A outra notícia prende-se com a realização de um Seminário Transfronteiriço sobre Mobilidade em Cidades Médias e Áreas Rurais nos dias 23 e 24 de Abril, organizado pela Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco. Segundo o professor Rui Alves, o responsável pela organização do seminário "as questões da mobilidade e dos transportes são muito importantes para a inclusão e integração sociais e territoriais". Estas questões nunca foram tratadas com a devida importância na nossa região. É importante que as autarquias se debrucem sobre os seus sistemas de transportes de modo que as soluções encontradas sejam adequadas às nossas cidades e áreas rurais. Esperemos que os autarcas do nosso distrito estejam atentos a uma problemática tão importante.
31/03/2009
Duas notícias importantes
A outra notícia prende-se com a realização de um Seminário Transfronteiriço sobre Mobilidade em Cidades Médias e Áreas Rurais nos dias 23 e 24 de Abril, organizado pela Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco. Segundo o professor Rui Alves, o responsável pela organização do seminário "as questões da mobilidade e dos transportes são muito importantes para a inclusão e integração sociais e territoriais". Estas questões nunca foram tratadas com a devida importância na nossa região. É importante que as autarquias se debrucem sobre os seus sistemas de transportes de modo que as soluções encontradas sejam adequadas às nossas cidades e áreas rurais. Esperemos que os autarcas do nosso distrito estejam atentos a uma problemática tão importante.
27/03/2009
A via sacra dos ministros e secretários
O último visitante, ou melhor, a última visitante veio quase "clandestinamente". Chegou ontem, dia 27 de Março. Parece que nem a imprensa sabia. Contudo, como nem sempre é possível manter tudo no segredo dos deuses, o Sindicato dos Professores da Região Centro conseguiu descobrir a marosca e mandou para a comunicação social uma nota:
"Mais uma vez a Ministra da Educação demonstra "medo" em enfrentar a população escolar e vem ao distrito de Castelo Branco escondida de tudo e de todos para evitar confrontar-se com a contestação daqueles que são os principais alvos da desastrosa política do Governo do PS e do seu Ministério da Educação.
Apesar dos desmentidos, hoje, a esta hora a Ministra está na EB2,3 Serra da Gardunha e, por volta das 13 horas, estará em Castelo Branco, no Hotel Colina do Castelo, onde almoçará com os Presidentes dos Conselhos Executivos (PCE) a convite da Vereadora do PS da Câmara de Castelo Branco.
Como interpretar a origem do convite? Como interpretar que seja uma câmara a tomar a iniciativa de convidar todos os PCE de todo o distrito? Qual a pertinência de ser esta entidade e não o Governo Civil ou as estruturas desconcentradas do ME a fazê-lo?"
Mas os professores estiveram no Hotel Colina do Castelo para dar "as boas vindas".
Mas também lá estavam os professores de Espanhol que pretendiam saber como é que o Ministério da Educação pretendia resolver o seu concurso, preterindo professores com formação profissional por outros com formação insuficiente. Mais uma vez o que se pretende é "poupar" dinheiro.
Agora perguntamos nós:
Qual os objectivos deste almoço feito tão às escondidas? Que assuntos de importância para o distrito foram tratados? Ou esta visita é mais uma operação de propaganda para o sr. Morão? Ele também lá estava e desta vez não chegou atrasado. E quem pagou o almoço? Claro, o orçamento da Câmara, que sai dos nossos impostos.
Dia Mundial do Teatro - 27 de Março
Amanhã, dia 28 de março, também é um dia importante: Dia Nacional da Juventude. Convem não esquecer.
25/03/2009
O capitalismo não muda
Este mesmo senhor afirmou também durante esta semana que o acordo que assinou em concertação social sobre o salário mínimo de 500 euros para 2010 "era apenas intenção". Pelos vistos os acordos para os dirigentes máximos do capitalismo não são para cumprir. Só se cumprem aqueles que os favorecem. Os que tentam fazer justiça aos trabalhadores só são cumpridos com a luta.
