30/05/2010

Manifestação Nacional da CGTP-IN-Eu estive lá

A CGTP-IN realizou ontem dia 30 de Maio a maior manifestação dos últimos anos em Portugal. Mais de 300 000 trabalhadores participaram na manifestação contra a política do Governo e dos apoiantes PSD e CDS.
300 000 gritaram palavras de ordem que reforçaram o lema:

CONTRA O DESEMPREGO

PELO EMPREGO COM DIREITOS

MELHORES SALÁRIOS PARA TODOS



A avenida da Liberdade foi pequena para a enorme massa de trabalhadores que quiseram mostrar o seu descontentamento com a política do governo PS/Sócrates acompanhado de Passos Coelho/PSD.

Trabalhadores de todo o país fizeram o seu protesto e exigiram uma política diferente.



Poderá encontrar mais fotos aqui

15/05/2010

Para onde vamos?

Nos últimos tempos, a visita do papa e a crise económica estiveram na ordem do dia. Em Castelo Branco parece que vivemos noutro mundo e as questões da crise têm aparecido pouco na blogosfera local. Apresento-vos a minha opinião sobre o assunto tentando dar uma resposta breve à pergunta: Para onde vamos?

A resposta a esta pergunta só tem uma resposta e são os comentadores e “entendidos” de serviço que o dizem: vamos para a recessão.

O “plano de austeridade” anunciado pelo primeiro-ministro e apoiado por Passos Coelho/PSD apresenta várias medidas de reforço ao famigerado PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento), onde, pelos vistos, a Estabilidade não se vislumbra e o Crescimento nicles.

Quando há dias o primeiro-ministro dizia que não ia haver aumento de impostos devia estar a brincar connosco. As medidas de reforço apontam exactamente no sentido contrário:
- aumento de 1% na taxa do IVA, que vai afectar os portugueses de menores rendimentos, os que recebem o salário mínimo, os desempregados, os reformados,…
- criação de uma taxa extraordinária sobre os salários de 1% e 1,5%, que vai reduzir o poder de compra dos trabalhadores.

Eram necessárias estas medidas?

À luz dos interesses dos especuladores, dos alemães que mandam na EU (União Europeia), dos nossos credores e dos grandes grupos económicos em Portugal é claro que eram necessárias. O capitalismo é muito generoso para os poderosos.
Mas se pensarmos um pouco chegaremos às seguintes conclusões:
- a diminuição do poder de compra da população vai reduzir o consumo, que provoca a redução da produção e consequentemente do PIB (Produto Interno Bruto).
- vão aumentar as falências e o desemprego e também os preços (já está a acontecer com o aumento do IVA).
- como o investimento privado só acontece quando os patriotas dos investidores portugueses só o fazem quando têm um chapéu que os proteja e como recusam o investimento público que vai ser reduzido, o crescimento da economia vai diminuir e a economia entra em recessão.

A única coisa que lhes interessa é o défice, mas quando este desce a retoma atrasa. Só o aumento do PIB é que acelera a retoma, que é precisamente o que não vão fazer reduzindo o investimento público que ia substituir o privado que não existe.
Mas o mais grave da questão é que estas medidas são impostas por Bruxelas, pela União Europeia. Mas quem paga as favas é o povo português.

Há outras medidas que poderiam ser tomadas? É evidente que sim.

- Tributação das mais-valias e dos fundos de investimento, redução dos benefícios fiscais do IRC (que só vai sofrer uma taxa que apenas ao pagamento de imposto suplementar que é um terço do pago pelos trabalhadores) e tributar todos os outros rendimentos do capital,…

Como sempre não há apenas uma solução. Há outras. Depende dos interesses que se defendem.

08/05/2010

OS MISERÁVEIS

O meu amigo João Teixeira, mais uma vez, manda-me uma crónica especialmente oportuna, tendo em atenção a situação difícil em que os mesmos que de há 34 anos para cá nos (des)governam colocaram o nosso país. Com o seu costumado sentido de humor, aqui a deixo para que a leiam e apreciem:


Devo confessar que me causa uma certa repulsa quando oiço pronunciar os erres muito além do arranhar próprio da consoante, sem contudo aproveitar uma letra, realmente original, do seu conteúdo. Também o salivar dos belfos, os perdigotos dos mal-educados, e até as buchas dos que não sabem como dizer e as frases corporativas ou técnicas dos que não sabem, de facto, falar. Mais me incomodam aqueles que já tudo viram e, sobre tudo (dizem) já se pronunciaram, deixando para os demais o papel de estultos plagiadores, invejosos das suas sentenças superiores, providenciais e exclusivas.


