A CRP (Constituição da República Portuguesa) afirma que os cidadãos têm direitos, mas também têm deveres.
O exercício do direito de cidadania implica exigir os direitos, mas CUMPRIR os deveres.
Aparentemente parece haver deveres que não o são.
Também é uma evidência que os direitos de um acabam onde começam os direitos do outro.
Vem isto a propósito do que se passa nas segundas-feiras, na zona onde actualmente se realiza o Mercado Semanal. Ao fim da tarde, sem falar no espaço onde se realiza a feira, toda a zona envolvente fica infestada de sacos de plástico, de caixas de cartão, de papéis,... dando uma imagem de lixeira insuportável.










Os moradores e utentes das vias em volta do mercado também têm direitos e um deles é que as ruas por onde passam, os passeios, os jardins, os seus quintais,... estejam limpos. Aquilo que se vê nas imagens ocorre todos os dias de mercado, especialmente em dias de vento.
Não será possível arranjar uma solução, como contentores para os feirantes deitarem as embalagens dos produtos vendidos?
Hoje é dia de avaliar os resultados!
Depois de um dia cheio de "emoções", é preciso avaliar os resultados e tirar ilações para o futuro.
Algumas pequenas conclusões, que também podem servir de reflexão.
1. O aumento da abstenção (41,1% a nível nacional; 42,35% no nosso distrito) é um dado indesmentível. Apesar dos apelos ao voto, o povo mostra estar descrente e já não acreditar em quem nos lançou na lama da crise. A abstenção combate-se com uma política que defenda quem trabalha e não os banqueiros.
2. É evidente que a derrota da política do PS e a demissão de Sócrates foram boas notícias e positivas. Infelizmente, só uma parte da direita (PS) foi derrotada. Foi apenas derrotado o partido que lançou o país na mais desenfreada política neoliberal de estrangulamento do desenvolvimento do país, em benefício dos grandes grupos económicos, da banca, do capital. A outra parte da direita (PSD/CDS) vai continuar a pôr em prática o memorando que a Troika internacional e o FMI exige que se desenvolva rapidamente. Os próximos três anos vão ser para "sacar" o máximo. Eles sabem que vai ter de ser renegociada a dívida, com alteração das condições de pagamento, prazos, juros,... Por isso, querem sacar o máximo no mais curto espaço de tempo. A experiência da Argentina, que propôs ao FMI o pagamento de 30 cêntimos por cada dólar emprestado ou então não havia nada, "abriu-lhes os olhos" e agora quanto mais depressa recuperarem o capital melhor para eles e pior para nós (o povo).
3. Infelizmente, a direita que ganhou as eleições não aprendeu nada com as experiências grega e irlandesa. A receita que vão aplicar em Portugal já mostrou naqueles países que, em vez de resolver os problemas, a economia continua a afundar, com o aumento do desemprego, a diminuição do PIB, a recessão a acelerar. Em Portugal vai acontecer o mesmo. Até 2013, dizem eles, o PIB (Produto Interno Bruto) vai diminuir 4%. E depois começa a crescer. Boa. Também era melhor: não pode continuar a diminuir até chegar a zero; alguma vez terá de crescer. Mas mesmo assim não sabem quando vai começar a crescer. Pelos vistos, o desemprego (parece que uma economia só cresce quando há produção, que cria emprego, que tem rendimento e que provoca consumo) vai aumentar até níveis incomportáveis (fala-se em valores perto de 20% de desemprego) e levar a população mais jovem e mais qualificada para a emigração.
A única hipótese de solução passa pela renegociação imediata da dívida, acompanhada de um conjunto de medidas que ponham a economia a crescer.
4. Ainda mal tinham acabado de ser contados os votos e já o presidente do partido mais votado (PSD) afirmava que as medidas propostas no Memorando da Troika não são suficientes. Vão ser precisas "novas medidas de austeridade". Quem vai pagar? O Povo. Quem trabalha. A Função Pública. Os Professores. Os Reformados,...
5. Felizmente, à esquerda, também houve uma força política que obteve resultados positivos: a CDU. Também é a força política cujo programa apresenta medidas alternativas para combater a crise e desenvolver o país. É claro que vai continuar a defender uma Política Patriótica e de Esquerda. Eles não gostam desta terminologia, especialmente os representantes da comunicação social dominante, porque para eles não há alternativas, há alternâncias. As alternativas são perigosas: defendem o povo e os trabalhadores.
6. Concluindo: A LUTA VAI CONTINUAR EM TODO O LADO!