23/03/2009
Aniversário da cidade de Castelo Branco - 238 anos
"Sendo hoje, dia 20 de Março também o "Dia Mundial da Água"(...) considerou a CDU que uma boa forma de comemorar os dois eventos era falar sobre a temática da água, que neste momento está a ser discutida no Fórum Mundial da Água em Istambul, na Turquia.
Uma sondagem da Marktest demonstra claramente que 69% da população portuguesa é contrária à privatização ou gestão privada dos serviços de abastecimento de água e saneamento e defende a sua manutenção sob gestão municipal (...)
É importante dizer que dos 69% que se manifestaram contra a privatização ou gestão privada, 88,2% valorizam o facto de que "a água é de todos", 83,2% de que se trata de "um serviço público essencial" e 77,4% considera que a privatização compromete "o acesso à água por pessoas de menores rendimentos"(...)
As preocupações ambientais também tiveram importante significado entre os entrevistados. Uma expressiva maioria dos inquiridos (86,7%) considerou que a protecção do ambiente constitui uma característica "muito importante" da gestão dos serviços públicos. Este aspecto é revelador de uma consciência mais apurada e responsável por parte da população nas questões ambientais.
(...) A conclusão que se pode tirar dos resultados da sondagem é que os portugueses afirmaram inequivocamente que a água, saneamento e resíduos sólidos são direitos sociais e humanos que não podem ser reduzidos à mera lógica do lucro e expressaram a sua confiança nas autarquias enquanto órgãos democráticos para continuarem a assegurar aqueles serviços.
(...)
A água não se fabrica, nasce da terra, corre pelos rios e mares, à superfície e subterraneamente. Ao contrário do que muitos pensam é um bem escasso, que é preciso preservar e defender.
(...)
Ao longo de anos, muitos decisores políticos e responsáveis por actividades de sensabilização pediram que o direito à água fosse reconhecido como um direito humano, considerando que isso seria um passo essencial para garantir que fossem tomadas medidas a favor dos que sofrem de falta de acesso ao abastecimento de água limpa.
(...)
Em Novembro de 2002, o Comité da ONU para os Direitos Económicos, Sociais e Culturais afirmou que o acesso a quantidades suficientes de água limpa para o uso pessoal e doméstico é um direito fundamental de todos os seres humanos. No seu Comentário Geral nº 15 o Comité referiu que "o direito humano à água é indispensável para a vida com dignidade humana. É um pré-requisito da realização de outros direitos humanos."
Estes são alguns dos aspectos apresentados pelo representante da CDU na referida Assembleia Municipal, que o sítio da câmara se "esqueceu" de referir.
A água é um bem essencial e estratégico para as populações. Por isso é que há tantos interessados em deitar-lhe a unha. É preciso estarmos atentos e evitar que isso aconteça.
19/03/2009
Obras que não foram feitas
Vou falar das obras urgentes que deviam ter sido feitas, mas não foram. E porque não foram feitas?
A imagem é de um bairro desta cidade de Castelo Branco, que existe há muitas dezenas de anos, mas que não se vê. Tal como disse uma senhora que estava à porta de casa e perante a pergunta - porque é que o bairro não estava arranjado? - respondeu: - Sabe, aqui não passa ninguém.
Claro, ali não passa ninguém e os responsáveis autárquicos estão mais interessados em fazer obras que dêem nas vistas, a maior parte das vezes, esbanjando dinheiro, mas onde passa muita gente.
Todos eles ainda não descobriram que uma cidade moderna, uma cidade para o futuro tem de oferecer a todos os seus habitantes condições DIGNAS de habitabilidade: água, esgotos , energia, ruas, jardins, equipamentos urbanos,... Não é o que se vê nas imagens.
Em pleno século XXI não é aceitável que pessoas vivam nestas condições. As obras não podem ser feitas a pensar em eleições. A qualidade de uma gestão mede-se pela resolução de problemas urgentes que sirvam as pessoas e melhorem as suas condições de vida.
Há mais situações destas espalhadas por esta cidade, mas também pelas freguesias do concelho. Voltaremos a este assunto.
15/03/2009
É preciso acabar com a indiferença
As intervenções urbanas feitas pela câmara municipal de Castelo Branco têm a marca do modernismo bacoco e fizeram-se coisas que, embora pouco significativas, têm o sinal do gosto duvidoso.
