31/08/2009

Uma visita a Alcains

Estivemos recentemente em Alcains, que podemos considerar como o segundo maior pólo habitacional e industrial do concelho de Castelo Branco. Embora conheçamos a vila, uma visita guiada revela, por vezes, realidades insuspeitadas. Estamos em tempo de balanço dos mandatos autárquicos, mas também é altura de exigir explicações sobre as promessas não cumpridas (Talvez contassem com a proverbial falta de memória das pessoas ou então que não soubessem ler).
As fotos que seguem ilustram bem o que não se fez, apesar das promessas:










Largo atrás da Igreja Matriz de Alcains

Mas também há obras feitas, que têm a marca Morão/Marujo/PS - o ódio às árvores, ao verde, a predilecção pelos jardins de pedra, sem alma, pouco acolhedores, desabrigados e o futuro dirá:
- as vedações do campo de futebol de 5 já foram arrancadas pelo vandalismo e o campo está cheio de lixo.








- A aparência geral do complexo dá a ideia de que o que se pretende é afastar as crianças do parque infantil e os pais porque não há acolhimento - nem um banquinho para se sentarem enquanto acompanham os filhos:










E hoje ficamos por aqui em relação a Alcains. Voltaremos ao assunto.

29/08/2009

Requerimento - O Plano de Pormenor da Zona Envolvente da Estação Ferroviária de Castelo Branco

Li no jornal "Povo da Beira"da semana passada uma crónica assinada pelo meu amigo e camarada Carlos Vale com o título "E as obras não feitas? Engrenagem!", que põe o dedo na ferida sobre "A obra não feita" do sr. Morão e que é muita. Só os "cegos" é que não querem ver.
Já mais de uma vez nos referimos à zona envolvente da estação do caminho de ferro. Vou tentar contar a "história" deste processo que é exemplar dos métodos "democráticos" usados pelo ocupante actual da cadeira de presidente da câmara.
- no primeiro semestre de 2008 foi aberto um concurso de ideias para a Zona Envolvente da Estação Ferroviária de Castelo Branco. Segundo consta, e já tentei junto de várias pessoas que normalmente acompanham estas coisas saber quantos projectos apareceram, foram apresentados vários "projectos". Não se sabe, no entanto, se alguma das famosas "ideias" agradou ao ocupante.
- O que é certo é que em Outubro de 2008 (17) o executivo deliberou por unanimidade "proceder à Elaboração do Plano de Pormenor da Zona Envolvente da Estação Ferroviária de Castelo Branco", fazendo referência ao prazo de elaboração de 90 dias (onde já vão) e a algumas valências que o plano envolvia.


Como até hoje não há qualquer informação do que se passa (o segredo dos deuses é o conceito de democracia do senhor Morão/PS), a CDU decidiu entregar ao senhor Presidente da Assembleia Municipal o requerimento que apresentamos a seguir:

REQUERIMENTO
De acordo com a Lei das Autarquias compete à Assembleia Municipal “ Acompanhar e fiscalizar a actividade da Câmara Municipal,…”
Considerando que o Centro Coordenador de Transportes (CCT) é uma questão antiga e que exige resposta urgente;

Considerando que o Plano de Pormenor da Zona da Estação de Caminho de Ferro já tem uma história longa que passou por:
- um concurso de ideias em 2008 do qual não se sabem os resultados. Quais as valências, além do CCT, estavam previstas para a zona? Quantos projectos foram apresentados? Qual ou quais foram escolhidos?
- em Outubro de 2008 a Câmara deliberou a elaboração do Plano de Pormenor da Zona da Estação, tendo como prazo de elaboração 90 dias. Existe ou não esse projecto? Já se passaram 10 meses. Para quando a sua apresentação e discussão pública? Para quando a sua aprovação? Que gabinete procedeu à sua elaboração? Solicitamos nos sejam fornecidos os documentos existentes e nos seja facultado o acesso aos processos.

