09/03/2011
As Scuts, as portagens e as promessas
3 comentários:
- João de Sousa Teixeira disse...
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Saúdo com muito agrado este post protagonizado pelo Carlos Vale.
O Carlos é oportuno, conciso e esclarecedor.
Para quem tem memória curta, é o esclarecimento que se impõe.
Um abraço para os dois
João - 10 de março de 2011 às 01:30
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Ainda bem que há pessoas que não desistem de denunciar.
E denunciam com as próprias palavras dos trafulhas.
Louvo as pessoas que não desistem e que as guardam para lembrar quando é preciso.
Até eu, que ando apagado e deixei de aparecer, senti-me acicatado a desabafar. E, senti-me melhor.
É verdade que dizem e desdizem.
Uns trafulhas.
Viriato - 11 de março de 2011 às 11:23
- Paco disse...
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Caro Viriato
Nos tempos que correm não podemos desistir. Como tem acompanhado certamente, todos os dias aparecem medidas novas que atingem os mesmos de sempre.
A desvergonha é tanta que até já há comentadores e economistas de serviço que acham que é demais serem sempre os mesmos a pagar. Já ouvi um a dizer que há 1/3 de portugueses que ainda não pagaram nada e mais uma vez vão ficar livres dos sacrifícios.
Perante situações destas não podemos calar-nos. O que nos resta é a denúncia e a luta.
Obrigado pelo incentivo e apoio que é muito importante.
Um abraço
Paco - 11 de março de 2011 às 15:17
O Programa deste Governo afirma: "Quanto às Scuts, deverão permanecer como vias sem portagem, enquanto se mantiverem as duas condições que justificaram, em nome da coesão nacional e territorial:i)localizarem-se em regiões cujos indicadores sejam inferiores à média nacional;e ii)não existirem alternativas de oferta no sistema rodoviário".
Podíamos continuar a lembrar outras declarações iguais, que não esgotaríamos o reportório. É hoje claro que faltando à palavra dada e aos compromissos que assumiu, decidiu impor o pagamento de portagens. Ignorou, um a um, os critérios que ele próprio tinha estabelecido. Ignorou a não existência de vias alternativas. Ignorou que o tempo do percurso alternativo não pode ser superior a 1,3 vezes ao tempo do percurso Scut(no caso da A23não há alternativa). Ignorou que o poder de compra per capita da maioria dos concelhos servidos pelas A23, A24 e A25 fica muito distante dos 90% da média nacional. Escamoteou que os estudos encomendados pela Estradas de Portugal recomendam claramente que não sejam introduzidas portagens nestas Scuts. Pelo contrário, as portagens agravam os indicadores actuais e aumentam o custo de vida e causam dificuldades às empresas. Mais, o preço que vai ser aplicado, é superior ao que é aplicado na A1 que liga Lisboa ao Porto!
Tudo isto é revelador de como Sócrates e Governo mentiram ao país. Na hora das eleições prometem e depois dão o dito por não dito.
Mentem e enganam despudoradamente. Para esta gente,qual é o valor da palavra dada?
Não merecem confiança.
Carlos Vale - 6 de Março de 2011
Ainda a propósito das Portagens na A23 e, do dito pelo não dito de Sócrates e Governo PS, vou lembrar declarações de alguns presidentes de Câmara do PS no distrito de Castelo Branco:
J.Morão, Castelo Branco:"A nossa posição é muito clara:somos contra. Quando a auto-estrada foi construída foi-nos dito que não teria portagens. Esta auto-estrada é fundamental para o repovoamento e desenvolvimento do Interior. Porem-lhe portagens é andar para trás. Seremos novamente penalizados. E, nessa circunstância, a perspectiva de melhoria que a auto-estrada nos trouxe pode ficar seriamente comprometida".
Álvaro Rocha, Idanha-a-Nova:"Não devem ser os residentes a ser descriminados positivamente, mas, sim, a região. O surgimento das portagens não ajuda a desenvolver uma região que quer impor-se pelas suas belezas paisagísticas no campo do turismo. E, por isso mesmo, representa um passo atrás. A questão já parecia arrumada. A confirmar-se o cenário de portagens, verificar-se-à a contestação de toda esta região".
Maria do Carmo Sequeira,Vila Velha de Ródão: "Lamento que o Governo não assuma as suas responsabilidades. Que diga hoje uma coisa e, amanhã, exactamente o contrário. Isso é lamentável. As pessoas, e especialmente os autarcas não podem ser complacentes com um comportamento que revela falta de consideração pelas populações, nomeadamente da Beira Interior. Para quem conhece a realidade de um concelho como o meu esta ideia é incompreensível. Há mais de um ano que digo que não foi construída a via paralela à A23 que pudesse ligar as populações. Não é com uma estrada onde nem um tractor passa que se dá uma alternativa às pessoas. Primeiro construam as alternativas-que já deviam estar feitas - e depois então pensem nessa ideia. Nem sequer aceito o facto de se falar sobre isto, quando essas alternativas não estão asseguradas"(Povo da Beira 14/9/2004).
São palavras que a maior parte dos cidadãos subscrevem hoje, porque são actuais. Mas, os cidadãos atentos, constatando o silêncio sepulcral actual, perguntam:
Se os pressupostos de ontem estão absolutamente actuais, qual é a razão porque essas vozes estão caladas? Qual o porquê deste silêncio? Será que engrossaram as fileiras dos que dizem uma coisa hoje e amanhã o contrário?
Parece não haver dúvidas...
A mentira é uma epidemia que mina os alicerces da sociedade.
O desastre está à vista.