21/10/2010

Projectos da Zona da Estação de Caminho de Ferro

Tenho andado muito arredio deste blog. O período do verão traz sempre as férias, que afasta as pessoas das actividades diárias normais. Por vezes também acontecem situações meramente privadas que contribuem para esse afastamento.
Ultimamente têm aparecido muitas questões relacionadas com o poder autárquico. Li há alguns dias um comentário de alguém que afirmava (e cito de memória) que
50% do dinheiro gasto por muitas autarquias é mal gasto.
É uma afirmação que merece ser comentada e considerada. Para isso temos de perguntar:
O que se pode afirmar em relação à Câmara Municipal de Castelo Branco? O dinheiro gasto é aplicado com critério? As obras feitas eram as absolutamente necessárias e urgentes?
Já várias vezes nos pronunciámos sobre isto:
- Sabemos que há projectos que foram encomendados e
elaborados e que foram metidos na gaveta e não foram executados? Porquê? Talvez não agradassem ao comendador. São muitos milhares de euros gastos inutilmente.

- Muitas obras têm sido executadas e passado pouco tempo são objecto de alterações (remendos), porque começaram a meter água, ou porque as paredes começam a abrir fendas, ou porque se esqueceram que os jardins devem ter árvores e relva; ou porque os bancos são necessários para as pessoas se sentarem, ou porque bancos sem costas são muito incómodos e os bancos de madeira são muito mais agradáveis,...

- Foram feitos concursos de projectos de ideias, que a grande maioria dos albicastrenses não conhece e que não foram executados. Entre eles está o
Projecto de Renovação da Zona da Estação. Em meados de 2008 foi feito um concurso de ideias e apresentados cerca de uma dúzia de projectos. Na altura, embora se tenha falado do assunto, pouca gente teve acesso aos diversos projectos e ao vencedor. No entanto, esperava-se que a câmara e o seu presidente, mais conhecido pelo comendador, avançasse com a sua concretização. Ainda hoje estamos à espera das obras e bem podemos esperar. Pelos vistos nem os "ceguinhos" apoiantes incondicionais conseguem levar o comendador a decidir que projecto vai executar. Mas, para nós, apesar do atraso (o Centro Coordenador de Transportes já está atrasado trinta anos) os diversos projectos devem ser conhecidos, analisados, discutidos e alterados e escolher DEFINITIVAMENTE o que se vai fazer.

Nos dias 1 e 2 de Outubro, nas Jornadas da Ordem dos Arquitectos realizadas na EST/IPCB, foi feita uma exposição dos diversos projectos. In
felizmente não foi feita a apresentação de qualquer deles, nem mesmo do vencedor, apresentado pelo gabinete "RISCO". Sabedores desta realização tivemos o cuidado de visitar a exposição e apreciar os estudos propostos. Acabámos por verificar que algumas das soluções apresentadas (nomeadamente a vencedora) propunham intervenções estruturantes que alteravam completamente a zona; o investimento requerido pelas "obras" necessárias era astronómico; algumas das soluções eram pouco eficazes e práticas; o projecto vencedor era o único que apresentava intervenção urbanística para lá da variante, o que nos leva a perguntar PORQUÊ?

Já vai sendo tempo de resolver esta questão. O comendador e a sua "equipa" já tiveram mais de dois anos para resolver. Para nós já não é surpresa. Não é capaz quem quer é quem pode, mesmo que os "ceguinhos" não vejam.

Para se fique com uma ideia vou deixar aos leitores algumas fotos dos projectos.


As duas imagens anteriores mostram claramente a Av. Nun'Álvares com as suas árvores e o túnel a passar por baixo do edifício da estação que desaparece e é substituído por outro. Vê-se à direita uma passagem superior, que não sabemos como vai ser construída. Perante o que se vê é urgentíssimo repensar o que se pretende e decidir rapidamente. É fundamental pensar no investimento que se vai fazer.









20/10/2010

Que nome deve ter o OE (Orçamento de Estado) para 2011?

Eu diria que é um "assalto" ao bolso de quem trabalha. É a manifestação mais feroz do que é o capitalismo selvagem.

As medidas avançadas, ao contrário do que dizem aqueles que as propõem e querem pôr em prática (governo PS/Sócrates) apoiados pelos que fingem estar contra, mas que na hora da verdade vão aprová-las e tentarão exigir ainda mais (PSD/Passos Coelho), não são para todos, são apenas para alguns. São contra os mesmos de sempre. São contra os trabalhadores e os reformados. Estes é que vão ver o seu salário diminuído, vão sentir os preços dos bens essenciais a aumentar e a sobrar mês para o ordenado, as prestações sociais que ajudam muitas famílias a equilibrar o seu orçamento irão diminuir,...

As reduções salariais, ao contrário do que dizem o PS/Sócrates e o PSD/Passos Coelho, não são para todos. Os banqueiros e os ricos e poderosos que estão sempre a receber benesses dos amigalhaços do governo continuam a aumentar as suas fortunas. Em tempo de crise aumentam ainda mais de forma escandalosa. Basta ver os lucros anuais da banca e dos grandes grupos económicos. Mas também não nos podemos esquecer dos amigalhaços, dos boys, que ocupam os milhares de tachos, muitos deles criados de propósito para eles. Estes também não sentem a crise.