Castelo Branco, 26 de Setembro de 2009

O deputado municipal da CDU

(Joaquim Manuel de Castro Bonifácio da Costa)

Embora de uma forma resumida, este processo permite-nos tirar algumas conclusões:
- O sr. Morão/PS continua a querer manobrar e as decisões que são tomadas no segredo dos deuses já sabemos que conduziram a asneiras a maior parte delas;
- Neste caso da Estação de Caminho de Ferro só não se resolveu ainda o problema porque o sr. Morão mais uma vez tenta impedir a participação dos munícipes e revela incapacidade para resolver sozinho (ficaria melhor falta de competência);
- Como cidadãos albicastrenses devemos exigir conhecer quais as soluções que estão a ser equacionadas, para podermos dar a nossa opinião.

28/08/2009

É preciso evitar erros futuros!!!

O calor que se tem feito sentir deve ter efeito no comportamento das pessoas. Nos últimos tempos, a comunicação social, especialmente escrita, tem publicado a opinião de diversas pessoas, ligadas a forças políticas ou não, sobre a "modernização" levada a cabo pelos responsáveis camarários na cidade de Castelo Branco.
Qualquer cidadão minimamente interessado na sua cidade deve ter verificado que há muita gente descontente com a "obra" do senhor Morão/PS.
Nós somos dos que temos tomado posição acerca das mais variadas "modernizações" a que a nossa cidade tem sido sujeita.
Contudo, pensamos que não podemos aceitar o ditado que diz "Casa roubada, trancas na porta". Antes, entendemos que a participação das forças políticas e dos cidadãos deve ser feita permanentemente, criticando soluções, mas, essencialmente fazendo propostas e dando sugestões. Contudo os responsáveis devem ter espírito de abertura para ouvir as críticas, aceitar as propostas e evitar os erros.
Não é aceitável que os erros, as asneiras, as opções erradas se tornem irremediáveis que é o que tem estado a acontecer. Terá remédio o "deserto" em que se tornou a DEVESA?

Mas há situações que têm de ser rapidamente resolvidas. Mas também têm de ser evitados erros, asneiras, opções erradas,...
A CDU de Castelo Branco, através do seu deputado na Assembleia Municipal entregou três requerimentos sobre assuntos inadiáveis, mas que ainda não estão comprometidos totalmente pelo "modernismo" saloio.
Vamos apresentar um deles. Nos próximos dias seguir-se-ão os outros. Aqui pode ler-se o requerimento sobre o Bairro do Valongo, Vale da Raposa e Carreira de Tiro.
Também o deixamos a seguir, com a certeza de que uma democracia participativa exige a participação dos cidadãos na tomada de decisões e para isso têm de estar informados:

REQUERIMENTO

De acordo com a Lei das Autarquias compete à Assembleia Municipal “ Acompanhar e fiscalizar a actividade da Câmara Municipal,…”

Tendo em atenção que a actividade da Câmara Municipal se deve orientar por regras e objectivos bem definidos, estabelecidos em documentos legais que devem ser do conhecimento dos munícipes e que devem servir para a sua orientação, vimos apresentar a seguinte situação:

- Os Bairros do Valongo, Vale da Raposa e Carreira de Tiro foram, no início da década de 80 do século passado, alvo de um plano de recuperação mandado elaborar pela Câmara Municipal com vista a legalizar e ordenar a construção urbana.

- Este plano orientou durante bastante tempo o desenvolvimento urbano do bairro. Contudo, o tempo torna os planos ultrapassados e é necessário proceder à sua actualização e renovação

- Nesse sentido em 21 de Novembro de 2003 a Câmara Municipal “deliberou elaborar o Plano de Pormenor de Requalificação Urbana do Valongo, Vale da Raposa e Carreira de Tiro” fixando como prazo de execução 120 dias, sendo publicitado um prazo de 30 dias para apresentação de sugestões ou informações por parte dos munícipes.

- Depois desta data, nada mais se conhece acerca deste plano.

