29/04/2009

O Passeio Verde

Recebi ontem de um leitor anónimo o comentário que se segue:

"Amigo Paco.
Pode ser que saiba, já que está sempre em cima do acontecimento. Soube já há uns dias, que o Passeio Verde, vai fazer jus ao nome, vai ter algum verde(até que enfim). Também soube que as alterações incluem a retirada do mastro e da vela, que nem sombra dá.
Para mim, isto vem provar que o Paco e outros têm razão. Mas... apenas são remendos...E,como diz o Povo: "O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita.
Tanto dinheiro mal gasto...
Um amigo."

A ser verdade a informação referida (e não tenho qualquer razão para duvidar), é mais uma prova das asneiras cometidas pela gestão camarária do sr. Joaquim Morão. Isto vem mais uma vez provar a incompetência, a arrogância e falta de gosto, a gestão sem rumo e esbanjadora do sr. Morão. Vem mais uma vez confirmar que o sr. Morão não ouve ninguém, decide a seu bel-prazer. É impossível que os técnicos da câmara estejam de acordo com o chorrilho de asneiras cometidas até agora. Façamos um pequeno inventário das "pérolas":

1 . Parque de cidade

2 . Largo de São João

3 . Passeio Verde e Devesa

4 . Túneis

5 . Miradouro de São Gens

6 . Jardim da Câmara

7 . Largo da Sé

Parece que cada intervenção que o sr. Morão decidiu deu asneira. Já me esquecia de referir também a Praça Rainha D. Leonor, onde já vi dois técnicos a fazer medições, tudo indicando que também vai levar mexida.

O arranjo que se prepara para o Passeio Verde é a prova provada de que se andou a esbanjar dinheiro que é de todos nós. Mesmo que o sr. Morão afirme agora, sacudindo a água do capote, que o Passeio Verde é uma obra do Pólis, como se o responsável máximo do Pólis não fosse ele, como se as obras do Pólis não fossem aprovadas por ele e só por ele. Como todos sabemos, o homem é o maior. Seja como for, estas obras já são um remendo daquilo que nunca devia ter sido feito e que os escribas de serviço andaram a propagandear como as obras do século. E agora não dizem nada? Ficam calados ou vêm mais uma vez fazer de arautos como se tudo estivesse bem? É importante que as obras que se vão fazer para tentar remediar algum do mal feito sejam feitas com um projecto devidamente elaborado e com opiniões abalizadas. Não pode e não deve ser o mesmo "engenheiro" de sempre a decidir sem ninguém ouvir. Deve verificar-se pensadamente se a solução a pôr em prática é a melhor. Não deve ser mais uma decisão tipo "bom político" que age duas vezes antes de pensar. Esse é o estilo do sr. Morão.

Continuaremos atentos ao que vai passar-se, porque é absolutamente necessário que alugumas das asneiras devam ser corrigidas.

25/04/2009

25 de Abril Sempre!

1974 - 2009 -------- 35 anos


Apesar dos maus tratos que tem sofrido temo-lo no coração!


Eu estava lá
Salgueiro Maia

A Liberdade

Poeta Castrado, Não!

Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.

Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:

Da fome já não se fala
--- é tão vulgar que nos cansa ---
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?

Do frio não reza a história
--- a morte é branda e letal ---
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?

E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
--- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
--- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!

Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

José Carlos Ary dos Santos

25 de Abril Sempre!


