18/04/2011

Encontro Nacional do PCP - Voz do Operário

Há Alternativa - Uma Política Patriótica e de Esquerda

E a Voz do Operário estava assim:











E o que é importante ser dito:

Da intervenção de encerramento do Encontro, de Jerónimo de Sousa, que pode ser lida na totalidade aqui.


"(...)Nunca como hoje se tornaram tão evidentes as consequências de anos consecutivos das mesmas políticas e do rotativismo direitista da alternância sem alternativa que tomou conta do país nas últimas três décadas.

Nunca como hoje os graves problemas do país apelaram de forma tão incisiva a pôr um ponto final à política de desastre nacional do PS, PSD e CDS e dos seus governos.

O país dificilmente aguenta mais!

Nesta batalha eleitoral que vamos travar convidemos os portugueses a olhar pôr um momento ao percurso destes últimos anos, nomeadamente para estes últimos dez, para falar só destes anos que estão mais próximos.

E olhando verificar como se avolumando ano após ano os problemas sociais, mas também os problemas do país e quanta impostura estava envolvida no discurso dos sacrifícios, sistematicamente renovado, dos partidos que têm estado no governo do país.

Quanta intrujice estava contida nesse discurso que pedia sacrifícios e mais sacrifícios a quem menos podia, como hoje continua a pedir ou melhor a impor, com a promessa de um futuro melhor que nunca chegou.

Ao contrário o que chegou nestes anos com dois governo do PSD/CDS e três governos do PS foi a duplicação da taxa de desemprego com a continuada destruição da nossa indústria, agricultura e pescas; a proliferação crescente da precariedade laboral; a degradação acentuada da situação social e do custo de vida com o ataque aos salários e às pensões; o ataque aos serviços públicos e ao direito à saúde e à educação tornando-os cada vez de mais difícil acesso e mais caros; a pobreza, as dificuldades, a degradação das condições de vida e o drama a muitos mais milhares e milhares de portugueses.

O que chegou foi a duplicação da dívida externa e de todos os défices das contas externas, porque se continuou a destruição das actividades produtivas e se alimentou a financeirização da economia portuguesa para servir o sistema financeiro.

O que chegou foi a estagnação económica, muito antes da crise do capitalismo internacional, a recessão e o empobrecimento da maioria dos portugueses na razão inversa com que despudoradamente se promovia a acumulação e a centralização da riqueza nacional nas mãos de uma centena de famílias.

Olhando para trás o que vemos são anos de acumulação de milhões e milhões de euros de lucros e património pelas grandes fortunas que possuem e dominam os grandes grupos económicos e financeiros e o enriquecimento da elite que os rodeia.

Olhando para trás o que vimos foi o crescer da corrupção e dos exemplos da crescente promiscuidade entre o poder político e económico.

Perante esta evolução tornou-se comum responsabilizar os políticos – os políticos em geral – pela situação a que o país chegou e, até alguns e não são poucos que metem a colher no “pote” e se servem à vontade, passaram com de ares sobranceria e de um fingido distanciamento a dar para esse para esse peditório.

Vemo-los estimulando e ampliando uma campanha, metendo tudo no mesmo saco e fazendo esquecer os verdadeiros e decisivos mandantes – os grandes grupos económicos e financeiros – e até as políticas dos ditos políticos e a quem servem.

Trata-se de uma campanha que ganhou nos últimos tempos uma nova dimensão. Uma campanha que explorando o legítimo desencanto de todos quantos se viram
sucessivamente enganados pelo apoio e voto que deram aos partidos da política de direita tem o claro propósito de dificultar a afirmação de uma alternativa ao poder da oligarquia económica que domina a vida do país.

Este é um problema que precisamos de dar mais atenção, colocando em confronto e estimulando o debate. É preciso confrontar e questionar com frontalidade de que de políticos estão a falar, quando falam de todos iguais.
Se daqueles que nestes últimos trinta anos servem e garantem os interesses do poder económico e sua influência política nesse circulo fechado do bloco direitista e dos interesses do PS, PSD e CDS que anda a rodar entre o ministério, a secretaria de estado, a administração das empresas, públicas e privadas ou dos que na sua intervenção política denunciam e combatem, como o fazem os militantes do PCP e os activistas da CDU, não apenas essa promiscuidade aviltante, mas a natureza de classe de uma política ao serviço dos grandes interesses.

Não! Não somos todos iguais e nem os partidos, nem os projectos!

Há entre a intervenção política e as políticas defendidas pelo PCP e pela CDU e as daqueles que de governo em governo foram comprometendo o futuro do país uma abissal diferença.

E bastaria olhar para este último ano e meio de vida do II governo do PS de José Sócrates para concluir que assim é.

Desse governo que agora terminou o seu mandato e que perante o agravamento de todos os problemas do país se mandou como “gato a bofe” às condições de vida dos trabalhadores e do nosso povo, para depois se apresentar como vítima de uma crise política que ele próprio despoletou e desejou com a ligação que impôs da rejeição do seu quarto pacote de medidas de austeridade à queda do governo com o objectivo de transferir para outros as suas responsabilidades na instabilidade crescente que a sua política introduziu na vida dos portugueses e no país.

Desse governo que encontra sempre noutros a razão do fracasso das suas políticas!

Deste governo que, de braço dado com o PSD e o apoio do CDS, conduziu país para a mais grave crise económica e social da vida democrática e que conheceu no último ano com os seus PEC e medidas de drástica austeridade uma ainda mais preocupante evolução.

(...)"

1 comentário:

Carlos Vale disse...

É óbvio, que estamos perante uma farsa.
Então, os farsantes que finjam que discutem, uns com os outros.
Queriam, agora, "discutir", com quem, constantemente, alertou para o que ía acontecer,e, aconteceu... e sempre ignoraram e recusaram...
Sabe-se que a ignorância é muita.
E, o grande Garcia Lorca até dizia:
"porque a ignorância é terrível e já sabemos que onde há ignorância é muito fácil confundir o mal com o bem e a verdade com a mentira".
Mas, o povo português, agora, mais do que nunca, já sabe quem são os mentirosos e os farsantes.
Sabe bem, que quem é honesto não entra em farsas.
Carlos Vale