Pior ainda que tudo isto, tendo a não acreditar nunca em gente tal. E quanto maior o empenho dos protagonistas, maior se torna o filtro que utilizo para não lhes dar ouvidos.

Mas que raio de arenga havia de arranjar para falar das minhas reservas sobre quem coloca o país atrás do sol-posto e quem o vê saltitando alegremente, de nenúfar em nenúfar...

Há quatro ou cinco décadas, dizia-se que atrás de nós só a Grécia; hoje, passado todo este tempo, dizem que estamos à frente da Grécia: afinal em que é que ficamos? Mudou o quê neste país? Ou a arte da tão apregoada solução social democrata e liberal (leia-se PS, PSD e CDS, sem qualquer cronologia em especial) é, para além da gestão capitalista, uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma?


A mentira torna-nos surdos ou farta-nos de ouvir; a meia-verdade é uma urna com votos de que se alimentam os príncipes da democracia burguesa.

Na hora de arrepiar caminho aos putativos oásis de percurso, os visados são sempre os mesmos: os trabalhadores e os que menos têm. Pelo contrário, se algo é beliscado aos abastados, logo se acrescenta que é provisório, não vá a besta acordar no coração desses grados patriotas. À parte, delapida-se o património do Estado, privatiza-se, vende-se e mais do mesmo.


Como Fausto, o pacto será cumprido, nem que seja à custa da própria alma. Depois, venham cá dizer outra vez, daqui por trinta ou quarenta anos, que nem estamos à frente da Grécia, nem esta está atrás de nós. A realidade é que a Grécia, a pedido dos portugueses, terá deixado de existir e, por via disso, será dado por findo o pesadelo de décadas de perseguição, com comparações que só nos arreliaram e nos fizeram falar daquela maneira estúpida de cuspir, babar, carregar nos erres e tartamudear e por isso nos vimos gregos para chegar finalmente à cauda da europa.

Se o euro se converter em pó, como nós, com quem iremos à praça: com os que nada dizem ou com os que tudo sabem?

João de Sousa Teixeira
teijoao@gmail.com

01/05/2010

1º de Maio de 2010 em Castelo Branco

A Direcção Distrital de Castelo Branco do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) enviou para a comunicação social um texto do qual retiramos os dois parágrafos que seguem:

No ano em que se cumpriram 36 anos sobre o acontecimento maior da história recente em Portugal: o 25 de Abril, também se completam 120 anos da internacionalização do 1º de Maio como Dia Internacional do Trabalhador. Nesta data assinala-se a redução do horário de trabalho para as 8 horas diárias, vitória do operariado norte-americano que se concretizou depois de grandes lutas violentamente reprimidas.

Em Portugal, a indissociável ligação destas duas datas tem por base os valores da Liberdade, da Democracia e da Justiça Social que o 25 de Abril protagonizou e as lutas dos trabalhadores pela conquista de direitos como o direito ao trabalho e à segurança no emprego; o direito à liberdade de organização, de reunião e de manifestação; o direito à greve e à negociação colectiva; o direito à saúde, à segurança social e à educação assinalados no 1º de Maio.

Também em Castelo Branco assim como em muitas cidades deste país o 1º de Maio comemorou-se na rua, em festa, mas também em luta. É claro que as crianças (o futuro é delas) estiveram em primeiro plano.
O lema, tendo em atenção os tempos que vivemos só podia ser:


É TEMPO DE MUDAR COM A LUTA DE QUEM TRABALHA

No 1º DE MAIO para DEFENDER CONQUISTAS DE ABRIL é preciso MUDAR DE POLÍTICAS

A luta é a única arma que os trabalhadores têm e como tal a LUTA VAI CONTINUAR!