24/04/2009

Este país perdeu toda a credibilidade

A imagem que os cidadãos têm dos políticos, em geral, e do poder, em particular, é profundamente negativa. Tenho, no entanto, de fazer uma ressalva. Tal como há entre os cidadãos comuns muitas pessoas honestas, sérias e responsáveis, também há na classe política, homens Desinteressados, Honestos, que trabalham para a melhoria das condições de vida dos portugueses, falam verdade, procuram servir e não servir-se.
Não podem os portugueses procurá-los naqueles partidos que durante 30 anos andaram a enganar-nos. Esses, toda a gente conhece. Procurem-nos, que eles existem.
Recentemente aconteceram algumas coisas que dão uma imagem da falta de credibilidade, mesmo de imoralidade que grassa no nosso infeliz país.
Não falo do Freeport, não falo do processo Casa Pia, não falo dos autarcas corruptos que por aí se pavoneiam,...
Falo daqueles políticos que deviam entregar a declaração dos seus rendimentos no Tribunal Constitucional e que a isso eram obrigados, mas "esqueceram-se" ou preencheram de forma incompleta o documento, escondendo os rendimentos (Porquê?) e não lhes aconteceu nada. No entanto, cerca de 120 000 reformados, que ganham menos que o salário mínimo (450 euros por mês) e que não conheciam a lei, vão ter de pagar uma multa de mais de 100 euros por não terem entregue a declaração do IRS. Isto só tem um nome: É IMORAL.
Todos temos assistido aos chamados "crimes de colarinho branco", vulgo desvios de dinheiro feitos por vigaristas engravatados. Temos visto que muitos deles nem sequer vão a tribunal e outros se são condenados ficam com pena suspensa. Entretanto, um "pobre diabo" que roubou duas galinhas, talvez para comer, só não foi julgado porque entretanto o queixoso retirou a queixa.
Que justiça é esta? Onde está a credibilidade desta gente?
É tempo de os portugueses abrirem os olhos e correrem com esta gente. A primeira oportunidade é a 7 de Junho.

23/04/2009

Hoje é dia Mundial do Livro

Hoje é dia mundial do livro. Talvez seja um bom pretexto para iniciar uma nova secção do blog: um livro por mês. Mas, como hoje é um dia especial vamos falar de três livros: um de poesia, um de prosa de um autor português e um de prosa de um autor estrangeiro.
Não vamos falar de best-sellers. Raramente lemos e muito menos compramos livros que são muito falados e muito comprados. Muitas vezes os autores escrevem ao metro ou ao peso e as mensagens que querem transmitir são vagas e sem profundidade. Preferimos os autores e os livros, às vezes menos conhecidos, mas de qualidade insuspeita: não fabricada pelas campanhas de marketing das editoras.
Apesar disto proponho-vos: comecem hoje a ler um livro e muito melhor ainda comprem um.
Apresento-vos, agora, as minhas propostas:

Livro de poesia de um poeta albicastrense, editado pela RVJ - Editores, Lda de Castelo Branco
Para aguçar o apetite, porque ler livros faz bem à "alma" aqui vos deixamos um poema de um "humor acutilante".
REAL MENTE
Sento-me
Sinto-me sem sentido.
Procuro adormecer
na sombra que me persegue.
Repouso ali,
deleitado ao sol,
na minha sombra
obesa, submissa, original.
Tenho esperança
que o sono apareça
(é o que penso)
- apanhas sol na cabeça, faz-te mal

João de Sousa Teixeira

Quanto ao escritor de Língua Portuguesa o livro que propomos é de autor muito esquecido, cuja obra completa tem vindo a ser editada pela IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA. O livro é Páginas do Diário Íntimo, de José Régio.





Para completar a nossa proposta apresentamos um livro estrangeiro de uma literatura que é pouco conhecida no nosso país. O autor que escolhemos ganhou o prémio Nobel em 1955. É da Islândia, país que a maior parte de nós conhecemos pelas piores razões: a crise que abalou o sistema capitalista mundial. Vamos conhecer a Islândia ou, pelo menos um dos seus maiores escritores e também um dos maiores escritores mundiais: Halldór LAXNESS.

20/04/2009

As "banheiras" do Largo de São João

Foi um amigo leitor do voodofalcão que me chamou atenção para as "banheiras" no Largo de S. João.
Devem estar lembrados da demagógica inauguração do Largo. As banheiras não estavam lá. O que significa isto? Que o projecto previa apenas uma praça vazia, sem árvores, sem qualquer tipo de verde, de sombra, qualquer atractivo para as pessoas.
Só perante as críticas que a realidade mostravam e que eles são incapazes de ver e de aceitar, mais uma vez voltaram a improvisar, remendando o que estava mal. Tal como o amigo leitor Ricardo S. afirma "remendos em coisa nova, prova que o projecto falhou".
A intervenção neste Largo está errada desde o princípio. Basta ver como "se sente mal" o Cruzeiro na companhia daquele modernismo saloio.
Este tipo de intervenção está a acontecer em quase todos os locais emblemáticos da cidade. Brevemente voltaremos a este assunto para apresentar mais uma enormidade que está a "nascer" na nossa cidade.
Para o amigo anónimo que pediu as fotos das "banheiras", aí vão elas:




















Deixamos aqui para todos os leitores as fotos das "banheiras" que pretendem remendar o mal que nunca devia ter sido feito.

