30/04/2010
As obras da Rua J. A. Morão
As canalizações desta rua já tinham sido intervencionadas há alguns anos e alguém afirmava que o que se estava ali a passar era o exemplo perfeito do esbanjamento de dinheiro, uma vez que as canalizações de esgotos e águas teriam pouco mais de meia dúzia de anos (na foto anterior vê-se a canalização anterior). Só se compreende esta recente intervenção se o que lá se encontrava não estava em condições. Neste caso é mais uma prova de que a Câmara Municipal realiza obras com projectos mal concebidos. Deixamos uma pergunta:
- Como é possível que se façam obras que ao fim de poucos anos estão ultrapassadas?
Passando para a frente contemos a saga das novas obras, que como dizemos atrás arrastam-se há longos meses atravessando o inverno. Quando se pensava que o sacrifício ia acabar, os trabalhadores desapareceram e já há alguns dias que não se vêem.
No entanto, a Exma. Câmara nem sequer se deu ao trabalho de informar os moradores do que se estava a passar. Sabe-se, entretanto que alguns comerciantes, muitos, da zona escreveram uma carta ao presidente da câmara reclamando da situação.
As coisas não podem é ficar como estão. Os prejuízos de todos já são muitos e não há respostas. Esta é mais uma situação de incompetência, mas também de prepotência.
É tempo de dizer basta!
29/04/2010
Obras feitas à pressa
Porque é que isto acontece?
1. Porque os materiais utilizados não eram apropriados ao tipo de trabalho realizado e como tal começaram a partir e tiveram de ser substituídos por outros, que pelos, vistos são do mesmo tipo. Já há quem faça apostas sobre quanto tempo vão ficar intactas as novas pedras colocadas.
2. As obras foram mal concebidas e os projectos, se os havia, foram mal elaborados e ainda pior executados, o que conduziu à sua degradação acelerada.
3. Como havia mais do que uma obra a ser executada no mesmo local ao mesmo tempo, não houve coordenação nos tempos de execução, de modo que a abertura do “poço” do parque de estacionamento provocou a deslocação das terras dando origem à degradação acelerada da calçada da avenida 1º de Maio.
4. Porque as obras foram feitas à pressa e era preciso estarem "prontas" para a inauguração antes das eleições, para enganar os crédulos.
Estas são algumas das possíveis razões do que se está a passar neste momento, prejudicando, mais uma vez os munícipes e os comerciantes da zona.
Deixamos mais uma interrogação? Quem paga estes remendos se a empresa que está a proceder às obras não é a mesma que fez as obras originais? Tudo indica que é mais uma vez o bolso do contribuinte.
Isto chama-se esbanjamento, que, em tempo de crise, é gravíssimo e também incompetência. Mas isso já não é segredo. Só não vê quem não quer ver.
25/04/2010
O 25 de Abril e a cidade de Castelo Branco
Neste sentido apresento a intervenção lida hoje na Assembleia Municipal pelo meu amigo e camarada João Pedro Delgado, em nome da CDU:
Bom dia a todos os presentes,
Nasci em 1978. Não vivi o 25 de Abril, e contudo vivo-o todos os dias, vejo-o acontecer e vejo-o ser desmantelado, peça a peça, para venda. Quanto refiro que o vejo a ser vendido ao capital, não é a efeméride do 25 de Abril em si que constitui mercadoria - apesar de essa também ser amiúde atacada - , mas sim as suas consequências mais importantes, ou seja os direitos fundamentais das populações.
O que é agora a principal mercadoria dos especuladores e do capital é não mais que a revolução de 74, que é como quem diz, o simples conceito de que a economia, a sociedade, a política, têm que processar-se em benefício de todos. De cada vez que os pouquíssimos ricos decidem ganhar mais uns milhões especulando sobre o trabalho de inúmeros homens e mulheres (hoje diz-se “mercado de trabalho”), promovendo a precariedade e a incerteza sob a ameaça do desemprego, está-se a desmembrar o 25 de Abril. De cada vez que um grupo Mello ou um Champalimaud se imiscui num monopólio essencial à sobrevivência do homem - seja ele um hospital cujos lucros aumentam à medida do sofrimento e incerteza dos doentes, seja ele a distribuição de água cujos lucros aumentam à medida das necessidades básicas de cada família -, está-se a desmembrar o 25 de Abril. Todavia, já pouco há desmembrar. Falta apenas o golpe de misericórdia e, mesmo esse, anuncia-se para breve com o PEC e os apetites do FMI.
