Que futuro para o Edifício Central?
Nos projectos do concurso de ideias realizado em meados de 2008 o edifício da estação era pura e simplesmente pulverizado (já passaram mais de dois anos e meio e a competência de quem mora nos paços do concelho ainda não arranjou uma solução para a zona; nem com tantas ideias conseguiu descobrir uma que seja apropriada. Porque será? Na minha terra costumam dizer que não é bom quem quer, é quem pode).
Tenho de reconhecer que a qualidade arquitectónica do edifício não é grande, mas representa uma época e um estilo de equipamento que se identifica com o Caminho de Ferro (A linha da Beira Baixa ficou pronta até à Guarda em 1893. Tem mais de um século - 117 anos). Quanto ao edifício da estação não sei quando foi construído, mas tem seguramente muitas dezenas de anos. Penso, por isso, que deve ser melhorado, mas preservado. A memória exige-o. As tentações bacocas do pós-modernismo, que tudo destrói, têm de ser contidas.
Aqui ficam mais algumas imagens para a memória futura.
3 comentários:
Infelizmente não possuí nenhum magnífico conjunto de painéis de azulejos tão típicos neste tipo de edifícios. Essa característica é comum num determinado período, pelo que a sua ausência poderá ajudar a datar o edifício.
No entanto, e tal como refere, concordo que deve ser recuperado e preservado num novo projecto que se venham a desenvolver no local. Não é por se fazer uma coisa moderna que tem que se destruir o antigo.
Um bom exemplo disso é o novo edifício da Estação da CP de Vila Franca de Xira, que foi erguido junto ao antigo, preservando na integra este último.
normoriv
Concordo inteiramente contigo.
***
Há cerca de 20 anos, tive contacto, no Alentejo, com um homem que dizia conhecer muito bem Castelo Branco. Plantava batatas e, à medida que terminava uma leira, erguia o tronco, e voltava: "pois conheço muito bem Castelo Branco..."
Eu queria saber tudo rapidamente mas tinha de esperar que ele acabasse a quase interminável fila de plantação.
A minha curiosidade já não aguentava muito e atirei-lhe em tom de dúvida para o espicaçar:
-Nã... está aí há tanto tempo e ainda não me disse o que conhece na minha terra.
Foi então que o homem se ergueu como ainda não tinha feito, olhou-me nos olhos e esclareceu-me de vez:
-Conheço a estação da CP; cortei lá muitos eucaliptos para as travessas da linha...
-Mas quando? quis saber.
-Há cinquanta anos!Iamos pouco à cidade porque era longe...
Abraço
João
Podia ir para lá uma exposição de fotografias antigas tiradas pelo Molder.
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