06/10/2008

Uma aventura no estaleiro I

Numa conversa com um amigo há alguns dias dizia ele que nas obras que decorrem na cidade há qualquer coisa de invulgar e acrescentava:

- Repara nisto: começaram todas ao mesmo tempo, transformaram a cidade num imenso estaleiro.

Isto indica que não houve planeamento, é casuística; é do género: agora vamos arranjar as ruas e arranca tudo ao mesmo tempo, não havendo diferimentos de tempo de modo a provocar menos incomodo às pessoas. Falta saber se eram absolutamente necessárias e eram as mais urgentes.

- Parecem não ser feitas para as pessoas desfrutarem; depois de prontas verificamos que pouco ou nada mudaram, limitaram-se a trocar pedras velhas por pedras novas e o "desenho" fica na mesma; não houve aumento de qualidade; houve apenas gasto de dinheiro, que pode não ter sido gasto da melhor maneira.

- O pormenor que muitas vezes é o que importa para as pessoas e determina a qualidade foi esquecido. Há uma praça que foi arranjada à pressa por causa da Volta, onde o pormenor foi esquecido: os bancos (4) que havia à sombra das tílias e onde muitas vezes descansavam e se abrigavam do calor, velhos e novos, é o pormenor que qualifica. Hoje, na praça as pessoas já não param, seguem. As imagens estão aí para o comprovar: já não há bancos.


















A conversa com o meu amigo continuou fazendo referência a outros aspectos que trataremos noutra ocasião. Hoje, para terminar, é de referir que o meu amigo também estranhou muito que as obras estejam a ser realizadas e não haja qualquer placa donde conste o empreiteiro, o custo, o prazo de execução,... E dizia ele: - uma gestão eficaz, transparente, democrática informa os seus munícipes da forma como é gasto o dinheiro, para que eles possam julgar, ajuizar, criticar, em suma participar na "gestão" da coisa pública; não é o mesmo dizer que uma obra demora 3 meses e depois só termina passado um ano; não é o mesmo dizer que uma obra custa 200 000 euros e depois no fim custou o dobro,...

Sabemos que há pessoas que não gostam desta participação, mas nós somos assim.

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