Haverá sempre aqueles para os quais tudo o que for feito está bem. São os apoiantes indefectíveis . O seu espírito crítico limita-se a apoiar. Para eles não existe gosto. Aceitam tudo desde que venha do seu "Sol".
Haverá também outros que, embora reconheçam que há coisas mal feitas, não protestam, porque o que é preciso é fazer. Ainda não descobriram que há muitas maneiras de fazer obra e que é preferível não fazer nada do que fazer mal feito. Há mais gente que sabe fazer. Precisam é de oportunidade para o fazer.
Há, depois, aqueles que gostam de coisas bem feitas, que têm espírito crítico e não admitem a indiferença. É preciso lutar contra a indiferença.
Batista-Bastos escrevia há dias num jornal o seguinte: "(...) ao mesmo tempo reconhecia o triste silêncio de uma mais triste gente que por aí anda, civicamente adormecida, (...), que somente se preocupa em arrumar a vidinha"- isto a propósito de outras questões mas que se aplica à indiferença que corrói, que se banaliza e que permite que a nossa cidade seja transformada numa "coisa" fria, sem alma, sem identidade, sem gosto e ninguém levanta a voz para protestar, para contestar, para exigir que aos albicastrenses seja dado o direito de opinar sobre o que querem para a sua cidade.
Temos vindo a tomar posição sobre muitas obras que têm sido feitas. Com algumas delas não concordamos em absoluto e dizemos porquê. Algumas vezes são questões menores. No entanto, os pormenores fazem, por vezes, a diferença. É o caso que hoje vamos apresentar.
Não gosto do que vejo na foto. Para mim os candeeiros não "nascem" no meio da relva. Eu "vejo" as árvores no meio da relva. Aqui é ao contrário. Também os bancos não estão bem. Estão virados para dentro. Para mim ficavam bem virados para fora. Passo regularmente no local e nunca lá vi uma pessoa sentada. São desabrigados no inverno e não vão ter sombra no verão.
A CDU, aquando da discussão do programa Polis, propôs que as obras a realizar fossem discutidas e aprovadas na Assembleia Municipal uma a uma, permitindo assim a opinião dos munícipes e ter-se-iam evitado alguns disparates nas obras realizadas pela câmara do sr. Morão. A proposta foi recusada. Eles sabem tudo e não precisam da opinião dos outros. Está a ver-se diariamente. Parafraseando um dizer conhecido: cada obra cada asneira.
Prepara-se uma intervenção de fundo na zona da estação do caminho de ferro. É tempo de os munícipes darem a sua opinião sobre o que se pretende fazer. A avenida da estação (avenida Nun'Álvares) é a mais bonita da cidade. Não podemos deixar que a adulterem.
Já é tempo de a câmara pôr à discussão dos munícipes o que pretende fazer. Desde já, a avenida deve ser intocável.Que tipo de intervenção deve ser feita para a estação? Como se vai fazer a ligação com a parte sul da cidade? O que se pretende fazer na zona da Metalúrgica? E no Largo da Estação? Podemos continuar a fazer perguntas. Temos é de acabar com a indiferença dos albicastrenses. A cidade é deles e não podem e não devem deixar "destruir" a sua cidade. A avenida Nun'Álvares é emblemática e deve ser melhorada, mas não alterada. Devemos dar opinião antes de qualquer obra ser feita. Depois já é tarde. É um direito de cidadania dar opinião acerca da coisa pública. Uma cidade é como um ser vivo, se maltratado, morre.
14/03/2009
Manifestação da CGTP-IN
É tempo de MUDAR DE RUMO. É tempo de exigir EMPREGO, melhores SALÁRIOS, mais DIREITOS.
Mais uma vez foi uma manifestação grandiosa que diz bem do descontentamento de quem trabalha em relação à política de Trabalho e Segurança Social do Governo Sócrates/PS.
Bem pode o primeiro ministro desvalorizar a dimensão do protesto porque já ninguém acredita na indiferença. Bem pode pedir a maioria absoluta para as próximas eleições: jamais a terá; os trabalhadores estão a acordar e a abrir os olhos.
