmos de sempre: as CRIANÇAS, as mulheres, os velhos, os inocentes, os indefesos,...






A NÍVEL NACIONAL:

- A sensação que temos é que passámos o ano a ouvir o primeiro-ministro Sócrates a negar a existência da crise e os cidadãos, especialmente os trabalhadores a manifestarem-se contra a política do governo. E foram realizadas manifestações e greves que vão ficar na história pela sua dimensão, entre elas as manifestações e greves dos professores contra o Estatuto da Carreira Docente do ministério da educação.

A NÍVEL LOCAL:

- A Câmara Municipal transformou a cidade num estaleiro com as suas famosas obras que, na maior parte dos casos, deixaram tudo na mesma ou pior e foram um esbanjamento de dinheiro;
- Mesmo que o sr. Morão diga o contrário a Câmara continua sem uma orientação estratégica definida e as acções efectuadas têm um carácter casuístico, sem uma linha de rumo coerente. É fundamental que o objectivo estratégico do PDM de criação de emprego de QUALIDADE seja a linha de orientação da acção camarária;
- O trânsito na cidade continua caótico. Não foi feito um estudo que permitisse organizar o tânsito na cidade e as carreiras de transportes urbanos se tornassem eficientes
- Os documentos fundamentais de planeamento como o PGU e PDM, que devem servir de balizas ao desenvolvimento do concelho continuaram sem ser revistos.É evidente que muitas outras acções e fenómenos aconteceram. Continuaremos a escrever sobre o aconteceu e sobre o futuro e contamos também com a vossa opinião e colaboração

06/01/2009

"2009: O ano que ninguém desejava"

O meu amigo Carlos Vale que escreve regularmente uma crónica semanal no jornal "Povo da Beira" iniciou o novo ano com um texto cujo título é o que se indica. Com a sua devida anuência divulgamos o texto publicado:

"A crise que insistiam em negar está aí e veio para ficar. Apesar de haver quem alertasse que mais tarde ou mais cedo a "bolha" rebentava, o triunfalismo reinante exercido pelo poder económico e também pelo poder político da sua confiança só tinha olhos para a partilha do dinheiro fácil obtido através de jogos financeiros fraudulentos que contavam com a preciosa ajuda ou omissão conivente dos organismos fiscalizadores e reguladores, fossem eles privados ou públicos.
Perante o cenário devastador, 2009 passou a ser o ano de todas as desgraças. Até o "optimista-mor", J. Sócrates, que sempre negou a crise, de um momento para o outro, acabou por afirmar que 2009 representava a dobragem do Cabo das Tormentas.
De súbito, 2009 passou a ser um ano difícil. Tão difícil, que ninguém o desejava. Com o aproximar da quadra natalícia e das festas do Ano Novo, comediantes, cartoonistas, escritores, realizadores, jornalistas e muitos outros intervenientes dedicaram muito do seu trabalho e da sua criatividade ao ano 2009. Bastante utilizado foi o anedotário nacional que saiu substancialmente enriquecido. O tema contou igualmente com a contribuição da tradicional graça e sabedoria popular, património do nosso povo. Houve quem, com elevado e oportuno sentido de humor, "festejasse" a entrada em 2010. Argumentavam que era uma hipocrisia desejar como bom o que se sabia ir ser mau. Percebemos e naturalmente também nos rimos!
Todavia, qualquer que seja o nosso desejo, 2009 existe. Ele aí está. Terá, como os outros, 365 dias, 52 semanas e 12 meses. Para muitos, 12 dramáticos fins de mês.
Humor à parte, uma coisa é certa: 2009 é um ano importante. Não só, porque vai ser necessário dar resposta aos problemas e necessidades dos que mais precisam, assim como para apurar as responsabilidades dos verdadeiros autores da "economia de casino", que causou graves distorções económicas, financeiras e sociais que estão na origem da maior e mais grave crise de que há memória na economia portuguesa e que tantos sacrifícios custaram e vão continuar a custar à grande maioria da população.
Por outro lado, 2009 é ano de eleições. Por três ocasiões os portugueses vão poder rever as suas anteriores escolhas para o Parlamento Europeu, para a Assembleia da República e para as Autarquias Locais. São três oportuinidades que os cidadãos eleitores têm para alterar muitos dos factores que levaram ao agravamento da qualidade de vida, à perda do poder de compra, de direitos sociais, na saúde, na educação e na justiça e com a sombra do desemprego a pairar, permanentemente, sobre as suas cabeças.
Em 2009, é tempo de parar com a política de mentira de Sócrates e das promessas não cumpridas. Em oito anos, Portugal não mais parou de descer no barómetro das desigualdades e das injustiças sociais. É tempo de parar de se justificar com a mentira descarada de que é a crise internacional a culpada de tudo o que está a acontecer, quando ainda pouco tempo antes a negava. O que ele pretende é esconder o facto incontestável de que muito antes de ser declarada a crise internacional, já o seu Governo tinha mergulhado o País numa grave crise económica e social, assim como quer justificar que é a mesma a culpada de todas as medidas gravosas que se prepara para aplicar.
A verdade é que a política de Sócrates seguiu as dos anteriores governos, cujo objectivo essencial foi a defesa dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros, contrária aos interesses nacionais e penalizadora dos interesses de quem trabalha ou vive das suas pensões ou reformas, a quem sempre recusou qualquer ajuda.
Ao contrário, como factos recentes provam e como por magia, milhões e mais milhões apareceram para resolver os problemas dos ricos, para salvar bancos falidos, para tapar buracos sem fundo, na sequência de falcatruas, que constituem verdadeiros casos de polícia. Para uns, tudo. Para outros, só dificuldades. Será que crime compensa?
Seguiu-se a famosa intervenção natalícia do primeiro- ministro, que superando-se a si mesmo, revelou uma imaginação sem limites para o auto-elogio dos seus "feitos" e ao puxar para si próprio a baixa da taxa de juro para a compra de habitação, quando todos sabem não ser da sua competência. Os portugueses não são estúpidos...
Obviamente que a participação democrática não se esgota com a realização de eleições. Os portugueses sabem-no muito bem e têm-no demonstrado no terreno, ao participarem activamente em muitas das lutas levadas a efeito até ao momento, lutando por melhores condições de vida e evitando males piores.
O que já se sabe sobre o aumento do desemprego, do aumento das dificuldades para milhares de famílias, dos aumentos dos preços já anunciados, energia, portagens, pão e também o aumento do preço da água com que a Câmara de Castelo Branco "brindou" os albicastrenses, não augura nada de bom para a vida dos portugueses.
Por tudo isto, 2009 representa uma grande oportunidade para mudar de rumo."

(Carlos Vale, publicado em Povo da Beira, 6 de Janeiro de 2009)