As medidas avançadas no PEC 1, no PEC 2, no PEC 3 e no OE/2011 não são para resolver a crise. Até os papagaios de serviço ( os analistas políticos) e os economistas do sistema, que têm duas e três reformas chorudas e que estão sempre contra quem trabalha defendendo todas as medidas que agravam as suas condições de vida e de trabalho, já começam a mudar de linguagem e a dizer que a economia portuguesa vai entrar em recessão no próximo ano. E já há quem afirme que vamos continuar em crise até 2025. Vamos continuar em crise, nós, os que trabalhamos e que somos reformados.

Dizem eles que não há alternativa a estas medidas. Não é verdade. Há muitas outras medidas que podem ser tomadas. Podem ser lidas aqui. São as propostas do Partido Comunista Português.

Também não é um problema de inevitabilidade. Há muitas outras medidas que podem ser tomadas. É uma questão de opção política.

Com esta política, os trabalhadores, os reformados e o povo que tem apenas o rendimento do seu trabalho para sobreviver só tem um caminho:

É A LUTA. E JÁ HÁ DOIS MOMENTOS MARCADOS

MANIFESTAÇÃO NACIONAL DE TRABALHADORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - DIA 6 DE NOVEMBRO

GREVE GERAL - DIA 24 DE NOVEMBRO

Vamos à LUTA que é tempo dela.

05/10/2010

Dia Mundial dos Professores

Hoje, dia 5 de Outubro, data importantíssima para o povo português é o DIA MUNDIAL DOS PROFESSORES.

O Secretariado Nacional da FENPROF publicou um comunicado sobre a data que pode ser lido aqui onde aponta as linhas de actuação futura da luta dos professores, afirmando que

"Os anunciados congelamentos de carreiras, concursos e pensões, a redução dos salários, o aumento de impostos, a par da redução da transferência de verbas para o Ensino e para as escolas, são razões mais do que justas para os Professores voltarem à luta, voltarem à rua, protestarem, reclamarem e exigirem outras políticas e respeito por quem trabalha.

Neste Dia Mundial dos Professores, a FENPROF garante que assumirá as suas responsabilidades na direcção e condução dessa luta."

Hoje, Dia Mundial dos Professores, é preciso dizer NÃO à redução de salários, NÃO ao congelamento da carreira, NÃO ao aumento de impostos, NÃO aos cortes na Educação.

VIVA A REPÚBLICA!

Apesar de todos os atropelos que tem sofrido ao longo dos anos

ainda podemos dizer

VIVA A REPÚBLICA!



E que viva muitos outros 100 anos!

Deixamos aqui uma ligação para uma exposição do PCP sobre a Primeira República, que dá informações bastante importantes e diferentes do que é habitual nas fontes tradicionais.

04/10/2010

*COMENTÁRIO FUNÇÃO PÚBLICA*

Recebi há pouco tempo a mensagem que se segue e que não resisti a deixar para os leitores. Mostra bem o país em que vivemos. E não digo mais. Cada um julgue por si.

*COMENTÁRIO FUNÇÃO PÚBLICA*

Meus amigos:

Trabalho no privado e ganho 400€ na folha de ordenado e por "baixo da mesa" recebo da Empresa onde trabalho mais 1200€ em papel moeda.
Tenho direito a automóvel da Empresa de alta cilindrada e envelopes mensais recheados com 300 € para gasóleo.

Tenho ainda direito a almoço completo no bar da Empresa com grande variedade e qualidade pagando apenas uma senha no montante de 1 € por dia.

Quando vou à Caixa de Previdência, marcar uma consulta estou isento de taxa moderadora, porque na minha folha de ordenado apenas aparecem os 400€.
Esta é a realidade de milhares de trabalhadores portugueses!

A minha esposa que tirou um curso superior, trabalha na função pública com horário oficial das 09 às 17h. Nunca consegue sair antes das 19:30 horas , sem ganhar um cêntimo que seja, dado que do quadro de 6 funcionários 3 foram aposentados e não foi colocado mais nenhum!
Ganha 800 €uros, já com subsídio de refeição incluído, desconta mensalmente 150€ de I.R.S; 50€ para a Caixa Geral de Aposentações, 25€ para a ADSE , 10€ para uma verba que se destina ao pagamento futuro do funeral (comum a todos os funcionários públicos), e outros mais descontos que não me lembro.

Feitos os descontos fica com 565€ "limpos", dos quais ainda retira 58€ mensais para o passe e gasta cerca de 5€ diários para almoçar de pé ao balcão de um café .

Trabalha num Edifício público degradado, a manusear pastas de documentos cheias de pó onde circulam baratas ratos e outras pragas, e com computadores e sistemas informáticos do século passado, sempre a encravar. Atende dezenas de cidadãos por dia portadores das mais diversas doenças infecto - contagiosas e tem a seu cargo assuntos de muita responsabilidade.