Bem pode tentar ignorar a dimensão do protesto, porque nem os amigos da comunicação social conseguem esconder que foram mais de 200 mil que estiveram na avenida da Liberdade para condenar Sócrates e o seu governo.
E impossível continuar a falar de maioria absoluta
com protestos desta dimensão.
É preciso, é urgente uma política diferente, como dizia um dos slogans da manifestação.
A CGTP-IN reafirma que "MUDAR DE RUMO é necessário e é possível, para melhorar as condições de vida do povo português" e só com a luta se consegue essa mudança.
12/03/2009
A caça ao voto acelerou
O que se diz quando quando se inaugura uma obra que já está a funcionar? Há aqui qualquer coisa de obsceno, quando se anda a gastar dinheiro em tempo de crise quando o desemprego aumenta diariamente e já há muitos portugueses a passar fome. Quem pagou o almoço? Terão sido os contribuintes como é hábito?
Claro que a inauguração meteu ministro. Quem havia de ser? Segurança Social indica ministro do "Código do Trabalho", o ministro da precariedade, o ministro das reformas a 54% ou a 45%. Mas o sr. Morão também lá estava e continua a dar cobertura a uma política que todos os dias piora as condições de vida dos portugueses trabalhadores.
Ao comentar este evento, um amigo referiu que no capítulo de inaugurações, os mesmos se preparam para inaugurar as traseiras do edifício da ASAE. Já inauguraram a parte da frente e agora seguem-se as traseiras. Espero que esta informação não seja verdadeira. A sê-lo, atingimos o grau zero da demagogia.
08/03/2009
Manifestação dos Professores
Mais uma vez a Plataforma de Sindicatos mobilizou os professores e organizou um "cordão" que uniu o Ministério da Educação, na Rua 5 de Outubro, ao palácio de S. Bento onde se encontra instalado o Primeiro Ministro e a Assembleia da República. O cordão terminou na AR com uma concentração com os cerca de 10 000 professores que participaram no protesto. Foi ontem, dia 7 de Março.Mais uma vez os professores, unidos, afirmaram que
- É preciso defender a escola pública
- É preciso defender a profissão docente
- É preciso substituir o actual modelo de avaliação de desempenho
- É preciso restituir às escolas a autonomia e organização democrática
- É preciso uma boa legislação de concursos que dê estabilidade profissional aos professores
- É necessário exigir a revogação das alterações às regras da aposentação
- São necessárias políticas fiscais sérias
06/03/2009
Que a pátria lhes seja leve
Que a pátria lhes seja leve
Comoveu-me a notícia da opção cão d’ água português da família Obama. Mais: envaidece-me saber que o próximo futuro luso-americano ocupará um cargo na administração norte-americana, ao mais alto nível. Agora tinha o som perfeitamente regulado para não restar qualquer dúvida. Depois do famoso homem que mordeu o cão, outro bicho notável ocupa as páginas dos jornais, com a globalizante diferença daquele ladrar em inglês.
Ora se eu humano cidadão rejubilo com tal possibilidade, imagine-se o orgulho da comunidade canina portuguesa, a par dos nossos governantes, que assim conseguem uma inesperada e simultânea lança em África e na América.
Porém, isto de exportar o nosso melhor – seja para o coração da Europa, seja para os EUA – tem também os seus inconvenientes. Não, não é a minha alma de Velho do Restelo ressuscitada. É preocupação séria, juro. É que uma coisa é exportar cortiça, calçado ou mesmo vinho do porto, rapidamente consumidos; outra bem diferente é a exportação da nossa criação viva e perene.
Logo após ter surgido a possibilidade de ser português o cão escolhido pelo D. Sebastião (versão de lá para cá) norte-americano, os preparativos, levados a rigor, tiveram lugar no Algarve, com o escrupuloso acasalamento da cadela, freelancer à força, e agora seguida com enormes cuidados e expectativas. Oxalá tudo corra como é esperado, a bem da nação, do prestígio de Portugal no mundo, da cooperação internacional, do desenvolvimento económico e consequente saída da crise capitalista, assim designada, mas que lixa sobretudo os que para ela em nada contribuíram.
