27/02/2011

Imagens de um dia de sol de Inverno

Há dois ou três dias, num fim de dia bastante ameno, dei-me ao prazer de obter as imagens que apresento a seguir. Muitas vezes passamos pelos locais e não nos apercebemos da beleza que está escondida nas paisagens, mesmo que sejam "blocos" de granito.


Estes estão mesmo aqui ao lado, no Barrocal. Para se ver a sua beleza temos de percorrer os carreiros que os atravessam e olhá-los de forma diferente.


Mas também é preciso ter predisposição os apreciar. Muitas vezes passei por ali e só agora vi como são diferentes ...

2 comentários:

Anónimo disse...

É verdade, o barrocal até tem a sua beleza.

João de Sousa Teixeira disse...

Desvendo um extracto dum próximo romance, com o título genéricio SÚBITA FLORESTA:
No princípio, o barrocal exercia o mistério possível. Simultaneamente misterioso e inóspito, sem ser uma coisa ou outra, chamava a atenção pelo isolamento que permitia conceber todos os sonhos e todas as aventuras; tudo o que se imaginasse furtivo ou proibido.
Ali, todos podiam ser índios, bandoleiros ou apenas gente adulta, como a que passava, senhora do seu nariz, do lado de lá da linha do caminho-de-ferro.
A paisagem era quase deserta, não fossem os enormes rochedos graníticos de formas arredondadas e uma espécie de carvalhos, cujos frutos eram bugalhas secas, que serviam para jogar o berlinde dos pobres, fazer efémeros cachimbos e arremessar contra alvos de ocasião.
Não se sabe que atractivo levava aquela gente miúda a saltitar de pedra em pedra – o que constituía já, por si só, algum arremedo de pecado em cada cabeça povoada de sonhos e mistérios insondáveis – a não ser o exercício de uma rude liberdade.
Nunca se saberia, nem tal era importante. Na verdade, o barrocal não era um mundo; muito mais do que isso, era vários mundos, visto que cada um transportava o seu e nele dimensionava as suas vontades e a sua sede de viver os pequenos momentos de descoberta, guardados a sete chaves, pois nunca eram revelados para além daquele lugar de encanto.

Abraço