01/07/2010

Aí estão os aumentos para a defesa da crise!

Ao lerem o título do post pensarão que me enganei.
"...para a defesa da crise!". Então não deve ser "para combater a crise"? Vejamos porquê.

Hoje, dia 1 de Julho, a comunicação social em geral titulava ou referia que:

- todos os escalões do IVA (Imposto do Valor Acrescentado) aumentava 1% . Quer dizer todos os bens e serviços, como bens essenciais, medicamentos, transportes, combustíveis, ... ficaram mais caros e penalizam os mais pobres, porque os bens essenciais, mais consumidos, ficam muito mais caros, em termos relativos;
- o gás vai ficar mais caro 3,2% ou 3,5%, muito acima da inflação. Deve ser culpa dos aumentos dos salários dos trabalhadores que estão congelados;
- os transportes vão aumentar 1,2%. O problema deve ser o mesmo;
- as prestações das casas começaram já a aumentar, coitados dos banqueiros, os lucros diários dos principais bancos é só de cerca de 5 milhões de euros diários;

- o subsídio de desemprego vai baixar; os trabalhadores desempregados só vão ter direito, no máximo, a cerca de 75% do valor líquido do subsídio que recebiam anteriormente.

Depois destas medidas do nosso "patriótico governo", qual poderia ser o título da notícia. Não estão a defender a continuação da crise para os que trabalham e vivem do seu suor? Então só pode ser defender a crise para que outros encham os bolsos.

2 comentários:

Carlos Vale disse...

Um estudo do ISCTE (Inst.Sup.Ciê. do Trabalho e Empresa),informa que 20,1% dos portugueses estão classificados como pobres. 31% dos agregados residentes que ganham entre 379 e 799 euros, encontram-se uma linha acima ou seja prestes a caír no grupo dos pobres.1/5 dos inquiridos tem dificuldade em pagar a casa. 12% não tem dinheiro para comprar todos medicamentos. Para 21% das famílias-sanduiche,a capacidade para suportar as despesas é inexistente.
Ir ao cinema, ao teatro, comprar um livro, são "luxos" para muitos agregados que antes o conseguiam fazer.Alguns com cursos superiores.
Para os investigadores, os casos observados confirmam a necessidade de se pôr fim aos regimes laborais que propiciam a pobreza, caso dos recibos verdes contratos a prazo. Em Portugal as pessoas empobrecem a trabalhar. Todos nós conhecemos casos de pessoas em dificuldades e que antes viviam razoavelmente.
Tudo obra dos governos PS e PSD.
De Soares, Cavaco, Guterres, Durão e Sócrates e dos seus aliados do capital. Com eles,só mais crise e mais pobreza. É preciso mudar de Rumo. É o próprio ISCTE que o diz.
Tudo depende nós.
Carlos Vale

Carlos Vale disse...

Continuando:
Finalmente, recorda-se que a taxa de pobreza é calculada já depois das transferências dos apoios às famílias: sem eles, os 20,1% de pobres oficialmente declarados subiriam para os 40% da população. Isto é, tudo somado daria que 70% dos portugueses vivem actualmente na miséria ou para lá caminham.
Tudo isto, quando também saíu um estudo conjunto da Capgemini e da Merrill Linch que diz que a lista de milionários em Portugal subiu em 2009, de 10400 para 11 mil - ou seja, no ano da famosa "crise" - brotaram mais 600 milionários, uma média de quase 2 por dia.
Razão tinha Almeida Garret há mais de um século, quando interrogava:
"quantos pobres são necessários para produzir um rico?
A resposta aí está nua e crua.
Esta é a vergonhosa realidade. Um escândalo e uma afronta!
Carlos Vale