18/08/2009

As últimas do Burgo

Já há algum tempo que andamos afastados deste blog. Por várias razões. Hoje,vamos tentar fazer uma síntese dos últimos acontecimentos nacionais e locais.

- A decisão do primeiro-ministro de decretar o princípio do fim da crise só pelo o facto de a economia ter crescido 0,3% em relação ao trimestre anterior, se não fosse ridícula era trágica. Nenhum povo merece ser tratado como ignorante com argumentos destes.

- Logo, no dia seguinte, vem a notícia do aumento do desemprego oficial para 9,1% - 507 000 desempregados registados nos centros de emprego. E os não registados? Os que nunca se inscreveram e os que já não recebem subsídio de desemprego? Segundo dados não oficiais, é claro, porque oficiais não há, são cerca de 120 000, ou seja, mais 2,16%. A somar aos 9,1% dá 11,26% de desempregados. Brilhante!

Mas o mais trágico, é que o crescimento da economia foi por acção da "brilhante" acção do governo e o aumento do desemprego foi causado pela crise internacional, de acordo com a versão do nosso primeiro,...

- Hoje apareceu nos jornais a notícia de que o Palácio de Belém e alguns assessores da Presidência da República poderão estar a ser vigiados. Nada melhor para desviar as atenções dos portugueses do que é essencial, da crise económica, dos despedimentos, do desemprego, dos baixos salários, das dificuldades dos trabalhadores e reformados,...Enquanto se entretêm a discutir espiões não pensam na forma de despedir este governo.

Vejamos o que se passa a nível local:

- Começaram a aparecer os que hibernaram durante 4 anos e só agora se apercebem que há problemas que deviam ter sido encarados de frente para poderem ser resolvidos. A desertificação das nossas aldeias é uma realidade há muitos anos. As freguesias do pinhal, como Sarzedas, com dezenas de anexas estão a "morrer" aos poucos. No entanto, há ainda muitas povoações onde vivem alguns idosos que precisam de ser apoiados em termos de transportes, saúde, segurança, alimentação,... As juntas de freguesias não podem, não devem limitar-se a constatar a "morte" das aldeias e deixar andar. É o que estão a fazer, infelizmente. Um presidente de junta para justificar o não fazer nada afirma que "há freguesias há volta que estão piores". E pronto, está o assunto arrumado. Mas durante 4 anos não fizeram nada.

- Há pessoas que só agora acordaram para a "Cidade Descaracterizada". Só agora descobriram que as "pérolas" do sr. Morão transformaram a cidade numa terra sem alma. E é o Parque da Cidade, que ficou irreconhecível, são as obras do Pólis de que nunca mais se conhecem as contas, é o Largo de São João que se o Cruzeiro falasse diria bonitas coisas, é a Praça Camões, é o jardim da câmara,... São tudo obras acerca das quais nós já falámos há meses. Estes senhores acordaram agora. No entanto, criticam, mas pedem desculpa.
Ninguém pode ser obrigado a estar de acordo com algo de que não gosta, que põe em causa valores que se defendem, convicções que se afirmam,... Pedir desculpa porque não estamos de acordo com as asneiras? Pedir desculpa porque temos opinião? Como diria o "inefável" Lino "Jamais". A crítica democrática é fundamental para o exercício da democracia e ninguém deve pedir desculpa pelo seu exercício.

1 comentário:

João de Sousa Teixeira disse...

Bem sabes, amigo, que esta gente é predestinada. Como tal, tudo quanto há de bom foi obra sua e o mau é culpa nossa.
Restam os microfones em Belém: e nós não somos escutados?

Abraço
João