20/01/2009

Era uma vez quatro!

Foi hoje.
Era uma vez quatro: um português (Durão Barroso), um espanhol (Aznar), um inglês (Blair) e um americano (Bush).
Os quatro cavaleiros do Apocalipse (a conquista, a fome, a guerra e a morte), o bando dos quatro, os quatro dos Açores (que não têm culpa nenhuma) ou os quatro das Lages.
Os quatro cavaleiros do Apocalipse de Viktor Vasnetsov

Foram estes quatro que se juntaram na base das Lajes, nos Açores, para que o mentiroso Bush lhes mostrasse as provas forjadas das armas de destruição maciça do Saddam Hussein e o apoiassem na invasão do Iraque.


O resto toda a gente sabe: as armas não existiam; foram inventadas para que os americanos tivessem um pretexto para invadir o Iraque, o que veio acontecer. O objectivo era ocupar o Iraque para dominar económica e militarmente o Médio Oriente (não esquecer o Irão). Era preciso satisfazer os interesses políticos, económicos, o complexo militar-industrial e até mesmo os interesses religiosos dos americanos. Bush e os seus três amigos foram os executores da política que interessava aos lobbies.

-O primeiro a sair foi o português: fugiu para a Europa tratar da vidinha em Junho de 2004 e deixou o país entregue a alguém que não vale a pena nomear e que quase o conduziu a um beco sem saída.

- Aznar, o espanhol, foi corrido nas eleições de Março de 2004, na sequência dos atentados de Madrid de 11 de Março de 2004. Também, neste caso, tentou arranjar mais uma inventona que foi desmontada. Neste momento apagou-se politicamente. Ainda bem.

- O próximo a sair foi o inglês, que se revelou um mentiroso de alto coturno. Neste momento ainda tem actividade política, mas vai perdendo a credibilidade. Tony Blair saiu de cena, deixando de enganar o povo inglês em 27 de Junho de 2007. Logo a seguir foi nomeado pela UE ENVIADO ESPECIAL PARA A PAZ NO MÉDIO ORIENTE. Já viram a hipocrisia. Um homem que decidiu a invasão do Iraque e do Afeganistão, provocando muitas centenas de milhares de mortos e atraindo o terrorismo para o seu país, ser encarregue de promover a paz para onde levou a guerra?

- Hoje saiu de cena o último do bando, George Walker Bush. Esperemos que para sempre. Para que o mundo possa viver em paz, sem a ameaça constante de um cowboy a promover guerras em todo o lado. Talvez haja um juiz que promova um processo e lhe aconteça o mesmo que a Pinochet e seja levado a tribunal como criminoso de guerra ou por crimes contra a humanidade. Razão tinha o jornalista iraquiano quando o quiz despachar à sapatada.



Esperemos que vá e não volte.

3 comentários:

Anónimo disse...

Foi-se o Bush. Não deixa saudades. Servindo-se da mentira, deixou um rasto de sangue. É responsável por milhões de mortos e feridos em vários países. Para ser feita justiça, devia ser julgado. É o que costuma acontecer às pessoas que praticam crimes contra a humanidade. Por muito menos já outros foram condenados. E não deviam esquecer os parceiros do Bando incluindo o mordomo dos Açores. São responsáveis por um dos períodos mais negros da história da humanidade.
O cenário de guerra continua a fazer vitimas. Os interesses geo-estratégicos prevalecem, assim como prevalece essa situação que envergonha a comunidade internacional, que é a prisão de Guantánamo com todas as cumplicidades que se conhecem e onde se cometeram atrocidades sobre os prisioneiros, alguns que tinham 13 anos quando foram presos... Até quando? É urgente construir um mundo de Paz.
Carlos Vale

Porfirio Silva disse...

Dados os interesses deste blogue, talvez não seja abusivo notar que publico hoje algumas observações sobre o artigo de Lídia Jorge no jornal Público do passado dia 9, sob o título O racionalismo da acção enganou a humanista?

Stalker disse...

É coisa banal este meu sentimento, mas é muito bom saber que ele já aterrou lá na fazenda, no Texas, para não voltar. Coisa que não foi referida e nada habitual, no dia da tomada de posse do novo presidente: o anterior presidente foi vaiado. Mostra que os americanos estavam mesmo fartos do homem e mostra também que olhar para a América de uma forma maniqueísta, imaginando um país mau, é um disparate. Ao longo deste desastre que foi a presidência Bush, muitos americanos estiveram literalmente contra ele e a sua equipa.
Quanto aos crimes contra a humanidade, que o Carlos refere, estou totalmente de acordo. Já chega de ver a lei internacional aplicada só num sentido. Por exemplo, quem construiu e alimentou Guantanamo, deverá responder por essa barbaridade.