Mas dizia eu, nasci em 1978, e como tal não vivi o 25 de Abril. Muitos dos que conheço, porém, viveram-no. Pelo facto de militar no partido em que milito, cheguei aliás a conhecer muitos dos que durante toda uma vida lutaram para que ele acontecesse. E sem nunca ter tido contacto directo com muitos outros, sinto que os conheci como ninguém, a esses que prescindiram dos confortos da vida regular e familiar, e abraçaram uma vida de clandestinidade, atirando-se muitas vezes à tortura, à prisão, ao encerramento em campos de concentração, à pistola assassina de qualquer esbirro... Esses sonhadores clandestinos morreram lutando, não pelo seu partido, não pela sua vida, não pela sua família, mas sim por todos os partidos, por todas famílias e por todas as vidas deste país. E conseguiram vencer.
Regressando agora ao desmembramento de toda uma sociedade: de cada vez que se vende mais uma parte do 25 de Abril, ofende-se a memória desses Homens e Mulheres que morreram pelas suas conquistas.
Não o vivi, não o vi ao vivo, nem na televisão, nem na rádio. Mas vivo diariamente o 25 de Abril e conheço-o profundamente. Através da história, através dos camaradas e amigos que o viveram, o fizeram e o colocaram a favor do povo e, principalmente, através da Constituição da República Portuguesa. Esta Constituição, votada por todos os partidos desta câmara em nome de todos os portugueses, e que os sucessivos governos PS/PSD/CDS decidiram não cumprir, violar, traír, alterar, desfigurar, por vezes com recurso a violência, colocou o povo português na vanguarda política. E na vanguarda porque os deputados, mandatados pelo povo, decidiram naquele dia fazer justiça: de aí em diante tudo o que o povo produzisse reverteria para o benefício do mesmo. A acumulação capitalista à custa da exploração do próximo cessaria; já não haveria quem dissesse, como tão bem ilustrou Barata Moura “Os outros que vão trabalhar, que eu cá estou para receber!”.
Todos sabemos que assim não tem sido, e todos sabemos também que existem culpados para o facto, com nomes, caras e partidos bem definidos.
Porém, os ecos do 25 de Abril de 1974 dizem-me ainda o seguinte, no preâmbulo da Constituição:
«A 25 de Abril de 1974, 0 Movimento das Força Amadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista.
Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa.
A Revolução restituiu aos portugueses os direitos e liberdades fundamentais. No exercício destes direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar uma Constituição que corresponde às aspirações do país.
Mesmo amputada severamente, a Constituição da República Portuguesa faz prosseguir o espírito do socialismo que todos os portugueses decidiram ser o melhor para Portugal: é por essa sociedade pela qual nós lutamos, em nome das pessoas, feita por e para o povo, em direcção ao socialismo, tal como todos os actores políticos lutariam, caso não tivessem mudado de ideias várias vezes nestes últimos 35 anos.
O 25 de Abril, como eu o vejo, é todavia passado: é passado a data da revolução, como é evidente, há 36 anos. Os seus efeitos, infelizmente, são também passado, ou estarão prestes a entrar nas folhas da história. Não haja dúvidas que o Estado de hoje, a Economia de hoje, não é feita para o bem-estar colectivo. Onde está a “democracia política, económica, social e cultural”? Foi aniquilada. Foi roubada aos portugueses pelos grupos económicos e pelos governantes que com eles pactuam.