Agora, todos vão estar de olho no candidato. O seu desempenho e porte passarão a ter conta peso e medida, já que a escolha foi tão inesperada para ele como para todos nós. Não serão de acalentar esperanças quando ao nome, uma vez que estarão fora de qualquer hipótese os vulgares bobi ou pantufa e, muito menos os despropositados nero ou tarzam, que por muito prazenteiros que sejam por cá, não terão com certeza o mesmo sentido para o resto do mundo.
Convirá não aportuguesar muito a coisa. Não é seguro que o que é bom para os portugueses seja bom para o resto do mundo. Certo, certo, é que um cabelinho aparado fica sempre bem. A imagem conta muito.
A possibilidade de arejar além fronteiras não deixa de ser aliciante. Espairecer e aumentar o pecúlio não são coisas para desprezar, homessa!
A pátria canta amanhãs de esperança, o que é válido para o cão d’água, é-o também para o candidato socialista.
João de Sousa Teixeira
05/03/2009
Insensibilidade social
1 - Houve um aumento do preço da água consumida, que se cifrou em cerca de 4%, bastante acima da taxa de inflação.
2 - O total das tarifas (disponibilidade + saneamento + resíduos sólidos) passou de 11,70 euros para 12,26 euros, o que corresponde a um aumento de cerca de 5%.
Sabendo as dificuldades que os albicastrenses sofrem, só posso pensar que os responsáveis da Câmara Municipal e dos Serviços Municipalizados revelam uma enorme insensibilidade social e falta de solidariedade com os mais pobres e necessitados. Não nos podemos esquecer que é precisamente nas taxas, que todos pagam (pobres e menos pobres), que houve os maiores aumentos. Nem a crise os fez arrepiar caminho.
Será que estes aumentos eram absolutamente necessários, quando se sabe que o preço da água, em Castelo Branco, é um dos mais altos do país?
Ou será que querem pôr-se em bicos de pés para afirmarem ser bons gestores? Com aumentos de preços? Assim, qualquer um (nem sequer precisa de ter curso de gestão) é bom gestor.
É preciso é pensar nas pessoas. É para isso que são eleitos: para servir.
04/03/2009
A pobreza da crise
O sr. Morão deve andar distraído e ainda não ouviu falar que em Portugal (números do governo) há cerca de 18% dos portugueses (o que quer dizer que são cerca de 2 milhões) a viver abaixo do limiar da pobreza, que é viver com menos do que o ordenado mínimo. Estes dois milhões não têm nada a ver com Castelo Branco.
Este é o argumento de quem não quer fazer nada para ajudar a combater os efeitos da crise. Ou então há falta de ideias para ajudar as pessoas.
Será que na câmara nunca ouviram falar de que há filas cada vez maiores nas instituições que distribuem bens alimentares e roupas a quem precisa?
Será que na câmara nunca ouviram falar que já há pessoas em Castelo Branco à procura de comida nos caixotes do lixo, mas, infelizmente, até esses estão cada vez mais vazios?
Será que na câmara nunca ouviram falar que há pessoas a passar mal, mas com vergonha de mostrar as suas dificuldades as escondem e apenas o dizem, por exemplo, aos seus médicos quando confrontadas com a situação?
Será que nunca chegou junto do sr. Morão alguém que ficou desempregado há mais de dois anos e já não tem subsídio de desemprego e lhe pediu roupa e dinheiro, como já me aconteceu?
Está na altura de a câmara fazer alguma coisa para minorar os efeitos da crise aos mais necessitados e não se inventem desculpas para não fazer nada.
As obras que não servem os cidadãos
Já falei com algumas pessoas e todas parecem pensar o mesmo: estarão a preparar mais uma operação de propaganda para as eleições? Daqui a uns meses preparam uma festança e o sr. Morão mais o nosso primeiro, sempre magnânimos, mostram ao povo como se faz demagogia.
Entretanto os doentes que precisam de cuidados de saúde que se cuidem!
01/03/2009
Encontro Nacional do PCP
Estive para escrever sobre o congresso do PS, mas como toda a gente fala e, além disso, o que lá foi dito é mais do mesmo: é a "campanha negra" a propósito do Freeport e de todas as vezes que o nome de Sócrates aparece envolvido em situações "invulgares" (e são muitas); mas também é nós (eles, os do PS) somos os melhores (está à vista).
