03/06/2009

O "assalto" partidário à gestão das escolas

Como cidadão empenhado no que se passa em todas as áreas da vida pública tenho vindo a acompanhar a "eleição" dos directores dos agrupamentos escolares por onde tenho passado.
Como é sabido, a seguir ao 25 de Abril de 1974 foi introduzido nas escolas um modelo de gestão que era chamado, na generalidade, como "Modelo da Gestão Democrática". O nome diz da forma como os órgãos que geriam as escolas eram eleitos e funcionavam.
Entretanto, este modelo já sofreu alguns tratos de polé, com a introdução da Assembleia de Escola, cujas competências poucas mais eram que nada. O actual governo PS/Sócrates que, pelos vistos, não se dá bem com a democracia, publicou o Decreto-Lei 75/2008 sobre a direcção e gestão das escolas e agrupamentos tentando impor um modelo que tenta recuperar, não o reitor do antigamente, mas o director, arranjando uma forma de "eleição" que é um arremedo de democracia.
Por onde tenho passado já encontrei de tudo, mas com um traço comum: o "assalto" partidário à direcção e gestão das escolas.


- Em Castelo Branco é conhecido o caso de um agrupamento em que o director e o presidente da assembleia de escola pertencem a um partido e houve manobras para que assim acontecesse. No entanto, o outro partido concorrente não se ficou atrás e tentou colocar um dos seus elementos como presidente da AE (Assembleia de Escola), havendo alguém que fez a apresentação verbal da "candidatura" e depois não ficou para votar. Neste momento, o clima no agrupamento é de cortar à faca.
- Conheço um caso em que a eleição foi contestada com argumentos válidos, mas que não foram aceites. A eleição foi homologada. A pressa era tanta em tomar conta do poder que a pessoa eleita
tomou posse e neste momento está a dirigir o agrupamento sozinha. Os assessores ainda não foram nomeados. Mas, já há alunos prejudicados porque ficaram sem aulas e entretanto os professores que dirigiam o agrupamento anteriormente estão sem aulas, pois as funções que exerciam não lhes permitiam isso. A sede de poder é de tal ordem que nem sequer esperaram pelo final do ano lectivo para assumirem os cargos, o que seria lógico e evitava prejuízos vários. É claro que está um partido envolvido no assunto, como não podia deixar de ser.
- Conheço um caso em que um professor que é há vários anos vereador a tempo inteiro na câmara municipal concorreu ao cargo de director e foi eleito com os votos dos membros da comunidade que eram da sua cor política. O partido em causa já detinha a presidência da câmara municipal e agora passa a dirigir o agrupamento de escolas: as duas instituições mais importantes do concelho.
- A eleição do Presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco não é mais que a partidarização desse órgão: os dois principais candidatos eram reconhecidamente ligados a dois partidos. Os membros representantes da comunidade, entre os quais aparece o sr. Morão, que, pelos vistos, decidiram a eleição, estão ligados pelos cargos que exercem ao PS. Curiosamente, ou não, o Presidente eleito é apontado como estando próximo das posições do PSD. Parece que ao candidato do PS, os seus camaradas de partido lhe tiraram o tapete.

É claro que neste processo indigno aparecem dois partidos: o PSD e o PS.
Tal como disse um professor de Educação Física de Serpa que fez 200 Km de bicicleta para protestar contra a instauração deste modelo: para os professores este modelo de direcção e gestão é pior do que o modelo de avaliação. É uma vergonha. É indigno do Portugal de Abril. Voltaremos a este assunto, porque estamos desconfiados que os desenvolvimentos serão piores.

2 comentários:

Anónimo disse...

O Dr. Raposo teve os votos que merece...
A bem da cultura e do ensino!
Já se via como o continuador do grnde Sec. de Estado Valter Lemos.
o que faz a ambição e a sede de poder.
coeçou a caida da máscara da Mourolândia

Anónimo disse...

O lambe-botas do Raposo nunca teve espinha nem dá uma para a caixa da cultura. é um jogador manipulador e controlador. É um chefezinho do sistema... um diatadorzimho com laivos salazarentos. quem diria. O Raposinho descobriu o que é a democracia. Se houvesse um exame sério o Dr. Raposo arrebentava. O Raposo não tem curriculum e já queria rapinar o lugar da Drª. Cristina. Lopes Marcelo, Domingos Rijo, Valter Lemos.
O PS PERDEU AS ELEIçÔES DO POLITÉCNICO.

essa de quererem m passar a ESE a casa da cultura ou venderem a Agrária deve ser já o novo PDM. Será?