17/12/2008

Apresentação de livro - O Mundo Mágico das Conexões Matemáticas


Foi hoje, ao fim da tarde, apresentado o livro de Paulo Afonso, "O Mundo Mágico das Conexões Matemáticas", no auditório da ESECB.
Vou transcrever dois extractos. Um primeiro, do autor do prefácio, o professor João Ruivo:

"Li, antes de vós, uma bela obra em que o autor sabe como agarrar e seduzir o leitor; em que demonstra que a brincar também se aprende; em que estimula a paixão pelos números, através da divulgação de experiências que tão extraordinariamente nos induzem ao prazer de conviver com a matemática."

O segundo extracto é do autor do livro que escreve na Introdução:

"A utilização pedagógico-didáctica das propostas de investigação ou de resolução de problemas apresentadas depende, pois, do conhecimento científico, pedagógico e curricular de cada docente, de modo a que as mesmas possam contribuir para que a Matemática não seja desprovida de sentido nem de aplicabilidade prática para a maioria dos alunos."

Imprescindível para professores e futuros professores e outros interessados nas coisas da Matemática, que pode ser qualquer pessoa.

14/12/2008

As "pérolas" das obras do sr. Morão

Nos meus tempos de estudante, todos os que moravam na Sra. da Piedade quando vinham ao centro desciam umas escadas e rapidamente estavam na "cidade". O sr. Morão conseguiu "acabar" com as escadas. Já não sei há quantos anos que estão em obras. Parecem estar prontas, mas não estão. Isto é um bom exemplo de "obras que nunca acabam". Mas também há as obras, que aparentemente, por fora, estão prontas, mas não são postas ao serviço dos cidadãos. Porquê? É o que se pode chamar "gastar dinheiro sem proveito".
Esta é a entrada do que deve ser um parque de estacionamento, mas que ninguém sabe, a não ser os responsáveis, se está pronto ou não. Pressupomos que esteja pronto, até já tem nome e também não imaginamos a razão daquele nome.

Em resumo, são "as obras do sr. Morão". Faz, desfaz, gasta dinheiro, não põe a funcionar, altera para pior, sei lá, obras "à pato bravo".

11/12/2008

Ver cinema

Desde que me lembro vejo cinema e tenho alguns filmes que são referências importantes e que considero bom cinema.
Vem isto a propósito dos 100 anos de Manuel de Oliveira, cineasta dos maiores, embora eu não aprecie muito os seus filmes, com algumas excepções, como um dos primeiros, o Aniki Bóbó. Parece que está um pouco na moda gostar de Manuel de Oliveira e dos filmes que fez e são muitos. Entre longas e curtas metragens são mais de 50.
Mas eu ainda prefiro outros. Por exemplo "O mundo a seus pés" de Orson Welles, uma história espantosa de poder, queda e solidão.
O famoso "Leopardo" de Visconti, que é também uma história de poder e lucidez, em que o príncipe de Salina, um aristocrata que consegue, no meio da turbulência da reunificação italiana, preservar o essencial do seu modo de vida e da sua família. O seu pensamento e sabedoria estão expressos na célebre frase: é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma. É um momento da história de Itália em a burguesia assume um papel que a impõe como classe dominante, substituindo a nobreza.
É um momento histórico que prova que a história não tem fim, como já foi afirmado e desmentido por ela própria.

Alain Delon e Claudia Cardinale no filme "O Leopardo"

Ontem à noite estive a rever um filme cujo título é "A escolha de Sofia", drama intenso sobre uma mulher, católica polaca, que nos Estados Unidos relembra e revive o seu passado de prisioneira dos nazis em Awschwitz com os dois filhos e obrigada a escolher um deles para que a criança possa sobreviver, sacrificando a outra. A sua escolha vai persegui-la e conduzi-la-á ao suicídio.
É, de facto, uma história dirigida e interpretada soberbamente por Alan J. Pakula, Meryl Streep e Kevin Kline. A rever sempre.