19/04/2009

XII Prémio de Atletismo - Alcains - Castelo Branco

Realizou-se hoje uma prova a atletismo entre Alcains e Castelo Branco. Houve participação de atletas de quase todas as idades e escalões, mostrando que é uma modalidade que entusiasma muita gente, aderindo à sua prática. Estavam presentes atletas de todo o distrito.
Assistimos à passagem dos atletas com um praticante que costuma participar, o que não aconteceu desta vez por razões pessoais.
Na conversa que mantivemos, vieram a lume algumas informações.
No distrito realizam-se, anualmente, pouco mais ou menos 12 provas deste tipo, organizadas por associações/grupos desportivos, juntas de freguesia com o apoio da Associação de Atletismo que também organiza. É pouco no nosso entender. A promoção e a massificação do desporto exige a organização de provas onde haja competição. Pensamos que a adesão da juventude passa por aí.
É preciso que o desporto escolar renasça. As escolas têm os meios humanos e materiais.
É preciso que as câmaras e juntas de freguesia tenham uma política desportiva que pode ter várias vertentes. Uma delas passa pela organização de provas ou apoio material à sua organização.
É preciso que a Associação de Professores de Educação Física tenha intervenção activa neste campo.É preciso que o poder político se lembre que o interior também é Portugal.

18/04/2009

Hoje é dia Mundial dos Monumentos e Sítios

Não podemos afirmar que Castelo Branco é uma cidade com muitos monumentos. Pelo menos não é património da humanidade. Tem, no entanto, monumentos, alguns classificados como património nacional e alguns sítios que a tornam única e caracterizam. É preciso conservá-los, preservá-los, melhorá-los, mas não adulterá-los, tirando-lhes todo o carisma e beleza. É o que o saloísmo, armado em modernismo tem andado a fazer nesta cidade. Infelizmente, uma certa comunicação social, igualmente saloia e ignorante, tem aplaudido incondicionalmente todos os atentados patrimoniais.
Apresentamos a seguir, neste dia, que devíamos celebrar com gosto, aquilo que recusamos:
Este era um sítio fresco, agradável, com uns arcos adornados de trepadeiras debaixo dos quais nos sentávamos para estudar ou simplesmente apreciar a paisagem. Os arcos já foram.
Deixamos ao leitor a identificação do sítio. Não é muito difícil para quem o frequentou no passado. Para quem não o conheceu antes, apenas pode imaginá-lo.

Mas sempre vamos adiantar o seu nome. "Isto" é o que antes se chamava o "Miradouro de S. Gens", na encosta do Castelo.

É preciso repor a verdade

Tem-se falado muito, ultimamente, em enriquecimento ilícito, como se essa "doença" fosse uma coisa recente. Toda a comunicação social embandeirou em arco porque o PS se decidiu deixar passar propostas do Bloco de Esquerda no Parlamento sobre o sigilo bancário e os paraísos fiscais. Mas, parece que o enriquecimento ilícito fica para mais tarde. Como se isso fosse uma novidade, que agora convém a uns e a outros aparecerem como os grandes paladinos do combate à corrupção.
No entanto, esta gente esquece-se que o PCP já apresentou e continua a manter em agenda um conjunto de propostas de combate à corrupção. É para que as coisas fiquem claras que aqui apresento a intervenção que Honório Novo, deputado do PCP, produziu na Assembleia da República sobre o tema, no dia 16 de Abril:

Senhor Presidente
Senhores Deputados
O BE apresenta hoje sete iniciativas que têm importância política, que não são novas - são e bem, no fundamental, novas tentativas para melhorar a legislação fiscal - e que justificam este debate.
Sem prejuízo de, como é evidente, o próprio debate poder ser mais enriquecido caso estivessem também em discussão iniciativas de outros Partidos, designadamente do PCP que, como bem sabem, tem iniciativas, algumas delas em curso, no mesmo âmbito e com os objectivos semelhantes.
Vamos então aos conteúdos! Comecemos pelo Projecto de Resolução que recomenda ao Governo que proponha na União Europeia o fim dos off-shores - nova tentativa, correcta, para, tal como o PCP o tem também feito, eliminar estes "buracos negros" da evasão fiscal e do crime económico (projecto de resolução n.º 463/X).
Já quanto ao Projecto de Lei que o BE apresenta sobre o off-shore da Madeira (projecto de lei n.º 724/X), ele provoca-nos alguma reflexão e mesmo discordância.
Não nos passa pela cabeça que o Ministro Teixeira dos Santos tenha convencido o Deputado Francisco Louçã de que afinal não é possível fechar o off-shore da Madeira sem que os outros façam o mesmo.
Como não queremos acreditar que o Ministro Teixeira dos Santos tenha convencido o Deputado Francisco Louçã a manter o off-shore da Madeira aberto, permanecendo "à espera de Godot", à espera que alguém decida pelos Portugueses, o que é proposto no PJL do BE, não é muito significativo.
Mantém o paraíso fiscal na Madeira. Não toca em um cêntimo dos benefícios fiscais, autoriza que na Madeira o Estado continue a perder mais de 2.000 milhões de euros anuais de receitas fiscais.
Não basta obrigar a abrir balcões ou a entregar declarações. O que é preciso é acabar com os níveis escandalosamente baixos dos impostos que se pagam aí!
Quanto à transparência e informação dos vencimentos individuais dos administradores das empresas cotadas e outras (projecto de lei n.º 711/X), estamos de acordo e, como bem sabe o BE, o PCP tem uma iniciativa nesse sentido desde Setembro de 2005 (projecto de lei nº 158/X). Que dá seguimento a outras iniciativas da VIII e da IX Legislaturas.
Proposta que, aliás, apresentou como alteração nos projectos em debate na especialidade sobre reforço do quadro sancionatório do crime económico.
Que - fique desde já a saber-se - o PS já rejeitou na 1ª Comissão!
Como já rejeitou que as burlas e as fraudes bancárias, que os crimes, como muitos dos que ocorreram no BCP e no BPN, passem a ser punidos com prisão. Para estes crimes, basta a multa, diz o PS.
Quanto à tributação sobre prémios excepcionais de administradores (projecto de lei n.º 713/X), temos também uma iniciativa deste tipo. Se o nosso projecto estivesse em debate hoje, estaríamos apenas a tentar encontrar um valor consensual já que o BE propõe uma taxa máxima de 75% e o PCP propõe uma taxa máxima de 90% para as indemnizações imorais que são pagas a administradores por passarem de um Banco para outro! Levam os segredos e ainda lhes pagam por isso!
Quanto à tributação dos grandes rendimentos (projecto de lei n.º 722/X), o BE opta preferencialmente por uma tributação global.
O PCP propõe na sua iniciativa em curso outra metodologia.
O PCP propõe aumentar 4% o IRS para rendimentos salariais superiores a 200. 000 euros; tributar as mais valias bolsistas mesmo para acções detidas mais de um ano; tributar a 30% de IRC as empresas com lucros superiores a 50 milhões de euros; tributar no dobro os impostos de circulação sobre iates e aviões particulares e o imposto automóvel sobre carros que, na origem, custem mais de 100.000 euros.
Mas simultaneamente queremos por via fiscal provocar a melhor distribuição do rendimento disponível, aumentando as deduções com despesas de saúde e com rendas para os escalões mais baixos do IRS, isto é, para quem menos ganha.
Finalmente o imposto sobre transacções cambiais (projecto de lei n.º 723/X). O BE prefere apresentar a versão nacional da taxa Tobin que actua sobre os mercados da moeda, em termos essenciais. A primeira iniciativa que encontrei sobre a matéria é um projecto de resolução assinado por Octávio Teixeira, Lino de Carvalho e Bernardino Soares, data de Novembro de 99.
A iniciativa do PCP entende que esta via é mais difícil e defende quase totalmente de decisões multilaterais. E o país precisa de eficácia, de gerar receitas para enfrentar a crise.
Por isso propomos a criação do ITB - um novo imposto sobre as transacções em Bolsa, de um por mil, (menos que o imposto de selo) a dividir entre compradores e vendedores e que dependerá exclusivamente da vontade política do Governo.
Quanto ao sigilo bancário (projecto de lei n.º 712/X), como bem sabe o BE, a maioria do PS rejeitou ao longo dos anos e ainda há menos de dois meses, uma proposta do PCP para alterar os artigos 63ºB e 63ºC da Lei Geral Tributária que permitiria o acesso, mas condicionado da Administração Fiscal às contas bancárias. E é isto que o PS tem que explicar hoje! Porque é que em todos os debates orçamentais e no OE rectificativo de 2009 o PS e o Governo rejeitaram a proposta do PCP para derrogar o sigilo bancário? E já agora porque é que para o rendimento mínimo ou para o complemento social não há segredo bancário nem dúvidas!