Assim, solicitamos as seguintes informações:

1 – A intervenção urbanística da câmara no Bairro continua ou não a ser orientada pelo Plano de Recuperação da década de 80?

2 – O Plano de Pormenor de Requalificação foi ou não elaborado? Em caso afirmativo, qual a sua situação legal? Foi ou não aprovado por esta Câmara?

3 – Solicitamos que nos sejam fornecidos todos os documentos urbanísticos que orientam a actividade da câmara nos referidos bairros.

Castelo Branco, 26 de Setembro de 2009

O deputado municipal da CDU

(Joaquim Manuel de Castro Bonifácio da Costa)
Esperamos os vossos comentários, opiniões e sugestões sobre que cidade queremos.

19/08/2009

No dia mundial da fotografia - 19 de Agosto

Parece que foi numa manhã do dia 19 de Agosto de 1839 que pela primeira vez foi dado a conhecer ao público a invenção de um senhor chamado Louis Jacques Daguerre. Era possível no interior de uma caixa escura captar e fixar numa superfície o "mundo real". Estas imagens chamavam-se daguerreótipos, do nome do seu criador. Ninguém duvida que a fotografia contribuiu para mudar o mundo.
Vou apresentar algumas fotos, obtidas recentemente, que não foram manipuladas (não gosto de fazer isso) para serem apreciadas apenas pelo que mostram.

BRAGA

LAMEGO
VILA POUCA DE AGUIAR
CASTELO BRANCO


18/08/2009

As últimas do Burgo

Já há algum tempo que andamos afastados deste blog. Por várias razões. Hoje,vamos tentar fazer uma síntese dos últimos acontecimentos nacionais e locais.

- A decisão do primeiro-ministro de decretar o princípio do fim da crise só pelo o facto de a economia ter crescido 0,3% em relação ao trimestre anterior, se não fosse ridícula era trágica. Nenhum povo merece ser tratado como ignorante com argumentos destes.

- Logo, no dia seguinte, vem a notícia do aumento do desemprego oficial para 9,1% - 507 000 desempregados registados nos centros de emprego. E os não registados? Os que nunca se inscreveram e os que já não recebem subsídio de desemprego? Segundo dados não oficiais, é claro, porque oficiais não há, são cerca de 120 000, ou seja, mais 2,16%. A somar aos 9,1% dá 11,26% de desempregados. Brilhante!

Mas o mais trágico, é que o crescimento da economia foi por acção da "brilhante" acção do governo e o aumento do desemprego foi causado pela crise internacional, de acordo com a versão do nosso primeiro,...

- Hoje apareceu nos jornais a notícia de que o Palácio de Belém e alguns assessores da Presidência da República poderão estar a ser vigiados. Nada melhor para desviar as atenções dos portugueses do que é essencial, da crise económica, dos despedimentos, do desemprego, dos baixos salários, das dificuldades dos trabalhadores e reformados,...Enquanto se entretêm a discutir espiões não pensam na forma de despedir este governo.

Vejamos o que se passa a nível local:

- Começaram a aparecer os que hibernaram durante 4 anos e só agora se apercebem que há problemas que deviam ter sido encarados de frente para poderem ser resolvidos. A desertificação das nossas aldeias é uma realidade há muitos anos. As freguesias do pinhal, como Sarzedas, com dezenas de anexas estão a "morrer" aos poucos. No entanto, há ainda muitas povoações onde vivem alguns idosos que precisam de ser apoiados em termos de transportes, saúde, segurança, alimentação,... As juntas de freguesias não podem, não devem limitar-se a constatar a "morte" das aldeias e deixar andar. É o que estão a fazer, infelizmente. Um presidente de junta para justificar o não fazer nada afirma que "há freguesias há volta que estão piores". E pronto, está o assunto arrumado. Mas durante 4 anos não fizeram nada.