09/12/2008

Começou a caça ao voto

A pretexto da época natalícia, a câmara municipal e o seu presidente promoveram dia 6 de Dezembro um almoço convívio para pessoas com mais de 60 anos.
E porquê com mais de 60 anos?
E não menos?
Será que estes não pagam impostos, e taxas, e uma das águas mais caras do país e taxa de disponibilidade que substituiu o aluguer do contador.
Porque será que só interessam as pessoas com mais de 60 anos?
No início da década de 60 do século passado, em pleno regime fascista, realizavam-se um arremedo de eleições para as juntas de freguesia. Só os caciques locais podiam ser candidatos e eleitos à boa maneira do regime. Mas, como era preciso manter as populações caladas, contentes não direi, os "candidatos" mandavam distribuir copos de vinho, pelas ruas, aos homens que eram os únicos que podiam votar. Eram o cabeça de casal.
Já passaram mais de 50 anos, mas os processos parecem ser semelhantes. Aumentou o "preço". Agora é um almoço.
Que estranho conceito de democracia.
Podem afirmar que o evento se realiza todos os anos, mas quem o paga somos nós todos, incluindo os que vão almoçar. São os impostos que nós pagamos.
E custa uma bela quantia: no mínimo 30 000 euros, ou seja 6 000 contos, se cada almoço custar 10 euros.
É lamentável que as dificuldades e a simplicidade das pessoas sirvam para as arregimentar para projectos que só os próprios dizem servir a todos. Por isso é que só convidam os que têm mais de 60 anos.

07/12/2008

Obras feitas à pressa - Avenida Egas Moniz

A chamada avenida Egas Moniz, melhor identificada por avenida do Fórum, foi inaugurada há cerca de 13 meses (sejamos rigorosos). No início do Verão, após seis meses a inauguração, começou a ter problemas nos passeios do lado sul, que tiveram de ser remendados. Um exemplo do estado em que estavam.
O que aconteceu só é possível porque foi feita à pressa: o sr. Morão tinha pressa para a inauguração do Fórum. Quando se trabalha para dar nas vistas é o que acontece: falta de qualidade e toca a remendar, uma e outra vez. Mas já não nos surpreendemos. É o que está a acontecer todos os dias com esta câmara. Remendos e mais remendos.
São obras novas, não devia acontecer. No entanto, os basbaques continuam a bajular o sr. Morão, que vai ficar na história da cidade como o "esbanjador". Gasta-se muito dinheiro que dava para arranjar todas as ruas dos bairros que "não se vêem".
A saga dos remendos na avenida Egas Moniz não acabou com os arranjos do lado sul. Agora é pior: na rotunda e na estrada norte o piso começou a abater e lá estão os remendos para fazer, que com a chuva começou a fazer buracos cheios de água que são um perigo para as jantes dos carros.

A rotunda passou a estar cercada de "feridas" por todos os lados.
No entanto, a parte norte da avenida que vai ligar à Avenida do Empresário tem um conjunto de "feridas" na estrada e nos passeios, que talvez fosse mais barato levantar tudo e fazer de novo como devia ser , porque tudo indica que os remendos não vão acabar tão depressa.

E agora a estrada.

Se passado pouco mais de um ano, uma estrada, que devia servir os munícipes em óptimas condições, está no estado que apresentamos, só se podem tirar as conclusões de que os interesses do município não foram devidamente acautelados, porque os responsáveis estão mais preocupados em dar nas vistas do que fazer as coisas bem feitas. É a incompetência que custa muitos euros aos munícipes. O dinheiro que está a ser gasto por má gestão poderia ser aplicado para melhorar as condições de algumas ruas, por exemplo, nos chamados bairros periféricos.

06/12/2008

As cores do Outono

O Inverno aproxima-se rapidamente e com ele o frio. O ar começa a parecer translúcido e as cores quentes do Outono a desaparecer. Há no ar como que uma nostalgia do Verão que passou. As lareiras começam a acender-se, as pessoas recolhem-se e há um convite à reflexão. Talvez seja o momento adequado para lermos algumas poesias. Os poemas que apresentamos são de poetas albicastrenses, mesmo de Castelo Branco:












Há folhas vermelhas

Toca o meu rosto com as tuas mãos, rapariga.
No chão duro e frio da casa desconhecida, na
penumbra do quarto. No campo, lá fora,
o cimo dos pinheiros e o céu com estrelas: sombras
e um azul tão denso, metais brilhantes. Aperta
o meu corpo com os teus braços até
que os ossos se firam. Eu rio
contigo, depois procuro a tua
língua húmida entre os dentes,
toco a ternura quente dos teus
seios. É Outono, há folhas vermelhas
nas árvores dos caminhos estreitos. Os
meus dedos percorrem a tua pele
como o meu olhar vai indo
de montanha em montanha, pelas planícies,
até às linhas dolorosas do horizonte.
Toca o meu corpo com os teus dedos, rapariga.
Arranha as minhas costas com as tuas unhas.
Deixa a minha mão e o meu olhar repousadamente
embeberem-se da tua existência.

João Camilo, A Ambição Sublime, 2001

O Outono é sobretudo nostalgia e cor:

















Os dois poemas que
apresentamos a seguir são de João de Sousa Teixeira, amigão e cúmplice de muitas "aventuras"













NUVEM

Tomemos a nuvem como exemplo,
dos opostos que em si encerra:
se é tão débil quando a contemplo,
por que usurpa o Sol à Terra?