Ficamos à espera da resposta.

Fica o País à espera das explicações do PS e do Governo!

14/04/2009

As ruas entupidas pelas obras

Independentemente da bondade ou não das obras nas ruas da cidade, impõe-se alguma celeridade na sua realização. Hoje, mais uma vez, apareceram queixas de munícipes sobre as obras que mantêm uma rua fechada.
Embora, ainda não tenham aparecido publicamente a queixarem-se, todas as pessoas, que diariamente têm de se deslocar à Escola EBI Cidade de Castelo Branco, sofrem a bom sofrer para lá chegar e depois para sair. Segundo informações locais, às horas de entrada e saída dos alunos é um pandemónio, com carros, pessoas, autocarros, todos a deslocarem-se, apenas numa via. Das três entradas, duas estão entupidas pelas obras, há já longas semanas.
Estes dois acessos só voando por cima e pelo estado em que se encontram vão demorar algum tempo a poderem ser utilizados.
Mais uma vez os responsáveis ignoraram a necessidade das pessoas de acederem aos locais e uma Escola é um local que é procurado por muita gente. Com já dissemos não pomos em causa a necessidade das obras. Exigimos é que a sua realização seja programada de modo a causar o menor incómodo possível.
Tapar dois acessos não é de certeza uma boa opção.Imaginem um autocarro a fazer inversão de marcha neste local, mas cheio de carros a tentarem fazer o mesmo.

10/04/2009

Coltan - o ouro negro

O meu amigo Carlos Vale publicou, em 17 de Fevereiro de 2009, no jornal "Povo da Beira", um artigo notável cujo título era "Coltan e os direitos humanos".
Impõe-se, desde já, uma pergunta: O que é o coltan? Vou transcrever o artigo que refiro: "(...) Imagine os computadores, condensadores, vídeoconsolas, ordenadores portáteis, plasmas, GPSs, chips e toda a panóplia de instrumentos e dispositivos que a indústria electrónica produz. Imagine a diversidade e complexidade tecnológica das indústrias médicas, armamento, aeronáutica, espacial e, (...).
Imagine que, para esta tecnologia funcionar, é essencial utilizar um material que resulta da combinação de dois minerais chamados columbite e tantalite a que se dá o nome de "coltan" (col+tan)"



















Os principais produtores mundiais são a Austrália, o Brasil e essencialmente a República Democrática do Congo (ex-Zaire) que possue cerca de 80% das reservas mundiais, numa zona que faz fronteira
com o Ruanda e o Uganda.
Estes dois países, não sendo produtores, são dois dos principais exportadores deste produto que é importado por empresas conhecidas de países capitalistas como os Estados Unidos, Bélgica, Alemanha, Holanda e Cazaquistão e onde é refinado e preparado e utilizado na produção de todo o tipo de máquinas, instrumentos e equipamentos referidos anteriormente.
Como é que o Ruanda e o Uganda entram neste negócio? Invadiram o vizinho Congo, ocuparam amplas parcelas do seu território, provocaram uma guerra que dura desde 1996 e já provocou mais 5,5 milhões de mortos (uma média de 45 mil por dia). No artigo de C. Vale afirma-se "Diariamente são violados os mais elementares direitos das populações, com a aplicação do trabalho forçado e da mão obra infantil, incluindo crianças de sete, oito anos, que são forçadas a deixar a escola para escavar as minas, chegando a juntar famílias inteiras, que são brutalmente exploradas."