- Há pessoas que só agora acordaram para a "Cidade Descaracterizada". Só agora descobriram que as "pérolas" do sr. Morão transformaram a cidade numa terra sem alma. E é o Parque da Cidade, que ficou irreconhecível, são as obras do Pólis de que nunca mais se conhecem as contas, é o Largo de São João que se o Cruzeiro falasse diria bonitas coisas, é a Praça Camões, é o jardim da câmara,... São tudo obras acerca das quais nós já falámos há meses. Estes senhores acordaram agora. No entanto, criticam, mas pedem desculpa.
Ninguém pode ser obrigado a estar de acordo com algo de que não gosta, que põe em causa valores que se defendem, convicções que se afirmam,... Pedir desculpa porque não estamos de acordo com as asneiras? Pedir desculpa porque temos opinião? Como diria o "inefável" Lino "Jamais". A crítica democrática é fundamental para o exercício da democracia e ninguém deve pedir desculpa pelo seu exercício.

07/08/2009

AO BORRACHO E AO MENINO

O meu amigo João Teixeira mais uma vez me enviou uma crónica deliciosa, com aquele humor certeiro e corrosivo. Esta crónica trata de um assunto que foi notícia dos jornais há alguns dias. No entanto, é plena de oportunidade, pelo assunto de que trata. Aqui a deixo para que possam apreciá-la, pois este blogue também se faz da língua portuguesa bem escrita e de qualidade.


"Talvez fosse mais aconselhável não falar
disto. O Necas diz-me que quanto mais se mexe na porcaria mais mal cheira. Mas não falar também me dá voltas à barriga… e pelo menos desabafo. Acontece que o tal Alberto acordou há dias com a vasilha ainda em fermentação e lembrou-se de bolsar a peregrina ideia de ilegalizar os comunistas. Constitucionalmente, legalmente, como manda o Estado de Direito e fica composto o ramalhete. Alberto João Jardim faz o que quer. Arrogante e pesporrente, criou na Madeira um clima de medo e de favorecimento de clientelas ao melhor estilo caciqueiro. O Estado é tolerante: tem fechado os olhos às suas diatribes, aos seus humores e às suas vontades, como se existissem energúmenos bons e energúmenos maus. Alberto João Jardim insulta quem muito bem lhe apetece, promove a calúnia e instiga o separatismo (ele e os que o acompanham) com assobios para o lado. Ameaça e faz chantagem com o dinheiro dos impostos de todos nós, contados ao milímetro para os restantes cidadãos, com impunidade e a conivência do Estado. Alberto João Jardim faz birras com as leis da República quando lhe convém, porque não, com argumentos porque sim, e o Estado remata para canto, dizendo que o assunto se resolverá. Alberto João Jardim faz de palhaço-estadista, faz de estadista-alcoólico, como se o Estado fosse um circo ou uma taberna. Sintomaticamente, o silêncio fez-se no seu partido em cujos figurões pensam a mesmíssima coisa. Dizem-no em privado, como é timbre de gente de públiicas virtudes e vícios privados. Riem baixinho de óbvio assentimento e até dizem em jeito de bonomia estulta: “este Jardim é o máximo!” Eis se não quando, o Necas me chegou com a notícia de que um tal Coutinho, colunista, arauto d’”Voz da Razão” no diário das grandes parangonas, dizendo concordar com o sr. dr., que sim senhor, que totalitarismos não sei quê, que se o fascismo é proibido, logo o comunismo, que é parente, também se mete no mesmo saco. Mas onde é que esta gente estava no 25 de Abril? Este, como é óbvio, saltando alegremente nos timtins do senhor seu pai. Pela fácies não parece que vá muito além do martini on the rocks. É das farinhas, só pode! Ou então é porque o homem é mesmo assim, pronto. E sendo assim, não há nada a fazer. No mínimo ganhará mais narizes de palhaço por esse google fora. O mal de tudo isto é que o assunto é sério. Começa-se normalmente assim, tipo bebedeira seca, tipo como quem não quer a coisa, e quando se dá conta já é tarde, porque os esbirros já vêm no primeiro andar do nosso prédio. Depois não há deus que ponha a mão por baixo."

João de Sousa Teixeira teijoao@gmail.com