13/12/2010

Crise, austeridade e propaganda

Os tempos difíceis são propícios ao aparecimento das mais diversas demagogias. Especialmente aqueles que nunca se lembram dos pobres, dos desempregados enchem a boca com a palavra austeridade, tentando mostrar que estão muito preocupados com o dinheiro que gastam em coisas supérfluas. Embora não saibam o que é ser solidário, fica bem dizer que estão preocupados com os mais necessitados por causa da crise. Então é vê-los a dizer que não se pode gastar muito dinheiro na iluminação de Natal.

É preciso poupar e pensar bem onde se vai gastar o dinheiro. Até aparecer a crise, foi gastar à tripa forra, como dizem lá para os meus lados. O dinheiro até nem é deles.

Curiosamente, como a vaidade é maior que a solidariedade, esquecem-se das boas intenções e então é vê-los cair na demagogia habitual. Foi por isso que o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, o sr. Morão/PS, mandou editar uma brochura sobre o PARQUE ESCOLAR, com 28 páginas, a cores, com dezenas e dezenas de fotografias (incluindo a do sr. Morão/PS - mais de 60) só para anunciar a renovação do dito parque escolar.

A Câmara deve ter gasto muitos milhares de euros (imaginemos que cada brochura custou 2 euros - como são 10 000 então a edição completa custou 20 000 euros. É muito dinheiro deitado fora) para satisfazer unicamente a vaidade do sr. Morão/PS. A edição nada adiantou ou acrescentou ao parque escolar. A melhor maneira de o valorizar é acabar as obras - ainda não estão todas prontas - equipá-las devidamente de modo que alunos, pais e professores e empregados usufruam delas.

Mas, para se ter o pensamento de que a melhor maneira de combater a crise é servir os outros, é ser humilde e não precisar de se pôr em bicos dos pés para ser visível. A melhor propaganda de uma obra é pô-la a funcionar. É para fazer obras bem feitas que as pessoas são eleitas. Não estão a fazer nenhum favor aos munícipes.

12/12/2010

A fome em Portugal

Cavaco Silva na qualidade de Presidente da República afirmou que há 300 mil pessoas a passar fome em Portugal
e que “Temos de nos sentir envergonhados por estarmos no século 21, Portugal ser uma democracia e, no entanto, alguns de nós portugueses sofrem de carência alimentar”.

Perante estas afirmações os portugueses têm de lhe perguntar o que é que ele andou a fazer durante o tempo em que foi primeiro ministro e Presidente da República.

É talvez um dos políticos que em Portugal mais tempo desempenhou cargos de responsabilidade e como tal a sua acção contribuiu decisivamente para a situação em que Portugal e os portugueses se encontram. A sua acção de governante contribuiu para o aumento da miséria, da fome, da pobreza.

Devia reflectir sobre a sua acção política já que foi primeiro-ministro desde 6 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995 (dez anos) sendo a pessoa que mais tempo esteve na liderança do governo do país desde o 25 de Abril. A 22 de Janeiro de 2006 foi eleito Presidente da República, cargo que exerce há quase cinco anos. Tem responsabilidades políticas de topo há, pelo menos, quinze anos.

Uma pessoa nestas condições não é profundamente responsável pela situação económica do país, pelo desemprego, pela destruição do aparelho produtivo, nomeadamente as pescas e a agricultura?

Os portugueses devem exigir a todas as personagens que contribuíram para esta tragédia a sua responsabilidade e não deixar que assobiem para o lado tentando "vender" estas "lágrimas" de moralidade duvidosa.

03/12/2010

O Céu azul num dia frio de Outono

Imagens de um dia de Outono







02/12/2010

As obras do Polis/Morão - I

O Parque da Cidade

As obras do Polis são nesta cidade uma espécie de tragicomédia. Por várias razões:
Ninguém sabe (pelo menos a maior parte dos munícipes, o chamado Zé Povinho) quanto custaram.
Parece que o programa acabou, mas algumas das obras não foram realizadas.
As obras executadas, a maior parte delas, foram sendo alteradas à medida da vontade do sr. Morão, o presidente da câmara em serviço. Outras sofreram remendos já depois de realizadas. Basta lembrar o Passeio Verde, que levou um acrescento de relva.
Também se pode lembrar, ainda recentemente, o repuxo da Devesa, que sofreu uma intervenção, mas aparentemente não melhorou nada, pelo menos no exterior. Se o espelho de água era ridículo, ridículo continuou ou pior.
Ainda podemos igualmente falar das instalações, na parte superior da Biblioteca Municipal, com vista para o Largo da Senhora da Piedade, que parece nunca mais estarem prontas. Além disso já mudaram várias vezes de aspecto, conforme vai mudando a ideia do que se pretende fazer.
Perante este tratamento temos de fazer algumas perguntas:
Existem planos bem DEFINIDOS para estas obras? Foram discutidos antes de serem elaborados de modo que os técnicos conhecessem com clareza o que se pretendia fazer? Ou as ordens diziam:
faça um projecto e depois logo se vê. E, como se viu, as alterações, as emendas, os remendos, o esbanjamento de dinheiro com o fazer, desmanchar e refazer foi um desvario.
Infelizmente, para os albicastrenses, que parecem andarem a dormir, a saga dos remendos ainda não acabou. Continua e tudo indica que vai continuar.
Neste momento está em execução um remendo no Parque da Cidade.
Depois de uma transformação pós-moderna e bacoca, destruindo tudo o que tinha a ver com a memória dos albicastrenses e contra a opinião de muitos que gostam de jardins de verde e não de pedra, lá vem mais um remendo.
Mas antes deste não nos podemos esquecer da substituição dos bancos de pedra. Ainda bem que foram substituídos. Pelo menos nestes bancos os visitantes podem sentar-se e encostar-se.

As alterações que estão em execução, pelos vistos foram decididas no segredo dos deuses. Os munícipes não têm de saber, comem e calam. Os outros "autarcas" têm de estar de acordo, porque quem manda é o "patrão". Desta vez, os remendos começaram a ser feitos e nem sequer o escriba do burgo soube do assunto. Ou então, calou-se porque não convinha mostrar mais uma vez que o presidente em exercício quanto a competência já só engana quem não quer ver a realidade.
Ainda falta saber que alterações vão ser feitas:
Como dizia um visitante hoje de manhã,
não sabem onde hão-de gastar o dinheiro.
Vão continuar a acrescentar mais umas hortinhas? No entanto, é importante que se diga que tudo o que se fizer para
acrescentar verde, e especialmente árvores, é positivo.
Mas também se deve dizer que os remendos nunca corrigem completamente o que se fez mal. Ainda falta saber se estas obras foram devidamente ponderadas e se sabe exactamente o que se quer ou se é mais uma operação voluntariosa do autarca paradigma:
um bom autarca é aquele que age duas vezes antes de pensar.