Onde está a jornada máxima de 8h? O sistema de saúde universal e gratuito (que chegou a ser o 12º melhor na OCDE... que diferença para os dias de hoje, em pleno desmantelamento)? O ensino universal e gratuito? As infra-estruturas sociais universais? A política pública de habitação universal? Enfim, a paz, o pão, a educação, a saúde, a habitação?
Tempos houve em que a Universidade não era considerada um mercado, e em que a educação era vista como um bem colectivo e um direito universal. Desde a introdução de propinas, no entanto, a inscrição de alunos pobres diminuiu cerca de 33%, e isto no mesmo período em que a pobreza aumentou vertiginosamente!
Tempos houve em que a banca estava ao serviço dos portugueses, e não contra eles, alimentando riqueza rápida à custa de crises cíclicas criadoras de brutal sofrimento.
Tempos houve, ainda os vivemos, mesmo que por pouco tempo, em que os correios e rotas postais estavam ao serviço das populações e não contra elas: qual será, depois da privatização anunciada, o gestor que manterá aberto o posto de correios da pequena vila que, sendo um serviço público de proximidade, dá prejuízo ano após ano?
Tempos houve em que as telecomunicações, a água, as infra-estruturas de transportes, os recursos energéticos, os recursos naturais e ambientais estavam ao serviço das populações e não contra elas.
Hoje temos, a título de exemplo, concessionárias administradas por ex-governantes - do partido actual do governo ou do que alterna com ele - a negociar a exploração de infra-estruturas básicas de transporte (como a A23) com uma Estradas de Portugal pública, mas de direito privado, também administrada pelos mesmos ex-governantes do partido do poder ou do outro, por forma a sanear as suas escandalosas contas e torná-la apetecível para o capital privado, através de negócios sem fim, mas dos quais todos sabemos o resultado: ganham eles, perdemos todos.
Depois de sonegarem todo este universo de bens naturais às populações, vendem agora às mesmas o produto do seu próprio trabalho por preços incomportáveis. O que antes era de todos, é agora só de alguns, e quem quiser, paga, assim o salário de 500 euros da empresa de trabalho temporário chegue.
Não deixa de ser curioso que, 36 anos depois, tudo esteja a ser desmantelado em benefício de negócios e negociatas feitas pelas mesmas exactas famílias que antes formavam o grosso da fileira corporativa do fascismo. A vingança dessas mesmas elites está aí, e quando os clássicos acumuladores de capital se vingam do 25 de Abril, vingam-se na prática em todos nós, os que trabalham e vivem do seu trabalho, os que produzem e lutam para viver a sua vida; vingam-se por fim em nós comunistas, mas também em vós, militantes dos outros partidos que preconizaram para Portugal, em 1976, um país em direcção ao socialismo.
O PCP tem lutado contra este roubo, luta hoje e lutará no futuro. Durante os 40 anos do fascismo lutou em condições de dureza inimagináveis, tudo deu para que o 25 de Abril fosse colocado a favor das populações, tudo dará para que o nosso Estado, supostamente democrático, continue a fazê-lo e lutará sem tréguas para que um próximo 25 de Abril, uma próxima revolução, seja ela também feita em benefício do povo, aprofundando a sociedade socialista com que todos os partidos aqui hoje presentes se comprometeram.
“Viva o 25 de Abril”, “Viva o Socialismo”.
22/04/2010
O Museu Tavares Proença, o Ministério da Cultura e a Câmara de Castelo Branco
Infelizmente parece que é o que acontece com o museu. As exposições periódicas são muito poucas. Talvez no máximo uma meia dúzia ao longo do ano. E ainda por cima, só com autorização do Instituto dos Museus e Conservação (IMC), o que significa que há sempre o argumento de que não há dinheiro e a actividade do museu é mínima, comparando com o que se passava há mais de 15 anos: concertos, exposições, palestras,…
A escola de bordado de Castelo Branco está quase extinta. Neste momento tem apenas duas bordadeiras e mais uma bordadeira a fazer restauro. A não serem tomadas medidas vai desaparecer a curto prazo.