É evidente que onde há guerra, há negociantes de armas que estão interessados em manter a guerra. Mas os "ocidentais" que enchem a boca diariamente com os direitos humanos alimentam esta matança porque as empresas que utilizam o coltan nas suas produções negoceiam a compra do precioso mineral com os bandos armados que beneficiam com esta situação.
Citando mais uma vez o artigo referido "Imagine o leitor, o que se passa no terreno da exploração deste precioso minério, que tanta falta faz à humanidade. Imagine famílias inteiras, avós, pais, filhos e netos, (...) condenados a trabalhar forçadamente, em condições que violam os direitos humanos (...)."
"Custa a crer que em pleno século XXI hajam situações de barbárie como esta que, estou certo, todos nós condenamos e que é, escandalosamente, uma situação que envergonha o mundo, particularmente a ONU que, estando no terreno, é incapaz de alcançar uma solução digna e justa (...)".







Terminando: "É dever de todos nós exigir aos organismos internacionais, aos países envolvidos directa ou indirectamente, às empresas mais interessadas e dependentes do minério, uma solução digna e justa que ponha fim ao sangrento conflito".

A defesa dos direitos humanos não pode apenas ser um slogan, é preciso mostrar na prática a sua defesa.

08/04/2009

Devemos ou não exigir a rápida conclusão das obras?

Há já alguns dias que tenho andado a reflectir sobre o que se passa na nossa cidade. Não é novidade para ninguém que a Câmara Municipal tem realizado intervenções em variadas ruas, simultaneamente, criando dificuldades aos moradores.
Independentemente da "qualidade" das obras, é fundamental que sejam realizadas de uma forma programada. Não se pode "invadir" um bairro e transformá-lo num estaleiro durante meses e meses. As obras devem ser feitas por partes e o mais rápido possível.
Vem isto a propósito de uma notícia saída no jornal "Povo da Beira" de 7 de Abril, onde se refere que numa rua na zona histórica (Bairro do Castelo) as obras começaram há seis meses e ainda não acabaram, impedindo mesmo os moradores de sair de casa. Hoje, dia 8, a rua estava assim:

Já anteriormente tínhamos observado o estado em que se encontravam algumas ruas. As fotos que se seguem ilustram isso. É preciso acabar rapidamente com as obras.A qualidade e a competência de um órgão autárquico, neste caso a câmara municipal, também se mede pela diminuta perturbação que provoca ao realizar as obras. Infelizmente, não é o caso. As perturbações são muitas e demoradas.

01/04/2009

A reunião do G20

A reunião do G20, ou seja das maiores economias do mundo e dos países em desenvolvimento, começou sob o signo da contestação, da divisão e da descrença.
A contestação começou no dia 28 de Março com uma manifestação em Londres, onde está a realizar-se a cimeira, que juntou mais de 35 000 pessoas que exigiam dos governos o apoio aos mais pobres e a punição dos responsáveis desta crise.
A contestação continuou ontem, dia 1 de Abril, com manifestações em que participaram milhares de pessoas, exigindo mais uma vez a tomada de medidas de apoio aos mais pobres.
O presidente francês, Sarkozy, ameaça abandonar a cimeira se as medidas que propõe para combater a crise (defendendo os interesses da França, claro) não forem consideradas na declaração final. Ele até quer que a erradicação dos paraísos fiscais conste da dita declaração. Ficamos à espera dos resultados.
O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, declarou que o fracasso na tentativa de combater a crise económica e financeira pode provocar a falência de Estados, distúrbios sociais e uma "catástrofe humanitária", e que o pior ainda está para vir. É evidente que os mais pobres é que vão pagar a crise e os crimes cometidos pelos defensores do capitalismo.