De modo que indo contra a opinião do "rebanho" decidi escrever sobre o Encontro Nacional do PCP sobre as Eleições 2009, realizado ontem, 28 de Fevereiro, em Almada, na Academia Almadense.
Eu estive lá: vi, li e ouvi muitas intervenções sobre a situação política, económica e social portuguesa, de norte a sul do país. Neste Encontro falou-se de coisas sérias e da resolução dos problemas do povo e do país. Apresentaram-se soluções e propostas para os problemas do país. Não se fez show, porque lá trataram-se coisas com seriedade.
A seguir apresentam-se alguns extractos de duas intervenções:
"(...)Mais de trinta anos de política de direita que fizeram de Portugal um país mais dependente, mais endividado, mais deficitário, mais vulnerável, mais injusto e desigual.
Política que é a grande responsável pela estagnação económica crónica do país, pelos elevados níveis de desemprego, de precariedade, do aumento da exploração e do declínio dos rendimentos do trabalho, das desigualdades e assimetrias regionais, da ruína de milhares de micro, pequenos e médios empresários e pela escandalosa e obscena concentração da riqueza nas mãos de uma minoria de priveligiados e uns tantos especuladores.
Política de direita que nos últimos quatro anos de governo do PS assumiu uma nova amplitude e intensidade que agravou ainda mais os problemas do país e as condições de vida dos trabalhadores e do povo com a sua política de liquidação de direitos e conquistas sociais na saúde, no ensino, na segurança social.
Quatro anos de governo do PS que fizeram recuar para um patamar ainda mais baixo a resposta aos três problemas centrais do país e que uma verdadeira política de defesa do interesse nacional e dos portugueses deveria assumir: o défice de produção, o desemprego e a injusta distribuição do rendimento nacional.
Aqueles que têm governado o país, perante a gravidade da crise tudo fizeram para esconder e mistificar as verdadeiras causas que estão na origem da grave situação que o país enfrenta.
PSD e CDS querem convencer os portugueses que os problemas começaram há três anos atrás e que os portugueses viviam no melhor dos mundos com Barroso e com Santana e a assistência de Paulo Portas.
O PS quer convencer os portugueses que a situação a que chegou o país não é da sua responsabilidade.
Nem do actual governo, nem dos seus governos anteriores.
A crise do capitalismo passou a servir de desculpa para tudo a José Sócrates e ao PS, incluindo para a situação de estagnação crónica em que o país vive e para as desastrosas consequências dos seus quatro anos de governação que culminam na recessão que assola o país.
Uns e outros o que querem é que tudo fique na mesma, girando apenas a roda da alternância sem política alternativa. Andam por aí a esgrimir públicas diferenças, mas é preciso uma lupa para descobrir o que os possa diferenciar. Na verdade se há coisa que não muda em Portugal é o núcleo central das políticas que estruturam opções da acção governativa dos últimos anos e que passam de governo em governo, do PSD para o PS, do PS para o PSD, com ou sem CDS. Pode José Sócrates anunciar que o PS é a força da mudança, mas a realidade nua e rua mostra que não há grelha de soluções políticas mais conservadora e mais imobilista que a matriz de soluções esteriotipadas da política de direita que invariavelmente aplicam em todas as circunstâncias e em todas as conjunturas, com a única excepção da sua utilização "soft" em anos eleitorais.(...)"
Da intervenção de Jerónimo de Sousa no Encontro Nacional do PCP
"(...)1. Se há coisa certa relativamente às 3 eleições de 2009, é que no centro dos processos eleitorais vai estar a crise do sistema capitalista, a crise do capitalismo português. Certo e seguro, no c entro do intenso debate político e ideológico que se vai travar, que as eleições sempre representam, teremos desta vez, naturalmente mais nas eleições para o PE, mais para a AR, os problemas do país e do mundo, as análises, as causas e as respostas à brutal devastação, à catástrofe económica e social, que o capitalismo (e o imperialismo) conduziram os países e todo o planeta, os trabalhadores e os povos.
