20/02/2009

Polis XXI - 1ª parte

Polis XXI

Estou convencido que uma grande percentagem dos habitantes da cidade de Castelo Branco não são nascidos cá. No entanto, vivem cá há tantos anos, podem dizer que esta é a sua cidade. É o meu caso. Vem isto a propósito da candidatura da câmara municipal ao programa Polis XXI, que prevê um conjunto de intervenções que o presidente pretende sintetizar em "quatro grandes prioridades": as prioridades RE: habitar; qualificar; vitalizar; dinamizar. Depois vai desfiando um rol de acções que pretende executar. No entanto, os cidadãos albicastrenses não foram vistos nem achados para as escolhas do presidente. Também não admira: se ele foge da revisão do PDM como o diabo foge da cruz, também com mais razão foge dos munícipes. É que alguns destes têm o mau hábito de pensar pela sua cabeça e fazer perguntas, que às vezes são incómodas. Também fiquei à espera que, pelo menos alguns albicastrenses opinassem sobre as decisões do sr. presidente Morão.
Como não conhecíamos as intenções, porque o sr. Morão está-se nas tintas para aquilo que os munícipes pensam (ele decide e os albicastrenses têm de aplaudir), temos vindo a procurar informação sobre o assunto, que nos suscitou as seguintes observações:
  • Os fundos comunitários que vão financiar o programa são manifestamente insuficientes. Esperamos que as acções que o sr. Morão anunciou (algumas delas achamos que é propaganda) não tenham o mesmo destino que tiveram as do Polis (até hoje ainda não se conhecem as contas e o Polis já acabou há mais de três anos). Ainda se lembram do "countdown" em frente à câmara?
  • A peça é toda ela mais uma acção de propaganda, e tudo indica que as intenções anunciadas foram mais uma vez decisões casuísticas, do tipo "vamos fazer isto".
  • A primeira é a requalificação de zona envolvente à Estação. O sr. Morão afirma que foi lançado um concurso de ideias e que brevemente a câmara decidirá. Decidirá ou já decidiu? Em que ficamos? A sua afirmação de que "a intervenção urbanística" integra duas passagens desniveladas, para peões (a inferior) e a superior para o tráfego, além de estarem a ser feitas obras no túnel da estação (tudo indica que estão a reforçá-lo), permite-nos afirmar que a câmara já decidiu, não deu cavaco às tropas, ou seja, os munícipes e se prepara para apresentar mais um facto consumado à boa maneira do conceito de democracia e da gestão pós-moderna do sr. Morão.



  • As "novas unidades hoteleiras". Um hotel na Devesa. Porque não? Mas "a unidade hoteleira de charme na zona histórica", o que é isso? Será que tem a ver com a cidade virada para o futuro? Mas há uma pergunta que gostaria de ver respondida: vai construir o hotel antes de recuperar e requalificar a zona histórica? É urgente que as condições de habitabilidade das casas sejam melhoradas; é necessário dar vida à zona histórica antes de qualquer hotel. Mas também pergunto: e o hotel que estava previsto para a zona industrial e contra todo o bom senso a Assembleia Municipal aprovou a alteração ao plano de pormenor para que pudesse ser construído? O que lhe aconteceu? Perdeu-se nos caminhos da demagogia e aconteceu-lhe o mesmo que às piscinas aquecidas da Encosta do Castelo? Esqueceram-se dele?
Hoje ficamos por aqui. Brevemente continuaremos a analisar outros aspectos do Polis XXI.

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