A certificação do bordado de Castelo Branco parece que anda mas não anda. Fala-se agora, passados quase 5 anos da aprovação do decreto-lei, em avançar.
A maior parte do acervo está em reserva e não exposta:
- a Arte Contemporânea está tudo em reserva; a Armaria está no museu dos Coches e 3 altares estão na Sta. Casa da Misericórdia, desde que começaram as obras de recuperação.
A cultura para este (des)governo é o parente pobre. Além disso estamos no interior, onde tudo é mais esquecido.
Tentam agora, como se fosse uma boa medida a passagem da responsabilidade do museu para a câmara. Mas a ministra da cultura afirma uma coisa e o presidente da câmara, pondo-se em bicos de pés, diz que não sabe de nada.
Então o ministério tem andado a tratar da questão com a Associação Nacional de Municípios, de cujo Conselho Directivo o sr. Morão faz parte e diz que não sabe de nada? Deixamos esta interrogação, mas devemos estar atentos mais uma vez que eles andam a prepará-la.
Com os trabalhadores de certeza que ninguém falou. Também devem ter uma palavra a dizer.
19/04/2010
A Montanha pariu um rato
Ficámos impressionados com o destaque dado à personagem e curiosos fomos ler o texto produzido pelo escriba de serviço com base nas declarações proferidas pelo responsável do hospital, tentando apresentar o trabalho desenvolvido pela nova administração como um trabalho de profundo e longo alcance. E o que produziu?
Passaram três meses e ainda não criou o “modelo organizacional” da ULS, nem o seu Regulamento Interno.
É claro que ainda não foram “traçadas as linhas de orientação futura” e muito menos as “estratégias e caminhos a seguir pela instituição”. Isso será tratado lá para o verão.
É claro que não se pode fazer tudo em três meses e muito menos havendo “uma dívida de 24 milhões de euros a fornecedores”. Cá está a desculpa para a inoperância do Conselho de Administração. A culpa não é deles, é dos outros, como se eles não fossem os mesmos.
Mas o homem não fez nada? Claro que sim. Também era melhor. Ao fim de três meses de trabalho intenso o homem conseguiu contratar um neurocirurgião que “passa a dar consultas no hospital” e “pode vir a efectuar cirurgias” a curto prazo. Pelos vistos ainda não é certo. Boa! Mas também foi implementada uma consulta de Pedopsiquiatria. E vão duas.
Mas também não se esqueceu de agradecer ao padrinho, fazendo-lhe, de acordo com o escriba, um rasgado elogio. Também era melhor que não fizesse. Não é todos os dias que um padrinho nos arranja um tacho que, segundo dizem dá 15 000 euros por mês.
Mas esqueceu-se de uma coisa importantíssima: não disse nada acerca da maternidade, que a senhora governadora civil não se importa de fechar.
Com gestores destes ficamos bem servidos. Em vez de andarmos para a frente andamos para trás se não estivermos atentos.
18/04/2010
As árvores da nossa cidade
Não estamos nem nunca estaremos de acordo com o derrube de árvores em praças para construir parques subterrâneos de estacionamento, de necessidade duvidosa ou absolutamente desnecessários. Basta visitar alguns como o parque de S. Bento (está a maior parte do tempo às moscas) e outros. As árvores, algumas delas belos exemplares, foram deitadas abaixo e substituídas por pedra e banheiras de granito com exemplares que nunca crescerão; por relva para dizerem que têm verde (retrete de cães) ou por espécies que nunca serão árvores para dar sombra de que a cidade tanto necessita.
Nunca estaremos de acordo com a destruição de jardins tradicionais e antigos por “coisas” pós-modernas, exemplares típicos do saloísmo espartalhoco e vazadouros de dinheiro, mais necessário e urgente noutras obras. E contrariamente ao que se afirma as árvores escolhidas parece que não se adaptam. O que está a acontecer a estas? Parece que estão a secar.
Estaremos sempre de acordo com muitas árvores adequadas ao nosso tipo de clima e que dêem muita sombra e amenizem o clima.