30/08/2012

O ataque aos alunos


Depois de todas as tropelias conhecidas contra a Escola Pública e especialmente contra os Professores, intensificou-se o ataque contra os alunos e famílias.

Em pleno período de férias escolares, para evitar uma contestação mais veemente, lançou o ministério da educação duas "medidas" que têm um cheiro bafiento ao antigamente e parece ter a intenção de fazer "limpeza social" nas escolas.



Primeiro, decidiu criar o ensino profissional para alunos do secundário que tenham dificuldades de aprendizagem. Mas começa logo por dizer que, pelo menos, 50% dos alunos serão encaminhados para o dito ensino. Já sabem de antemão que são 50%. Será que as famílias e os próprios alunos não têm o direito de escolher o ensino que querem para os seus filhos? Já podemos imaginar quem serão os contemplados com esta "obrigação". Serão, de certeza, os filhos daqueles que não têm capacidade económica para arranjarem explicadores e apoios dos mais variados.

Agora aparece uma nova limpeza: o ensino vocacional. Este ainda começa mais cedo. O profissional começa no 10º ano. O vocacional começa no 6º ano. Alunos com duas repetências seguidas ou três alternadas serão obrigados a aprender três ofícios, nomeadamente electricista, talhante, agricultor ou canalizador. O castigo é serem obrigados a aprenderem três ofícios, que pelos vistos, para o ministro da educação e governo são pouco dignas, como se os portugueses que desempenham as referidas profissões fossem uns malandros. Nós sabemos quem são os malandros.

Estes desgovernantes, em vez construirem uma escola com condições promotoras de igualdade de oportunidades, estão a promover a discriminação e a desiguladade, através da segregação, obrigando alunos a seguirem percursos escolares que não escolheram. Não é muito difícil adivinhar qual será a origem social destes alunos. Pertencerão a grande maioria a famílias com dificuldades económicas. Em resumo, estas medidas são uma vergonha!

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