15/06/2009

Será que o medo já voltou?

Aqui há dias mantive com um leitor anónimo deste blog um diálogo escrito que ele terminou do seguinte modo: "Boa lição democrática. Bem haja. Infelizmente não nos podemos identificar."
Porque é que não nos podemos identificar? Porque temos medo? Medo de quê? Será que a democracia já está doente? A liberdade de expressão já está condicionada? E porquê?
Eu tenho uma resposta, mas não quero acreditar que seja verdade aquilo que penso.
Muitas das pessoas que deixam os seus comentários neste e noutros blogs fazem-no de forma anónima. Já me interroguei sobre isso mais do que uma vez. Gostaria de saber a opinião dos leitores mesmo que seja de forma anónima.
Esta dúvida levou-me a comentar o assunto com um amigo, que me contou uma "história" recente passada com ele:
- As obras que a câmara municipal tem vindo a realizar nas ruas desta cidade têm provocado muita perturbação e bastantes prejuízos no comércio tradicional. Perante as queixas de um comerciante de uma das ruas intervencionadas que levou meses e meses a ser arranjada, um alto responsável disse-lhe "deixe lá que nós depois compensamo-lo". Se não foram estas palavras foram parecidas. O homem na sua boa fé aceitou a resposta confiante e ficou à espera. O tempo passou e a "compensação" prometida nunca mais apareceu. O homem apanhou alguém que o ouviu e queixou-se, mas foi dizendo: "O senhor pode utilizar as palavras que eu disse mas não diga que fui eu". É claro que o meu amigo contou-me a "história" e não me disse quem foi a pessoa.
Mas a democracia começa a dar sintomas de que está doente. O medo começa a instalar-se e as pessoas deixam de poder falar livremente e nós não aceitamos isso. É preciso dizer NÃO ao medo.

6 comentários:

João de Sousa Teixeira disse...

Se me permites, às vezes é estilo, outras comodismo e, outras ainda, falta de informação.
Às vezes é medo, sim, mas não nos enganemos nem tenhamos medo de denunciar quem "mete" medo e quem "tem" medo: afinal de contas, ambos estão debaixo de uma qualquer pedra.
É que o medo tem muitos nomes e às vezes é uma..."mais-valia", como dizia o outro.
Um Abraço
João

Anónimo disse...

Sim senhor, o medo voltou, por várias razões. eu próprio vou utilizar o anonimato, porque senão!
penso que compreende.
Há situações medonhas em Castelo Branco. o recurso à insinuação, à ameaça velada ou frontal quando é feita a dois é prática usual.
por quem? não é preciso andar a cavar para descobrir. obvio,por quem tem poder...e os mecanismos.
os interesses e as parcerias são explosivas, absurdas, para muitos. é o que posso dizer.

Anónimo disse...

Perguntem à Cidade porquê é que cidadãos albicastresnes têm de se "exilar" no Fundão e na Idanha para trabalarem. Alguns na Câmara do morão não valiam nada apesar de serem quadros tecnicamente excelentes, no concelhos vizinhos fazem maravilhas.
Mas perguñto. Onde estão e quais são as classificações académicas da Drª Teresa Antunes do museu Cargaleiro?

José do Telhado disse...

Estava na gazeta, logo conta.
Coitada. Até mete dó. Dantes ainda tinha opinião. E agora? Ora, agora tem tacho. Não se pode ter tudo.
José do telhado

Carlos Vale disse...

Não tenho dúvidas que existe. São várias as pessoas que o dizem.
Compreendo perfeitamente essas pessoas. Algumas já me expuseram situações muito complicadas e não as assumem por receio de represálias a si ou a familiares.
Aliás há um comentário de alguém nessas condições.
É lamentável que tal aconteça 35 anos depois do 25 de Abril.
Aproveitam-se eventos oficiais pagos com o nosso dinheiros para propaganda eleitoral.
Chama-se a isto, batota...
O controle é denso, sufocante e opressivo.
Carlos Vale

João de Sousa Teixeira disse...

Ó diabo!!! Então mas assim não se pode respirar. Na minha terra há um "clima" que fica nas antípodas da democracia???
Então denuncie-se casos e coisas, pessoas e vermes. Unamo-nos também todos os que queremos lutar contra o statu quo aí reinante.
Nesse caso, ainda bem que falei; ainda mal o que "ouvi".
E pelos vistos o epicentro é a magnífica Câmara Municipal. Que não seja por isso!
Para já um abraço solidário a todos os que se sentem vítimas deste crime silencioso.
João Teixeira