Há dois anos que o Sócrates lhe congelou o ordenado e não preenche o quadro de pessoal, no entanto, os inspectores do serviço, aparecem a cada passo em cena, de forma prepotente a dizer que o trabalho devia estar mais em dia!

Quando a minha esposa vai à Caixa de Previdência marcar uma consulta paga taxa moderadora. Se for a um médico da ADSE de descontos obrigatórios, paga a totalidade da consulta, e largos meses depois, recebe uma pequena percentagem do que pagou.
Todos os dias no serviço "ouve bocas" dos utentes contra a função pública, que imaginam ser um "mar de rosas".

E vocês, neste cenário socratista, gostariam de ser funcionários públicos? Eles é que são os parvos que pagam os impostos na totalidade e sustentam o país!

É claro que eu com o que ganho por fora, comprei um seguro de saúde a uma Companhia de Seguros, e vou aos médicos que quero!
Sou um "coitadinho" do privado que só ganho oficialmente 400€, tinha direito a isenção de taxa moderadora, mas mesmo assim não estava para esperar 6 anos por uma consulta, que com a saúde não se brinca!

Quando a minha esposa chega a casa vem exausta de um trabalho, que se fosse num privado, aparecia o IDICT e a ASAE e encerravam de imediato a porta por falta de condições!

Quando o Sócrates ataca a função pública, é apenas música para analfabetos que apenas possuem orelhas!

03/10/2010

Só não vê quem não quer.

Já há algum tempo que ando arredado destas lides da blogo-esfera. Mais uma vez o meu amigo João Teixeira me enviou um texto (crónica) cheio de oportunidade e sentido de humor, tendo em atenção que se refere à farsa, embora ele lhe chame "saga", que os dois chefes de serviço dos partidos que há 34 anos andam a (des)governar este triste país. Ou seja, refere-se à farsa desempenhada por Sócrates/Coelho a propósito da situação política e OE para 2011.



BOLOS DE ARROZ

Nos idos da minha juventude, havia uma aposta curiosa que consistia na oferta de uma determinada quantia (nada de exageros…) a quem conseguisse comer um bolo de arroz em um minuto. Não sei se hoje ainda se fazem da mesma massa, mas garanto que era tarefa difícil e, regra geral, votada ao fracasso, mesmo para os companheiros, que todos tivemos um dia, que tudo sabiam e de tudo eram capazes.
Pior, houve quem, há um bom par de anos – figura grotesca da nata política, na área socialista – afirmasse que, aos dezoito anos, terá ficado espantado pelo facto de os bolos de arroz possuírem na base um círculo de papel vegetal. Não porque até então nunca tivesse degustado o famigerado bolo seco, com cinta também de papel e presença obrigatória em todas as pastelarias, bem pelo contrário, era dos seus preferidos. Mas o coitado nunca reparou no pormenor e, já agora esclareço, comia o papelinho circular da base, que muito bem lhe sabia e associava ao prazer do sabor do seu bolo predilecto.
Ou muito me engano ou tudo isto me ocorreu a propósito da saga Coelho/Sócrates, ou Dupond & Dupont… fingindo a discordância, simulando diferenças ou aparentando a zanga, quando na realidade o que pensam é porque é que eu não me lembrei desta. No fundo, são farinha do mesmo saco.
Estiveram a banhos. Ganharam uma cor mais sadia e agora que estão de regresso (sim, esta gente sai e entra, entra e sai) trazem novo fôlego para as velhas ideias, para passarem nova temporada a tentar convencer-nos que é desta que a coisa vai, que é agora que nos vão tirar a barriga de misérias, com estatísticas à carta, mais desemprego, mais inflação e festa, muita festa e fogo-de-vista para um copo de água que não foi servida ainda mas já está inquinada.
O mesmo não é dizer que a esta mesa ninguém se vai sentar. Como diz Alberto Cortez no seu poema el vino, … “y entonces, son bravucones, / hasta que el vino se acaba/ pues del matón al cobarde/ solo media la resaca.”
Um, anda numa corrida desenfreada, tentando demonstrar que o seu pastel é aquele que os portugueses mais apreciam, que é doce, que faz bem a tudo, que conforta o estômago e aquece a alma e, em suma, os tira da fome e da miséria. O que não diz é que temos apenas um minuto para o comer e jamais conseguiremos tal proeza.
O outro, no mesmo tom mas com a esperteza de quem já conhece o papel da base, e tem o paleio adequado para mentir ou desmentir q b, insiste que comamos, que é tudo comestível e… à saída logo se vê.
Em qualquer dos casos, pode dizer-se que falam de velhas receitas, cujos resultados são, em regra, amargos de boca. Mas têm razão num pormenor: ainda é com papas e bolos que se enganam os tolos.
Resta saber quando terá o povo a maturidade necessária para lhes dar, não o bolo, mas o arroz. A ambos.


João de Sousa Teixeira
teijoao@gmail.com