Mas se em lágrimas de pranto,
retoma o alvo lençol,
já se lhe vê o encanto,
quando devolve à Terra o Sol.













SOMBRAS

Não há sombras matizadas
de alegria e sofrimento.
Todas elas são pardas,
todas vestem de cinzento.

As sombras são como o vento:
só sabem bem na estiagem.
De resto, varia o lamento,
dependendo da aragem.

Nem sombras, nem sobras - dizia
a minha avó - quero à frente.
As sobras fazem-me azia
e as sombras constrangimento.

João de Sousa Teixeira - Castelo Branco

A luta dos professores, o ME, os acordos,...

Os Professores, através da Plataforma Sindical, e o ME chegaram a um acordo para início de negociações a partir de 15 de Dezembro, em que TUDO (palavras do SEAE) vai estar em cima da mesa. Mas, logo a seguir, nega que a suspensão da avaliação esteja em causa.
Era bom que todos mantivessem a sua palavra.
Era bom que o acordo tivesse ficado escrito para não haver desmentidos.
Era bom que o ME não andasse aos ziguezagues, porque a ESCOLA, os alunos, os pais, os professores e toda a comunidade merecem e exigem uma escola pública de qualidade.
Era bom que os sindicatos não se deixassem iludir pelos responsáveis do ME. As cedências só se justificam se o ME aceitar discutir a suspensão da avaliação que é o que está em causa e a revisão do ECD (Estatuto da Carreira Docente). A carreira de professor é só uma.
Era bom que os professores apoiassem os seus sindicatos e se mantivessem firmes nesse apoio.
Era bom que não fosse necessário fazer a greve de 19 de Janeiro de 2009, porque era sinal de que tinha havido acordo.
Era bom que os Conselhos Executivos das Escolas estivessem todos ao lado dos professores seus colegas, porque foram eles que os elegeram.
Era bom,...

04/12/2008

As "pérolas" das obras do sr. Morão

Hoje, num curto passeio pela cidade, ao fim da tarde, deparei-me com uma situação algo insólita.
Mesmo em frente à câmara municipal está a "nascer" uma passadeira para peões que fica dentro do parque de estacionamento. Será que ninguém vê que não fica bem? Isto é um remendo. Ou não fizeram "desenho" (o que parece ser habitual) ou esqueceram-se da passagem para peões e toca a remendar. É um pormenor, mas é um "belo serviço".

Já dissemos que são os pormenores que, muitas vezes, determinam a qualidade das obras. E as obras do sr. Morão têm muitos pormenores, que são reveladores da "qualidade" do produto final. Há árvores na avenida 1º de Maio que não "cabem" nas caldeiras. Mais uma vez o que está em causa são os projectos. Não aceitamos que numa obra acabada de executar se veja o que as fotografias documentam.

Nem os arautos que propagandearam a finalização das obras da avenida conseguem esconder estas "pérolas". Que projecto foi feito que não viram que algumas árvores iriam ficar fora da caldeira porque o alinhamento não está correcto?















E o que acontece quando as árvores mais pequenas crescerem e começarem a empurrar os blocos de granito?
Esta é uma obra nova. Estas "pérolas" só podem revelar incompetência e falta de qualidade. Estamos em tempo de exigir qualidade. Não fazemos por menos.

03/12/2008

A greve dos professores

Os professores fizeram greve hoje. As razões são bem conhecidas, mas nunca é demais lembrá-las.
Os professores exigem do ME a suspensão do modelo de avaliação do desempenho e a alteração do ECD (Estatuto da Carreira Docente), exigindo apenas uma carreira.
Como habitualmente vieram ao de cima as divergências nos números da adesão à greve. Como sempre, o ME tenta desvalorizá-la, chegando ao ridículo de afirmar que a maior parte das escolas esteve aberta. Como? Com os funcionários das secretarias e os auxiliares de acção educativa. E os professores? Estes não estavam lá, porque mais de 94% defenderam as suas posições. Nem os alunos, porque esses não tiveram aulas.
Também apareceram aqueles que, não tendo coragem de assumir uma posição clara de apoio ou contra, vieram pôr reservas aos números avançados pelos sindicatos. Parece que depois de tudo o que o ME já fez, é tempo de essa gente acabar de se armarem em moralistas de pacotilha. Já não há pachorra para os aturar.
Neste momento o que se impõe é a demissão da equipa que desgoverna o Ministério da Educação. Esta equipa é um verdadeiro desastre para a escola pública e todo o sistema de ensino. Hoje, não são só os professores que sofrem com a política deste governo; são também os alunos e as famílias, pois as escolas vivem um clima de insegurança e de nervos que poderá pôr em causa o ano lectivo. Por isso, é urgente a demissão da ministra e dos seus secretários.