15/06/2010

A cidade do Comendador - I

É claro que todas as moedas têm duas faces. Assim, também a nossa cidade tem a face de que não gostamos. Já encontrei um blog de alguém que referindo-se a outra cidade lhe chamava "deprimente". Penso que não é o nosso caso. No entanto, os aspectos negativos que criticamos têm a sua origem quer na não intervenção do poder autárquico quer nas intervenções profundamente negativas que adulteraram as ruas, as praças, os jardins,... Em resumo, a identidade da nossa cidade foi subvertida.
É deste modo que a secção que iniciamos com estes aspectos tem o nome de
"A cidade do Comendador".
Tal como o Castelo serviu para apresentar aspectos de que gostamos, também vai ser o palco inicial de algo que não devia existir.

O que vai acontecer a este edifício, agora que deixou de ter funções activas?

8 comentários:

Anónimo disse...

Dizia Almeida Garret:
Foge cão que te fazem barão, para onde se me fazem comendador.
(ou seria visconde?)

Anónimo disse...

Ou irá ficar ao abandono, se for bem localizado será comprado por um privado para algum ramo de negócio, ou alguém da Autarquia se apropria indevidamente do edifício. É assim que Portugal funciona.

Anónimo disse...

Coitadinho do cachorro
É só caganças.
Sentinela da Noite

João de Sousa Teixeira disse...

Oh as casas as casas as casas
as casas nascem vivem e morrem
Enquanto vivas distinguem-se umas das outras
distinguem-se designadamente pelo cheiro
variam até de sala pra sala
As casas que eu fazia em pequeno
onde estarei eu hoje em pequeno?
Onde estarei aliás eu dos versos daqui a pouco?
Terei eu casa onde reter tudo isto
ou serei sempre somente esta instabilidade?
As casas essas parecem estáveis
mas são tão frágeis as pobres casas
Oh as casas as casas as casas
mudas testemunhas da vida
elas morrem não só ao ser demolidas
Elas morrem com a morte das pessoas
As casas de fora olham-nos pelas janelas
Não sabem nada de casas os construtores
os senhorios os procuradores
Os ricos vivem nos seus palácios
mas a casa dos pobres é todo o mundo
os pobres sim têm o conhecimento das casas
os pobres esses conhecem tudo
Eu amei as casas os recantos das casas
Visitei casas apalpei casas
Só as casas explicam que exista
uma palavra como intimidade
Sem casas não haveria ruas
as ruas onde passamos pelos outros
mas passamos principalmente por nós
Na casa nasci e hei-de morrer
na casa sofri convivi amei
na casa atravessei as estações
Respirei – ó vida simples problema de respiração
Oh as casas as casas as casas


Ruy Belo

Abraço
João

Anónimo disse...

E esta
"Foge cão que te fazem assessor!Para onde se me fazem gestor?"
É actual e está bem arrancada.
Quem é que não conhece um caso?
Só um?
Homem das Cavernas

Anónimo disse...

um mera pergunta sobre este edifício, para qual nunca encontrei resposta. Já ouvi várias versões mas nenhuma que me convencesse... Se alguém a souber agradecia que me esclarecesse...
De quem é realmente a tutela deste edifício?


Em relação ao que lhe vai acontecer... já ouvi dizer que algures na CMCB existia num projecto para o transformar numa cafetaria do "miradouro que é o castelo".

Sinceramente... não tenho nada contra o edifício, apesar de nunca ter percebido o porque de o construírem ali. Acho simplesmente que está ali a mais...

shave

Anónimo disse...

AS OBRAS DO COMENDADOR (I)

O Comendador acolheu a ideia de um arquitecto (classe que, por trás, abomina e maldiz, como acontece com todas as figuras que não lhe são subservientes), para fazer um plano de água no parque urbano.
O projecto foi feito, e bem, o Comendador batizou-o de lagoa e alterou-o a seu bel-prazer, e mal.
A obra foi lançada e mal executada, como vem sendo hábito. A fiscalização de obras do município, a cargo de um quase capataz, falhou.
Acontece que a tela, que deveria garantir a contenção da água, foi negligentemente perfurada, aquando da colocação do enrocamento.
Conclusão, já com as embarcações em stock, o Comendador não inaugura a lagoa porque ... a lagoa vaza, qual cesta rota.
Mas, a história não termina, antes se agrava!
Quais chicos espertos, e para não darem os braços a torcer, por mais uma obra mal executada, o Comendador e o capataz ingendraram uma solução!
Mandaram fazer dois furos artesianos (junto ao lago dos patos), para abastecer a lagoa, mantendo a aparência de plano de água estanque.
2.ª conclusão: comete-se outro erro para tapar o primeiro. Vai gastar-se água (bem tão precioso, escasso e caro), e energia (para a bombagem), quando não seria necessário, bastava que a lagoa não perde-se água pela tela maltratada.
Assim são as obras do Comendador!
Uma vez que a afonia é geral (nem a oposição se faz ouvir), divulgue-se na blogosfera.

Albicastrense

JVC disse...

Este edifício foi inicialmente projectado como Escola Primária, financiada por um fundo doado pelo "Conde Ferreira". Há várias no país. http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Ferreira_dos_Santos

A meu entender, se houvesse interesse de manter o edifício, poderia ali funcionar um Centro de Interpretação do Castelo, pois ao menos sempre se dava algum apoio a quem nos visita. Melhor, seria retirá-lo para outro local (caso houvesse interesse histórico) e fazer um restauro com cabeça, tronco e membros na zona da alcáçova (começando pelos mais de 3 metros de aterros que durante anos andaram a fazer no recinto)