Com toda a força e valor da nossa reflexão, dos nossos argumentos, das nossas propostas, precisamos de fazer da CRISE uma arma de arremesso eleitoral contra o governo PS. Uma arma de condenação eleitoral da política de direita, prosseguida por PS, PSD e CDS-PP ao longo dos 33 anos que levamos de democracia, pós Abril.
Uma arma de desmascaramento da falsa alternativa política aos governos do PSD/CDS-PP, que representou a maioria absoluta do PS, obtida em 2005! Como a actual situação económica e social de Portugal e dos portugueses demonstra de forma indesmentível.
2. No centro da nossa intervenção eleitoral vão ter que estar a denúncia e o esclarecimento das falsas causas que PS, PSD e CDS-PP avançam com origem das causas. Vão ter que estar a denúncia e o esclarecimento das pretensas respostas para a crise. A denúncia e o esclarecimento das manobras de diversão, os esquecimentos oportunos das suas responsabilidades políticas, das encenações de ilusionismo ideológico reaccionário com que vão procurar, mais uma vez enganar, iludir grossas fatias do eleitorado.
Dizendo com já hoje dizem, que a crise é uma coisa que veio da América, mas que nada tem a ver com as políticas da União Europeia, nada a ver, nenhuma semelhança com as políticas de Guterres e Sócrates, de Santana e Portas, de Durão e Cavaco. Crise vinda de fora, pondo em causa os êxitos e sucessos da política do Governo e da maioria PS vinha conseguindo até ao 3º trimestre de 2008!
Dizendo, como já hoje dizem, que a crise é um fenómeno normal, natural. Tão natural como na natureza haver inundações e tremores de terra. E que sendo normal, natural, nada tem a ver com o sistema de exploração que é o capaitalismo, nada a ver com as opções políticas dos partidos e dos governos a favor dos ricos e poderosos. E sendo natural, nada mais nos restaria, se não conformarmo-nos!
Dizendo, como já dizem, que a crise é o resultado de uns banqueiros ganaciosos, alguns corruptos, da falta de ética nos negócios, de falhas da regulação e supervisão do sistema financeiro, que, aliás para alguns como Sócrates, só aconteceu nos EUA, dizendo isto com toda a desfaçatez, quando tem água até ao pescoço dos processos do BCP, BPN, BPP e etc!
É evidente que poderíamos perguntar a esses teóricos da regulação, aos catedráticos do capitalismo ético, como é meia dúzia de banqueiros, essas falhas de regulação (que aliás já tinham sido detectadas aquando dos escândalos da ENROM, WORDCOM, VIVENDI e outros), foram capazes de produzir num país tão poderoso, tão rico, tão inovador, tão avançado tecnologicamente e com elevadas produtividades, como os EUA, pode atingir o nº extraordinário de 12,3% de défice orçamental! (Valor que só por si, deveria fazer emudecer eternamente, os nossos e europeus defensores do Pacto de Estabilidade, os discípulos da obsessão orçamental!).
Dizendo como já hoje dizem, que a crise e os problemas do país, o desemprego, os baixos salários, a falência de milhares de pequenas empresas, é o resultado de vivermos acima das nossas posses, de cada português gastar mais do que ganha. E assim individualizando as responsabilidades e iludindo as descomunais desigualdades sociais no País, desigualdades de rendimentos, de consumos, de patrimónios! Nós todos gastaríamos, consumiríamos demais, mesmo os 20% de portugueses abaixo do limiar de pobreza. E assim, as responsabilidades dos problemas do País não são de 33 anos de políticas de direita, do Governo PS/Sócrates. Não, a culpa é minha, é tua, é nossa. É tua, que tendo um salário insuficiente, te endividaste para comprar uma casa para a tua família, para que os teus filhos frequentem a universidade, para comprar o carro com que te deslocas diariamente para o trabalho. Assim se iliba o capitalismo e um dos seus espúrios produtos, o consumismo. Assim se absolve a política de direita. Assim se passa uma esponja sobre as políticas do Governo PS/Sócrates.(...)"
Intervenção de Agostinho Lopes no Encontro do PCP